sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

EXPOSIÇÃO | Fotógrafos do Mundo Português 1940


Blog PT_BR fev 22 - EXPOSIÇÃO | Fotógrafos do Mundo Português 1940

 

BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL  21 de FEVEREIRO 2013

Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:


                                                              ***
                                  INDICE

                                                                    1.PORTUGAL-Visões

2.NOTÍCIAS

3. RETRATOS DA CRISE - Memória e Análises

&&&

1–VISÕES -

''Sugestão para o almoço: Restaurante Cova da Beira'' de Serra da Estrela.

 Enviado por Jussiane Cristina   FB – from COVILHÃ – Serra da Estrela - curtiu o álbum ''Sugestão para o almoço: Restaurante Cova da Beira'' de Serra da Estrela.

 PUBLICAÇÃO RELACIONADA    

Para hoje sugerimos o restaurante Cova da Beira do Hotel dos Carqueijais, com uma vista fantástica sobre o vale da Cova da Beira. Para começar um creme de cogumelos silvestres e crountons de pão de centeio, em seguida lombo de truta do Zêzere no forno com molho escabechado e batatinhas da horta, ou presa de porco grelhada com miga esturricada, ovos de codorniz e molho chimichurri. Para terminar, bolo de chocolate com creme de castanhas e pralinê de amendoin. Bom apetite!

Contactos:
Estrada Nacional 339
6200-073 Covilhã, Serra da Estrela
... Telefone: ( +351 ) 275 319 120

Fax: ( +351 ) 275 319 124
Email: hc@turistrela.pt
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Paula Cabeçadas compartilhou a foto de Egeac Cultura Em Lisboa.

EXPOSIÇÃO | Fotógrafos do Mundo Português 1940
Padrão dos Descobrimentos
24 de Fevereiro a 26 de Maio
Horários:
Até Abril
... Terça > Domingo | 10h > 18h
A partir de Maio
Segunda > Domingo | 10h > 19h

Ingressos
Bilhete simples – 3,00 € ;
Bilhete Família (2 adultos + 2 jovens de 12 a 18 anos) – 8,00 €;
Bilhete reduzido – 2,00 € (crianças e jovens dos 12 aos 18 anos, estudantes portadores do Cartão Jovem, reformados e pensionistas, grupos organizados com mais de 10 pessoas, Lisboa Card, Carris (Yellow Bus), Cityrama, Casa da Achada,
Passaporte do Mar, Automóvel Clube de Portugal.)
Pessoas portadoras de deficiência - 1,5€
Grupos escolares – 1,00 €
Isentos de pagamento: Crianças com idade inferior a 12 anos, Professores de qualquer grau de ensino, enquanto acompanhantes de grupos escolares e Guias intérpretes.
Nota: O Padrão dos Descobrimentos, devido às características arquitectónicas do edifício, assegura assistência humana a pessoas com mobilidade reduzida que pretendam visitar o monumento, mediante contacto prévio.
 

2-  NOTICIAS

 PORTUGAL SEM PASSAPORTE - Informativo - O POVO - http://blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/... Terça > Domingo | 10h > 18h
A partir de Maio
Segunda > Domingo | 10h > 19h

Ingressos
Bilhete simples – 3,00 € ;
Bilhete Família (2 adultos + 2 jovens de 12 a 18 anos) – 8,00 €;
Bilhete reduzido – 2,00 € (crianças e jovens dos 12 aos 18 anos, estudantes portadores do Cartão Jovem, reformados e pensionistas, grupos organizados com mais de 10 pessoas, Lisboa Card, Carris (Yellow Bus), Cityrama, Casa da Achada,
Passaporte do Mar, Automóvel Clube de Portugal.)
Pessoas portadoras de deficiência - 1,5€
Grupos escolares – 1,00 €
Isentos de pagamento: Crianças com idade inferior a 12 anos, Professores de qualquer grau de ensino, enquanto acompanhantes de grupos escolares e Guias intérpretes.
Nota: O Padrão dos Descobrimentos, devido às características arquitectónicas do edifício, assegura assistência humana a pessoas com mobilidade reduzida que pretendam visitar o monumento, mediante contacto prévio.


