Blog PT_BR março 21- UNIVERSIDADE RJ RECONHECE DIPLOMA DE
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21 de FEVEREIRO 2013
Notícias–Visões
e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
ANO BRASIL
PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:
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INDICE
INDICE
1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises
&&&
1–VISÕES
Literatura portuguesa ONLINE :
Português
)
2- NOTICIAS
Portugal sem
passaporte - o povo
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Posted: 20 Mar 2013 07:42 AM PDT
Empresários e representantes de
entidades públicas e privadas dos oito membros da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) vão se reunir no Brasil para debater os desafios
econômicos e empresariais e desenvolver oportunidades de negócios. Realizado
pela Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil e pela Câmara
Portuguesa de Comércio Brasil – Minas Gerais, o 7º ENCONTRO DE NEGÓCIOS NA LÍNGUA
PORTUGUESA vai receber mais
de 1.200 mil convidados na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, entre
os dias 22 e 23 de abril e a que “Portugal Sem Passaporte”estará presente
e dará ampla cobertura jornalistica.
Nações unidas pela língua e por uma
história em comum vão se abrir a novas oportunidades de investimentos e
desenvolvimento no ano em que se celebra o Brasil em Portugal. O encontro
promete mostrar o momento econômico de cada nação participante e debater
alternativas para facilitar e incentivar o comércio entre os países.
Com foco em temas atuais, como
sustentabilidade, empreendedorismo, inovação e gestão de recursos naturais, o
evento quer trazer à tona as vantagens e desafios na internacionalização de
pequenas, médias e grandes empresas dos mais diversos setores. Serão
disponibilizados aos empresários painéis, fóruns e conferências com
palestrantes estratégicos de cada segmento durante os dois dias de evento,
além de uma completa rodada de negócios.
Minas Gerais
Terceira maior economia e segundo
estado com maior nível de exportações do país, Minas Gerais carrega nas suas
cidades, ruas e igrejas todo o tesouro barroco herdado dos portugueses –
atualmente reconhecido pelas Nações Unidas como patrimônio cultural da
humanidade. Com um grande mercado de mais de 20 milhões de habitantes e uma
localização estratégica no Sudeste brasileiro, o estado tem um eficaz e
experiente sistema de apoio aos investidores estrangeiros. A capital, Belo
Horizonte, é o pólo de turismo de negócios no país e recebe durante todo o ano
diversos eventos internacionais. O 7º
ENCONTRO DE NEGÓCIOS NA LÍNGUA PORTUGUESA conta com apoio do Governo de Minas
Gerais, através da figura do governador, Antonio Anastasia, que também estará
presente no evento. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.negocioslinguaportuguesa.
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Posted: 20 Mar 2013 06:55 AM PDT
Noticia
em atualização
Nuno Crato e Aloizio Mercadante
O ministro da Educação de Portugal,
Nuno Crato, conclui, nesta quarta-feira (20), em Brasília, visita de três
dias ao Brasil para contatos com autoridades nas áreas da educação e ciência
e tecnologia.
E os resultados já são positivos.
A escola politécnica da Universidade do Rio de Janeiro já reconhece os
diplomas de engenheiros portugueses que querem trabalhar no Brasil. É uma
excepção às dificuldades de validação de títulos académicos um dos assuntos
que será tratado durante um encontro dos Ministros de educação dos dois
países.
Hoje, na capital federal estão
previstos encontros com os ministros da Educação e de Ciência e Teconologia,
respectivamente Aloísio Mercadante e Marco Antônio Raupp, e dirigentes da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
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Posted: 20 Mar 2013 04:27 AM PDT
Os 12 sindicatos de trabalhadores
da TAP e da SATA desconvocaram esta noite a greve prevista para os dias 21,
22 e 23 deste mês de março.
Numa nota enviada à agência Lusa, a
plataforma de sindicatos das duas companhias «informa que estão reunidas
todas as condições previstas no princípio de entendimento assinado na passada
sexta-feira».
Ontem, os sindicatos reuniram-se
para analisar a situação e, do encontro, saiu um ultimato:
pilotos e pessoal de voo só aceitavam desconvocar a greve se o Governo da
República e o Governo dos Açores ratificassem os acordos com a SATA.
