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2013
Notícias–Visões
e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
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INDICE
INDICE
1.PORTUGAL-Visões
2.
Notícias
3.
Retratos da Crise
Em Portugal, a educação deu um salto para se
adequar às exigências de um mercado competitivo como o da Europa. A
alfabetização é universal no país e a qualidade do ensino público é superior a
do privado.
Bom dia Brasil – Rede Globo - http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/videos/
2- NOTICIAS EXPRESSO
Posted:
04 Mar 2013 07:17 AM PST
Os sapatos 100%
portugueses são vendidos com etiquetas de marcas famosas de Italia
Dados
surpreendem o próprio sector: Itália produz o calçado mais caro do mundo, mas
Portugal vende cada par para lá 7,38 euros mais caro que cada que lá compra.
Portugal está a
vender calçado mais caro para Itália do que aquele que lá compra. Os dados do
INE surpreenderam até a APPICAPS (Associação Portuguesa dos Industriais do
Calçado)
Portugal
vendeu mais calçado a Itália do que comprou nos primeiros nove meses do ano,
o que acontece pela primeira vez, estando também muito perto de ‘apanhar’ a
Espanha, adiantou à Lusa fonte da Associação de Industriais do Calçado.
“A indústria
portuguesa de calçado exportou para Itália dois milhões de pares de calçado,
no valor de 39,80 milhões de euros e importou 1,8 milhões de pares, no valor
de 39,76 milhões de euros”, adiantou à Lusa o porta-voz da Associação
Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus
Sucedâneos (APICCAPS).
Em declarações à
Lusa, Paulo Gonçalves considerou que a inversão na balança comercial “é
particularmente importante, nomeadamente pelo seu simbolismo”, realçando que
“é fruto de uma grande aposta no desenvolvimento de produtos altamente
inovadores associados a uma grande componente de promoção comercial externa”.
Portugal “ter hoje
um saldo comercial positivo com o seu grande concorrente internacional, a
Itália, significa que o prestígio do calçado português é cada vez maior e
chega mesmo a ombrear com a grande referência mundial do setor”, sublinhou.
Preço médio de €19,49
Os dados do
Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que Portugal fica ainda a
perder ao nível do preço, uma vez que exportou calçado com um preço médio de
19,49 euros e importou a 22,28 euros.
De acordo com a
APICCAPS, “a diferença é, no entanto, cada vez menor, à medida que a imagem
do calçado português nos mercados externos vai sendo aprimorada”.
Os últimos dados
relativos às exportações de calçado revelam que “Portugal está igualmente
muito perto de ‘apanhar’ a Espanha” já que, nos primeiros nove meses de 2011,
Portugal aumentou as exportações para o país vizinho em 39%, para 135 milhões
de euros.
Importações de Espanha crescem
Em contrapartida,
no mesmo período, as importações de Espanha, que cresceram 3,2%, valeram 151
milhões de euros.
“A indústria
portuguesa de calçado está, assim, muito perto de alcançar um objetivo antigo
de ter um saldo positivo com os dois grandes concorrentes internacionais”,
acrescentou.
Com este objetivo,
“mesmo num cenário de grande abrandamento económico generalizado, em 2012,
haverá um reforço da promoção externa, com mais de 140 empresas a participar
em ações comerciais no exterior, nomeadamente fora do espaço europeu”.
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O lumpencapitalismo
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3. RETRATOS DA CRISE
O lumpencapitalismo
Terça feira, 5 de
março de 2013 - http://expresso.sapo.pt/o-lumpencapitalismo=f791337
Repare-se
que Salgueiro não propõe trabalho desqualificado para garantir emprego para
todos. Que não defendeu trabalho inútil para criar emprego pago que faça
a economia andar. Que não há, na sua proposta, nada do que supostamente
Keynes terá defendido. O objetivo é só este: ocupar as pessoas, como se
de adolescentes rebeldes e em risco se tratassem.