Posted: 21 Feb 2013 10:53 AM PST
As remessas de emigrantes para Portugal cresceram 13 por cento no ano passado, para 2,75 bilhões de euros, o valor mais alto da última década, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal.
O boletim estatístico do banco central dá ainda conta da continuação da quebra das remessas de imigrantes em Portugal, na ordem de 10 por cento no ano passado, para 525,5 milhões de euros.
O valor de remessas de emigrantes portugueses é o mais alto desde os 2,82 bilhões de euros registados em 2002.
Mais de metade deste valor continua a chegar de emigrantes em países da União Europeia, cerca de 1,51 bilhões de euros, e deste valor mais de metade chega por sua vez de França, um quarto do total mensal, com 846,1 milhões de euros.
França foi, contudo, das poucas origens de remessas a registar um decréscimo, dos 867,6 milhões de euros registados em 2011, por sua vez inferiores aos 899 milhões de 2010.
Forte aumento registaram a Alemanha, de 113,4 milhões de euros para 172,9 milhões em 2012, e Espanha, de 88,4 milhões de euros para 129,9 milhões, mas também Holanda, Itália, Reino Unido e Suíça.
A maior subida registou-se no grupo PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), que escalou de 155,3 milhões em 2011 para 278,7 milhões em 2012.
Em Dezembro, o valor das remessas dos emigrantes atingiu os 290,8 milhões de euros, mais 16% que o valor registado no mês homólogo.
Quanto às remessas de imigrantes em Portugal, destacam-se as quebras para o Brasil, de 277,6 milhões de euros para 225,6 milhões de euros.
Os PALOP registaram um aumento, de 36,9 milhões de euros para 41,9 milhões de euros, recuperando depois de duas quebras sucessivas em 2010 e 2011.
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, já reagiu a estes números dizendo que o crescimento de 13% nas remessas dos emigrantes traduz confiança no sistema financeiro e “uma grande vontade” das comunidades de ajudarem Portugal.
“Esse valor corresponde à previsão que tínhamos feito no início do ano. Resulta de um aumento da emigração portuguesa, isso é inquestionável, mas traduz essencialmente confiança nos bancos, no sistema financeiro português, e uma grande vontade das nossas comunidades de colaborarem na recuperação do país e no apoio às suas famílias”, disse José Cesário à agência Lusa.
Por seu lado, o presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes, disse que não é surpresa o aumento da remessa dos emigrantes portugueses e previu que em 2013 será batido novo recorde.
“Este número não me surpreende de maneira nenhuma porque, pelos números estatísticos da emigração que nós sabemos desde há cerca de ano e meio, a saída continuada de emigrantes, isso só mostra e comprova, no fundo, o estado crítico em que se encontra o país”, salientou Fernando Gomes.
“Vamos bater no fundo este ano”, considerou, prevendo que em 2013 voltará a bater-se um recorde de remessas dos emigrantes, até porque o peso da carga fiscal assim o obriga para muitas pessoas, e a “família tem também de viver”.
Salientando que os números correspondem às dificuldades do país, Fernando Gomes recordou que as pessoas abandonam Portugal à procura de “manter uma certa qualidade de vida ou para manter um status de sobrevivência económico-financeira da família que deixam atrás”.
Fernando Gomes criticou a revisão do Imposto Municipal sobre Imóveis e diz que as famílias portuguesas estão empenhadas com três problemas: “a renda, a amortização da casa e o IMI”.
“O IMI teve um ajustamento quanto a mim um bocadinho selvático e as pessoas este ano vão saber as consequências. Este ano vai ser um peso e uma carga terrível e com esses compromissos de despesas inerentes as pessoas vão ter cada vez que mandar mais dinheiro”, concluiu.
publico
Posted: 21 Feb 2013 09:14 AM PST
O empresário José Antonio Nogueira, um dos mais prestigiosos nomes da Comunidade Luso-Brasileira de Fortaleza inaugura amanhã mais um empreendimento de sua tradicional marca – a “Nogueira”. fundada em 1938, em Messejana e depois se expandiu para a Aldeota, abrindo a “Nogueira Boulangerie”, - Rua Eduardo Garcia, 637 – que a exemplo da matriz, oferece pães especiais e os mais diversos tipos de salgados, bolos e tortas, além das variadas e deliciosas especialidades portuguesas, como os famosos pastéis de nata, que são fornecidos aos mais conhecidos hoteis e restaurantes de Fortaleza. E, claro, os pães especiais, que fizeram a fama da Nogueira. Além do carioquinha de todo dia, há pão português; broa, “pão de Evora” (com azeite); a “arrufada de Coimbra” (formato de rosca, semelhante a um pão de leite); o muesli (com uvas passas e linhaça); o “pão dos deuses” (com licor de cacau); o pão de coco, de batata, entre outros. Também já estão disponíveis bolos e tortas e na Aldeota, a administração fica por conta da Eliana.
Referência em Fortaleza quando o assunto é pão, a padaria Nogueira completa 75 anos de funcionamento em 2013. Foi fundada pelo pai do atual proprietário, José Antônio Nogueira, pouco depois de chegar de Portugal ao Ceará.
Para celebrar os 75 anos de prestigio e sucesso, o empresário prepára alguns acontecimentos e inaugura neste fim de semana o “Gourmet Nogueira”, dentro do espaço Arena Castelão, onde estará presente com serviço de lanchonete, que, de cara, o espaço conquista pela ambientação. As opções não ficam atrás: quiches, tortas doces e salgadas, bolos, salgados, pães recheados e, os famosos Pasteis de Nata, também conhecidos por Pasteis de Belém – a massa folhada que tem o sabor e a crocância correta, recheio gostoso e a canela em pó para o cliente.