Ainda assim, apesar de se juntar ao
sindicato do pessoal de
voo, o sindicato dos pilotos diz ter dúvidas sobre os cortes de
salários.
Apesar de desconvocada, a greve vai
ter custos para as agencias de viagem, que não estão a conseguir recuperar a
totalidade das reservas canceladas.
Quem também se queixa dos prejuízos
é a administração da TAP, que regista menos 20.000 reservas do que o normal
para a época. Ainda assim, congratula-se com a desconvocação da paralisação.
Em declarações à agência Lusa, o
porta-voz da transportadora aérea disse que a companhia «congratula-se com
esta decisão», adiantando que assim vai ser possível «normalizar a operação
para os próximos dias e recuperar uma parte do tráfego perdido para esta
época [Páscoa]».
«Quando foi anunciada a greve
tínhamos um total de 80.000 reservas para estes três dias e esse número foi
descendo até ao dia 14, altura em que baixou até às 50.000 reservas. Depois
quando foi anunciado o acordo de entendimento com os sindicatos houve um
movimento de alguma recuperação», disse António Monteiro.
De acordo com o porta-voz, esta
recuperação «não chegou a atingir velocidade de cruzeiro porque se manteve o
espetro da greve», que só foi desconvocada hoje de madrugada.
«Neste momento estamos com um total
de 61.500 reservas, um prejuízo de cerca de quase 20.000, mais precisamente
18.500. Já é muito tarde, mas o nosso esforço hoje e amanhã é no sentido de
que venham para a TAP reservas de última hora», afirmou.
O porta-voz da TAP realçou que o
prejuízo para a TAP ainda não está calculado porque a transportadora vai
tentar ver o que consegue recuperar hoje e quinta-feira.
«Apenas 25% das reservas da TAP são
feitas em Portugal e, por isso, temos hoje toda a nossa máquina de vendas por
esse mundo fora a tentar recuperar este atraso», disse.
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3
– A CRISE
A maré esta crescendo e o sistema não se dá conta
<<Roberto
Sávio*>>
Para
todos aqueles que pensam que o movimento Occupy Wall Street, os Indignados na
Espanha, o Fórum Social Mundial e as centenas de manifestações de protesto que
ocorrem pelo mundo são expressões sem resultados concretos, a conquista do
referendo suíço para colocar um teto nos salários e nas gratificações dos
executivos bancários fará com que repensem.
Gostem
ou não, aprovado por uma maioria de dois terços, a Suíça, que não é exatamente
um país revolucionário, deu aos acionistas de instituições financeiras o
direito a decidir sobre os salários e as gratificações de seus executivos, e
não mais para o enriquecimento de seus conselhos.
Em
pouco tempo se realizará outro referendo dirigido a limitar os salários e as
participações dos executivos de outras empresas vinculadas com todos os
setores, de maneira que os mesmos não poderão ultrapassar em quinze vezes o
salário médio de seus empregados. Um acontecimento interessante.
Em
1950, um gerente financeiro estadunidense (Baruch) especulou sobre a
possibilidade de que um executivo recebesse um salário 50 vezes maior que o
salário médio de seus empregados. Isto provocou um grande escândalo. Agora, na
lista de Fortune 500 das empresas mais importantes, essa diferença aumentou 545
vezes.
Ao
mesmo tempo, a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu conseguiram um acordo
para limitar a gratificação dos executivos dos bancos a uma quantidade igual a
de seus ingressos anuais. Se os acionistas decidem, poderiam duplicar, mas não
mais.
O
clamor dos banqueiros, como era de esperar, resultou ser muito interessante,
levando em conta as bases do rechaço.
A
primeira, que parte fundamentalmente do Reino Unido, é que com isso se está
ampliando a brecha entre Londres e Europa. O setor financeiro contribui com 10%
do Produto Interno Bruto britânico e o mundo anglo-saxão tem experimentado as
ondas de aumentos nas participações e salários dos banqueiros muito mais que
qualquer outro. Se o ano é bom, a bonificação pode ser dez vezes maior que um
salário.
Mas é
uma realidade o fato de que o Reino Unido – segundo demonstraram nas últimas
eleições locais – está desenvolvendo um crescente sentimento anti-europeu de
uma maneira ou outra, e a Europa nunca experimentará maior integração com os
freios que Londres continua aplicando todo tempo. Portanto, o setor financeiro
não é o tema central.