Entretanto,
Filipe Pinhal, antigo presidente do BCP, saído da instituição
bancária por causa de alguns escândalos relacionados com off-shores e
manipulação de ações em bolsa, que recebe uma pensão de 70 mil euros de
um banco em estado de coma, anunciou vai criar o Movimento de Reformados
Indignados. Será, pelo menos nos montantes da sua reforma, um movimento de
peso. Mas o facto de fazer este anúncio diz qualquer coisa: que o senhor
está completamente a leste do que a esmagadora maioria dos reformados (da banca
e não só) pensará sobre ele e a sua reforma.
Se
juntarmos a estes dois as conhecidas e repetidas declarações de Fernando
Ulrich (que queria os desempregados a trabalhar à borla para o seu banco),
são três bons retratos de um certo grupo social. O grupo que mais conta
hoje nos destinos do mundo (isto, claro, à pequena dimensão nacional): essa nova
classe de gestores financeiros, que sugam os bancos que por sua vez sugam os
clientes e os cofres dos Estados. Trata-se de gente que enriqueceu na
bebedeira do dinheiro fácil - eles sim, viveram acima das suas possibilidades -
e criadores de um capitalismo não produtivo e economicamente inviável. No seu
mundo virtual, deixaram de ser capazes de distinguir o certo do errado, o
razoável do impensável. Nada os liga à sociedade. Nem sequer ao grupo social de
que são originários. São lumpencapitalistas. Quando comparados com os
velhos capitalistas industriais (ou até com os banqueiros propriamente ditos),
estes gestores são uma subespécie sem consciência política, social e moral de
qualquer espécie. Nem empresários, nem assalariados, nem capatazes. São uma
coisa híbrida que cresceu na lama da economia.
Ao
contrário do velho capitalista industrial, o grande gestor das instituições
financeiras não segue uma ética política social própria. Não pode sequer
defender a sua conduta usando o argumento da criação de riqueza ou de
emprego. Nem sequer foi, em geral, criador das instituições que dirige. Não
tem obra e não produz. É, resumindo, de todos os pontos de vista, um
parasita. Tendo capturado, através do dinheiro sugado às atividades
produtivas, o poder político, os media e a academia, o lumpencapitalista quase
conseguiu normalizar condutas que qualquer liberal decente teria de considerar
próximas da marginalidade.
Os limites
aos bónus dos gestores da banca, definidos pela União Europeia, são o
primeiro sinal de uma revolta cívica contra esta nova espécie de marginal
económico. E que terminará com uma pergunta que até já nos Estados Unidos se
faz (e no passado se fez muitas vezes): pode toda a economia ficar refém de
uma minúscula elite financeira, que põe em perigo os Estados, as economias e
até a sobrevivência do próprio capitalismo?
Podem-se
ter muitas convicções sobre a intervenção do Estado na economia. Entre o
liberalismo absoluto e a economia planificada haverá imensas gradações
possíveis. Mas na política nunca deixou de existir uma boa dose de pragmatismo,
que levou defensores acérrimos da economia de mercado a aceitar a existência de
empresas públicas e comunistas de todos os costados a tolerar a existência de
algumas atividades económicas privadas nos seus regimes. E esse pragmatismo
diz-nos que não é possível permitir que um grupo que claramente, pelo excesso
de poder que conquistou, já perdeu a noção da realidade, sugue todos os
recursos, públicos e privados. E que se for necessário o Estado deve optar
por uma posição de força. Que pode ir de uma regulação mais musculada até à
nacionalização efetiva da banca intervencionada (não nacionalizando apenas
os prejuízos), passando sempre por esta ideia: nos tempos que vivemos, os
Estados não podem deixar de controlar a atividade financeira. Não é
ideologia. É uma questão de sobrevivência.
As
crises fazem quase sempre estalar o verniz em que a vida em sociedade se
sustenta. Com a banca completamente dependente do controlo político que
mantém sobre os governos e as instituições públicas (numa verdadeira
economia de mercado, grande parte dos bancos europeus já teriam falido), os
homens que realmente governam o mundo e o País passaram a ter rosto e voz. Pelos
seus atos recentes, percebíamos que estávamos perante sociopatas. As suas
palavras tresloucadas apenas o confirmam.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-lumpencapitalismo=f791337#ixzz2MffZ4mxz
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