A Nogueira tem ainda uma pequena filial no espaço Universitário UNIFOR.
Posted: 21 Feb 2013 05:53 AM PST
Construção, indústria criativa, petróleo e gás, turismo e indústria naval são as cinco áreas que mais devem crescer, dizem os especialistas.Mas há segmentos que podem surpreender, como os de shopping centers, farmacêutico, hotelaria e mercado financeiro
Onde vão estar as maiores oportunidades de emprego no Brasil? A resposta dos especialista é quase unânime: construção, indústria criativa, petróleo e gás e indústria naval são as quatro áreas que mais devem crescer este ano. Ainda assim, sectores como os centros comerciais, a indústria farmacêutica, o turismo e as finanças deverão ter boas perspetivas.
Se em 2012 houve alguma tendência de desaceleração nas contratações, este ano o ritmo voltará a crescer, assegura, em declarações ao Globo, o chefe de estudos económicos do Firjan, Guilherme Mercês.
Para conhecer outras áreas a contratar, consulte o site brasileiro O Globo. Leia mais aqui
O sector da construção estará particularmente pujante este ano, acrescenta o especialista, com particular incidência no Rio de Janeiro, onde se realizarão o Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 – dois eventos que requerem muitas obras, nomeadamente um investimento considerável em infraestruturas: 75 mil milhões de euros entre 2012 e 2014. O que se traduz em empregos no sector, bem como em áreas complementares: engenheiros, arquitetos, etc.
O sector da energia também estará a ferver. “A curva de crescimento positiva não é apenas para grandes operadoras, mas para prestadoras de serviços de toda a cadeia também”, o que aumenta as oportunidades de trabalho, explica ao Globo Rafael Meneses, diretor regional da empresa de consultoria de recrutamento e seleção de executivos Asap – que já conta com 35% da faturação vinda das áreas do petróleo e gás.
De acordo com os estudos da Firjan, “quase 74% das empresas têm intenção de criar vagas no ramo de engenharia, enquanto novas oportunidades também são esperadas nos segmentos de produção (73%); gestão de qualidade (71,8%); projetos (71,3%); pesquisa e desenvolvimento (65%); segurança e saúde ocupacional (60%); meio ambiente (59%) e manutenção (58%).”
O Turismo é outra área que promete crescer sigificativamente este ano, com a movimentação de executivos e as necessidades dos dois grandes eventos que se aproximam. Na mesma lógica, os centros comerciais devem florescer, dando origem a uma forte procura de mão-de-obra no sector e criando oportunidades para gestores, marketeers e mão-de-obra especializada em hotelaria e serviços.
Joana Petiz – Dinheiro Vivo
Posted: 21 Feb 2013 04:15 AM PST
Portugal assinou este domingo quatro protocolos com a Argélia no valor total de mais de quatro bilhões de euros para a construção de 75 mil habitações e importação de material de construção civil, revelou o ministro da Economia e do Emprego.
Álvaro Santos Pereira esteve na Argélia desde sábado com uma comitiva de empresários portugueses para a formalização de acordos entre empresas portuguesas e argelinas com vista à construção de habitações naquele país do norte de África.
Em declarações à agência Lusa, o ministro da Economia e do Emprego adiantou que estes acordos são resultado de trabalho feito durante o último ano e revelou que os objectivos iniciais foram já ultrapassados.
“Nós viemos para Argel já sabendo que havia pelo menos três protocolos que iam ser assinados entre empresas argelinas e empresas portuguesas que iam dar azo a 65 mil casas, mas as coisas estão a correr muito bem cá e, por isso mesmo, houve um reforço desse entendimento e, neste momento, já temos quatro protocolos, onde se prevê a construção de 75 mil casas”, adiantou Álvaro Santos Pereira.
Acrescentou que em causa estão valores superiores a quatro mil milhões de euros, valor que poderá “chegar perto” dos cinco mil milhões de euros caso se consiga assinar outros dois protocolos, previstos para meados de Março.
Os contratos assinados estão nas mãos de quatro construtoras portuguesas, estando previstos 20 mil fogos para o grupo Prebuild, que está igualmente envolvida na exportação de material de construção, 25 mil fogos para a empresa Paínhas, outros 20 mil para a Lena Construções e 10 mil para a Gabriel Couto.
Álvaro Santos Pereira explicou que para além da construção das habitações, está prevista a exportação de “muito” material de construção para a Argélia, entre equipamentos e conhecimentos técnicos.
“Quando falamos em 75 mil casas, estamos a falar em mais exportações para o nosso país, em mais internacionalização de um sector que está em crise em Portugal, e estamos a falar em mais emprego”, salientou o ministro, acrescentando que a construção das habitações na Argélia será feita também com mão-de-obra portuguesa.
O ministro disse ainda que acredita que esta parceria com a Argélia continuará a ser reforçada e que poderá ser alargada a outras empresas portuguesas. No sector da construção, além daquelas quatro empresas acompanham o ministro a Vallis e a RECER. Na comitiva seguem também representantes de empresas de outras áreas