A
segunda razão do rechaço é mais interessante. Sustentam que o resultado seria
salários fixos mais altos, o que afetaria mais os acionistas. E altas
bonificações que são mais flexíveis. Então os bons executivos se transladariam
para Wall Street, Hong Kong, Shangai ou Tóquio, e Europa ficaria com executivos
de segunda classe.
Agora
sabe-se que as bonificações altas implicam riscos, que é uma das causas dos
péssimos desempenhos do sistema bancário, argumento que ignora a existência de
um crescente consenso sobre a necessidade de retroceder ao período anterior da
administração de Clinton, quando a banca comercial e a de investimento eram
entes separados (e nunca existiu uma crise tão dramática como a atual),
precisamente para reduzir a cultura de alto risco que conduziu a um sistema com
maior desemprego e pobreza de âmbito mundial. Basta ver as chuvas torrenciais
de multas por fraudes e má administração que os bancos tiveram que pagar desde
que Clinton tomou essa má decisão.
O
terceiro argumento é o mais interessante de todos, porque demonstra até onde o
mundo bancário levou sua falsa ilusão. Em sua grande maioria, as participações
se dão em forma de bonificações clawback (recuperação). São agendadas e
ocasionalmente se pagam na forma de ações, e podem ser retiradas. Os grandes
bancos como o Royal Bank of Scotland e o Barclay utilizaram os mecanismos de
clawback, e segundo os banqueiros esta disposição se converteu em um forte
elemento dissuasivo contra comportamentos arriscados ou pouco éticos.
Atualmente
não conta-se com dados que deem uma ideia da magnitude do uso da disposição de
clawback por aí afora. O que sim existe são as inumeráveis multas impostas aos
grandes bancos por fraude. Basta lembrar que os próprios reguladores americanos
indulgentes tem pago mais de 3.000 milhões de dólares em multas para os grandes
bancos.
Recordemos
alguns casos que foram considerados pelos especialistas como um puxão de
orelhas: 8.5 bilhões por execuções fraudulentas de créditos hipotecários a dez
bancos (entre eles o Bank of America, Citigroup, JP Morgan, Chase), seguido de
um pagamento similar pelo valor de 557 milhões a Goldman Sachs e ao Morgan
Stanley. O caso do arranjo fraudulento da taxa Libor (a taxa de cambio entre os
bancos) custou até agora 1.5 bilhões de dólares somente ao UBS. O diretor do
Barclay se viu obrigado a renunciar.
Onde
está o resultado da disposição clawback como mecanismo dissuasivo contra
comportamentos arriscados e pouco éticos? As autoridades britânicas
recomendaram agora manter um controle regular sobre Libor, assim como processar
criminalmente aqueles indivíduos que tratem de alterar a taxa para obter ganhos
financeiros. HBSC reconheceu que lavou dinheiro de cartéis da droga de bancos
mexicanos e sauditas que mantém vínculos com grupos terroristas.
Não
obstante, a 5 de março, depois do referendo suíço e todos os escândalos em que
se viu envolvido, que lhe custaram mais de quatro bilhões de dólares em multas
e pagamentos, o conselho do HBSC decidiu outorgar a seus 200 super-gerentes um
prêmio no valor de um milhão de libras. Claro que isto gerou uma torrente de críticas
em Londres, mas é o melhor exemplo de como os banqueiros se isolam da
realidade. HSBC perdeu 5.6 por cento 2012, mas o diretor executivo Stuart
Gulliver foi recompensado com uma bonificação de onze milhões de dólares.
A
melhor maneira de entender como os banqueiros desenvolveram um hábito
diferente, foi proporcionada pelo diretor executivo do JP Morgan, o famoso
Jamie Dimon, defensor do sistema bancário, que arremeteu contra todos os
presentes no último Fórum Econômico Mundial (até quando criticará os
banqueiros?), na reunião anual com seus investidores pouco dias antes em Nova
York, em debate com o reconhecido analista Mike Mayo, disse o seguinte como
resposta final: “esta é a razão pela qual eu sou mais rico que você”.
Por
tudo isso não deve causar surpresa alguma o fato de que Maurice Greenberg, o
diretor executivo de AIG, tenha estabelecido uma demanda por 25 bilhões de
dólares contra o governo, acusando-o de “sacar” um juros punitivo de 14 por
cento do plano de resgate que salvou a AIG da bancarrota.