 

3. RETRATOS DA CRISE

Portugal 2013


Miguel Urbano Rodrigues

Está em curso uma das mais ambiciosas operações de propaganda que o actual governo já levou a cabo. Quanto mais desastrosa é a situação do país, mais esta gente vem acenar com uma recuperação que ninguém vê. António Borges tem a desfaçatez de falar em "fim da austeridade". Essa "austeridade", que é o nome propagandístico da implacável política de saque que o governo leva a cabo, só terá fim quando esta política e as troikas que a apoiam forem efectivamente derrotadas.

Portugal oferece nestas semanas a estrangeiros recém-desembarcados a imagem de um país onde o absurdo e o irracional marcam o quotidiano, empurrando o povo para uma catástrofe social sem precedentes.

Os jornais e a televisão tornam públicas diariamente notícias que comprovam o agravamento de uma crise medonha. O desemprego aumenta a cada dia, atingindo já mais de um milhão de trabalhadores; as falências de empresas sucedem-se em cadeia; escolas, centros de saúde, serviços hospitalares, farmácias, restaurantes fecham as portas; centenas de famílias são desalojadas das casas onde residiam por não pagarem à banca as prestações do contrato; o custo das propinas força milhares de estudantes a abandonarem as universidades; a produção industrial e a agrícola diminuem; a fome alastra nas cidades e aldeias do País; mais de 40 mil portugueses emigraram no ano passado.

O Banco de Portugal informa que a quebra do PIB no ano corrente será quase o dobro da prevista no Orçamento do Estado; as receitas fiscais diminuem apesar do aumento dos impostos; as exportações também caem.

O panorama é assustador. Mas o chefe do Governo, o seu ministro das Finanças e demais membros do gabinete, proclamam monotonamente que a estratégia da coligação bicéfala é um êxito absoluto. E anunciam, eufóricos, que 2014 será um ano magnífico.

A agressão semântica complementa a social e económica. A política de saque imposta em nome da troika é qualificada de "austeridade". A desvergonha é tamanha que os governantes, ignorando gigantescos protestos populares e greves em série, elogiam os trabalhadores pelo estoicismo com que suportam os "sacrifícios", isto é, o roubo.

Enquanto se espera que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a inconstitucionalidade de medidas constantes do Orçamento de Estado, o país tomou conhecimento de um relatório do FMI – encomendado pelo governo – que considera insuficiente a "austeridade" em curso e sugere como indispensável um pacote que destruiria o que resta do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social e golpearia mortalmente a Educação. Propõe nomeadamente o despedimento de 150 mil trabalhadores da Função Publica e de uns 50 mil professores.