O
governo teve que injetar 182 bilhões de dólares para salvar a AIG, uma das
maiores empresas de seguros, depois que explodiu a bolha imobiliária em 2008.
Recorde-se que assim foi como começou a ocupação de Wall Street, que foi o
detonante da atual crise financeira mundial, que provocou o surgimento de
outros cem milhões de pobres no mundo, segundo a ONU. Essa crise, que se forjou
por completo nos Estados Unidos, aparelhou dois anos mais tarde com a crise da
dívida soberana, um assunto completamente europeu.
Esta
situação trouxe consigo uma chantagem sem precedentes do mercado aos governos,
devendo recorrer a austeridade como remédio comum, com a Grécia como o exemplo
mais claro do impacto que isto teve sobre o povo.
O
senhor Greenberg renunciou sem castigo algum, e agora está pedindo 25 bilhões
de dólares, pelas duras condições impostas pelo governo para salvar a AIG? Esta
é a melhor representação das relações entre autoridades e o sistema financeiro.
Temos as empresas de qualificação financeira que certificaram que a AIG e
Goldman Sachs eram instituições sólidas. As mesmas que agora dão ou não três A
aos governos, apesar de ter-lhes virado a cara. E os organismos reguladores?
O
organismo regulador estadunidense SEC (na sigla em inglês), em geral tem a filosofia
de arranjar os casos contras os malfeitos financeiros, sem admitir ou negar as
descobertas. Esta prática, sustenta, ajuda a SEC e a outras agências a evitar
litígios custosos e que consomem muito tempo. Chegar a um acordo rápido no
lugar de longos processos, significa que as vítimas são compensadas mais
rapidamente. E sempre cabe a possibilidade de que a SEC possa perder na corte.
Eis
aqui um bom exemplo: é um assunto muito complexto. Para acessar o artigo
completo leia a página 18 do New York Times de 19 de fevereiro. A essência é
que a AIG demandou ao Bank of America por 10 bilhões de dólares pelo delito de
fraude, relacionado com os fatos ocorridos no mês de setembro de 2008, quando
AIG esteve perto da “morte”. O caso foi pra Justiça. Então, o Federal Reserve
Bank (de onde provem o ex-ministro do Tesouro, Geitnher), fez um pacto com o
Bank of America, para um pagamento de 43 milhões de dólares, dando argumentos
que permitiram que a corte exonerara ao Bank of America no caso.
Um
porta-voz federal de Nova York disse que apoiava o acordo porque geraria um
valor significativo sem custos potencialmente altos por conceito de litígio.
Jesse Elsinger, do ProPublica, uma agência de notícias sem fins lucrativos,
publicou nesse mesmo número do New York Times uma chamativa, mas incomoda
história sobre as portas giratórias para os organismos reguladores em todos os
níveis. Começa com Mary Jo White, a quem Obama nomeou como diretora da SEC. Na
década passada, atendeu tantos bancos e casas de investimentos, que terá de
recusar a tantos casos, sendo capaz de litigiar com entidades menores, tais
como First Wauwatosa Securities. E o senador Reid, líder da maioria democrata
no Senado, tem agora entre seu pessoal a Cathy Koch como conselheira chefe para
assuntos de política econômica e fiscal. Ela provem da General Electric,
empresa que quase não pagou impostos quando contava com seus conhecimentos.
O
Departamento do Contralor da Moeda (OCC, na sigla inglês), tem um novo chefe,
Thomas Curry, menos vinculado aos grandes bancos, e quem despediu a conselheira
chefe Julie Williams, que rapidamente foi parar na Promontory Financial. Uma
OCC fantasma do setor privado, fundado pelo antigo diretor da agência, Eugene
A. Ludwig.
Promontory
trouxe grande parte do pessoal para a Revisão Independente da Execução
Hipotecária, estabelecida pela SEC e outros organismos reguladores para avaliar
a lista do desempenho dos dez grandes bancos na hora de acordar uma ação para
compensar as vítimas das bolhas imobiliárias. Sua ideia era deixar que o banco
estabelecesse os fatos. Resultado: diante do pagamento dos 8.5 bilhões de
dólares já mencionados anteriormente, a Revisão Independente da Execução
Hipotecária foi dissolvida por que não obteve resultado, mas não sem que antes
pagasse 1.5 bilhões de dólares aos consultores. E quem substituiu a Julie
Williams como conselheira chefe da OCC? Amy Friend, que procede de Promontory
Financial.
Agora
já temos um novo secretário do Tesouro, Jacob “Jack” Lew e, ao referir-se ao
voto, Bernie Sanders do Senado, um independente de Vermont argumentou:
necessitamos um secretário do Tesouro que esteja preparado para resistir o
enorme poder de Wall Street. Terá considerado que Jack Lee é essa pessoa. Se eu
considero que Jack Lee é uma pessoa? Não, não creio”.
O
problema é que o setor privado se parece cada vez mais ao financeiro. Quando
Don Bailey se assumiu a direção de Questcor, uma empresa farmacêutica, aumentou
o preço de um medicamento anti inflamatório especializado, o Achtar, de 50
dólares o frasco para 28 mil dólares. Quando perguntaram se podia diminuir o
preço para os que não podem comprar, Bailey respondeu “se o faço os acionistas
podem me processar por limitar seus lucros”.
Contudo,
é apropriado que se inicie um novo programa de entretenimento nas prisões estadunidense:
o Programa Empresarial de Prisões que já formou 800 delinquentes presidiários.
É um curso de seis meses de duração ministrado por antigos executivos e
estudantes voluntários de MBA, que ensina como começar e administrar um
negócio. Mais de 2.500 candidatos postulam a cada ano para as 150 matrículas
que oferece. É todo um acontecimento. Os graduados estão indo tão bem no mundo
dos negócios que só uns cinco por cento regressa ao cárcere. Talvez devesse
vincular ao volúvel sistema que acabamos de descrever.
Porém,
mais escandalosa ainda é a notícia de que as cem pessoas mais rica do mundo
adicionaram 240 bilhões de dólares a suas fortunas. Claramente, não
necessitavam desse dinheiro, em termos humanos. O um por cento da população
mais rica (60 milhões) agora possui um capital equivalente a 2.5 bilhões de
pessoas. E nos últimos dez anos, esta concentração da riqueza se fez mais
extrema. O 0.01 por cento (600 mil pessoa) possuem uma fortuna equivalente a 2
bilhões de pessoas. Na atualidade existem 1.200 multimilionários no mundo.
Enquanto
isso, enfrentamos um sério problema de alimentação. Cada dia há 219 mil bocas
novas para alimentar, 70 milhões a cada ano. Segundo a FAO, as reservas de
alimentos diminuíram em 2.6 por cento, enquanto o preço dos mesmos continua
subindo (de 10 a 35 por cento, de acordo com o produto).
Não
obstante, dados do Banco Mundial corroboram com que nos países ricos se jogam
fora uns 40% de alimentos. Com os 240 bilhões acumulados em um ano pelas cem
pessoas mais ricas do mundo poderíamos eliminar muitos dos problemas que
existem no mundo.
De
qualquer maneira, nas próximas décadas teremos dois bilhões de pessoas a mais
no mundo (no ano de 2050). O sistema não é capaz de amparar a nossos sete
bilhões. Como acolherá dois bilhões a mais, procedentes das regiões mais pobres
do planeta? Bom, a resposta é obvia, temos riqueza, mas não está distribuída.
Equitativamente. E os ricos se tornam mais ricos e os pobres mais pobres, como
todos sabem.
Retomando
o tema do início deste artigo, demasiado breve para ser sério, vemos que as
pessoas se fartam, como bem demonstrou o referendo suíço. Em todas as partes o
descontentamento se reflete nas pesquisas, nos movimentos de protesto
florescendo por toda parte. Beppe Grillo, na Itália, é apenas o último sinal de
advertência.
Caminhamos
para um sistema diferente. Isto pode ser alcançado com paz e cooperação, ou
pelo contrário, continuaremos nesta crescente injustiça social. A história
registra muitas lições sobre o tema, e de nada serviria recordá-las. Todos
lemos sobre elas na escola, incluindo os 100 multimilionários. Portanto, tal
como demonstrou o referendo suíço, não se carece de consciência, sim de
representação política.
*Fundador e presidente emérito da gência de notícias IPS. Publisher de Other
News. De Roma especial para Diálogos do Sul.
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