Reagindo ao coro de indignação nacional, o primeiro-ministro derramou elogios sobre esse documento, anunciador de uma intensificação da ofensiva contra o povo.

O PSD promoveu uma conferência "aberta à sociedade civil" para debater a "Reforma do Estado". Mas, a comunicação social não foi autorizada a acompanhar os debates.

Passos, Portas e ministros dirigem-se ao mundo e aos portugueses como personagens de Jarry e Ionesco em palco de teatro de absurdo.

O governo tudo leva à prática à revelia dos cidadãos e desconhecendo a existência de uma oposição. Mas o vice-presidente do PSD, Sr. Jorge Moreira da Silva, compareceu na SIC Noticias para afirmar que, devoto da democracia, o Executivo tem elevado o nível da participação popular e nada decide sem consulta ao povo.

A Comunicação Social, controlada hegemonicamente pelo grande capital, demonstra incapacidade para cumprir a sua função. Nos serviços noticiosos, políticos do sistema, membros do governo e medidas por ele impostas são alvo de críticas, por vezes severas. Mas as direções dos media permanecem vigilantes. Uma contradição antagónica favorece o objetivo prioritário: anestesiar a consciência social, impedir a ruptura dos mecanismos da alienação.

Os formadores de opinião, em programas de grande audiência, atacam o acessório, insurgem-se contra medidas, sugerem mudanças, defendem uma remodelação do governo, criticam, ocasionalmente com dureza, Passos, Portas e outros. Mas convergem em coro afinado na conclusão de que a "austeridade" é necessária, que o memorando com a troika, assinado por Sócrates e aprovado com entusiasmo por Passos & Portas, deve ser respeitado. Coincidem na opinião de que, afinal, a origem do mal está no estado Moloch, o monstro que deve ser desmontado, reconstruído. A linguagem dos comentadores não é a de Passos nem a do seu guru Gaspar. Eles criticam o governo com hipocrisia mas reconhecem, dolorosamente, que cortar milhares de milhões de euros nos gastos sociais é uma exigência indeclinável da História, uma necessidade imposta pela lógica da sobrevivência. Pouco falta para aderirem à tese de Passos sobre a "Refundação do Estado".

Entre outros formadores de opinião que criticam o acessório mas são solidários com o governo no fundamental, cito Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares, José Manuel Fernandes, José Gomes Ferreira. Pacheco Pereira, o mais inteligente, é talvez o único comentador que, na hoste dos politólogos da burguesia, demonstra lucidez na crítica à escória humana que desgoverna Portugal.

Neste contexto com matizes de surrealismo, o discurso do primeiro-ministro e o do seu guru Gaspar vão merecer, no futuro, assim o espero, estudo acurado de psicólogos e psiquiatras.

Ambos, muito diferentes, merecem o qualificativo de avis rara.

Passos é uma inflorescência. Pouco dotado intelectualmente, ignorante, mas desconhecedor da sua incompatibilidade com a cultura, tenaz, mesmo firme na defesa do absurdo – acredita, admito, nos benefícios do seu projeto de destruição do país. As suas falas, arrogantes, sincopadas, são cada vez mais um amontoado de palavras sem nexo. Com frequência dá o dito por não dito. Recentemente aconselhou os jovens a emigrarem. Na semana passada, em Paris, desmentiu-se, afirmando que nunca sugeriu tal coisa.

O melífluo Gaspar, aritmeticamente sabedor, mas irracional na aplicação das leis da economia, é um discípulo atento do austríaco Friedrich Hayek e do americano Milton Friedman . Politicamente pouco inteligente, as suas arengas em defesa de decisões catastróficas, a sua teimosa insistência em mascarar de rotundos êxitos fracassos transparentes, a sua habilidade em exercer o comando do governo nos bastidores trazem-me à memória personagens desamadas do teatro de Molière e Shakespeare e do nosso Gil Vicente.

É compreensível que poucos estrangeiros consigam entender o Portugal do ano 2013.

Um dia, sem data previsível no calendário, a farsa dramática em palco findará, antes que, espero, desemboque em tragédia.

Será o povo nas ruas, na fidelidade a grandes rupturas da nossa história, serão as massas trabalhadoras a alavanca do fim do pesadelo.


Vila Nova de Gaia, 24/Janeiro/2013


O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=2751

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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