quinta-feira, 28 de março de 2013

NO PRÓXIMO 30 DE MARÇO » ENCONTRO COM KWAME KONDÉ


 

 BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL  28 de FEVEREIRO 2013

Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:


                                                              ***
                                                                        INDICE

                                                               1.PORTUGAL-Visões

2.NOTÍCIAS

3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises

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1–VISÕES
30 DE MARÇO » ENCONTRO COM KWAME KONDÉ (Francisco Fragoso)

O Regresso da Poesia às Noites Crioulas do Poço dos Negros

Gostávamoa de vos ver por cá. A poesia cabo.verdiana merece. 
Participe(m) nas actividades do Centro InterculturaCidade e contribua para manter um espaço livre e plural de encontro e cidadania.

Abs
Mário Alves




Programa:
19:00 - Apresentação do livro "Espicilégio/Antologia nº 1", de Kwame Kondé seguido de recital de Poesia


21:00 - Jantar tradicional de Cabo Verde
Sujeito a inscrição prévia por email ou telefone (até dia 29)
Ementa: Linguiça frita; feijoada de feijão pedra; pudim de queijo
Contribuição (jantar + concerto): 13 crioulos (não inclui bebidas)

22:00 - Música ao vivo na voz e violão de PALÓ
Entrada: 3 crioulos

Marcações:
Tel: 21 820 76 57  |
 info.interculturacidade@gmail.com
Travessa do Convento de Jesus, 16 A, 1200-126 Lisboa

 

2-  NOTICIAS

Portugal sem passaporte e outros veículos 




 






 
A paixão de Sócrates
por Pedro Santos Guerreiro
JORNAL DE NEGÓCIOS -  > 22 Março 2013 -


> O homem é um colosso. Só alguém tão carismático como José
> Sócrates poderia regressar menos de dois anos depois. Mas mesmo isso não
> bastaria se as actuais lideranças políticas fossem fortes. Não o são:
> no Rato e na Lapa só há pão-de-ló. Em Belém, chá.
> 
> Só se pode encher o que está vazio. A orfandade de lideranças políticas
> é um buraco tão monstruoso que lá cabe o PS, o PSD e, vá lá, a União
> Europeia inteira. Ora, Sócrates é uma caderneta de defeitos mas é um
> líder, um excelente comunicador e um animal político não apenas feroz,
> mas também mais eficaz que todos os outros juntos. Não é carnívoro nem
> herbívoro, segundo a legenda de Marcelo Rebelo de Sousa: é omnívoro. Um
> profissional temível entre amadores amáveis.
> 
> Sócrates será um campeão de audiências (sempre o foi, mesmo em Paris) e
> de fracturas. O seu carisma e linguajar populista acomodam-se a uma
> idolatria chavista. É, além disso, um personagem intrigante: nunca antes
> nem depois dele se escreveram tantos "perfis psicológicos" sobre um
> primeiro-ministro. O país tem uma paranóia com ele, entre os que o odeiam
> e os que o amam. Ele não une, atrai e repele, pelo que divide. Mas vai
> meter António José Seguro num chinelo e bater em Passos com o outro.
> 
> Sabe o que pensa Passos Coelho da União Europeia? Sabe como quer Seguro
> resolver os desequilíbrios macroeconómicos do país? Sócrates diz duas
> frases e toda a gente percebe, concordando ou discordando. Isso é
> política. E isso vai retirar o PS do centro da oposição.
> 
> É por isso que há neste regresso de José Sócrates muito mais que uma
> inconveniência ou uma excitação. Da mesma maneira que até Manuela
> Ferreira Leite já chegou a ocupar o espaço de Seguro, Sócrates vai
> liderar a oposição. Vai acertar contas com Cavaco Silva, que pensou ter
> dado o golpe de misericórdia no célebre prefácio de há um ano. Vai
> acertar contas com Passos Coelho, que, sabe-se hoje, mentiu quando se disse
> surpreendido pelo PEC IV.
> 
> As culpas de Sócrates estão documentadas. São gigantes. Como
> primeiro-ministro, praticou um relativismo moral assustador e um
> utilitarismo da verdade; endividou o país com políticas de betão que
> faliriam, tomou conta dos negócios e se hoje diz que só fez o que a
> União Europeia o mandou fazer, então é igual a Passos na obediência à
> troika. A saída de Sócrates foi penosa, numa cegueira enlouquecida e
> negacionismo alucinado que ajoelhou o país. Por tudo isso perdeu umas
> eleições e será ou não derrotado noutras. Mas nada disso o impede de
> voltar. Ainda nos irritaremos, ou riremos, quando ouvirmos Sócrates dizer
> que deixou o Governo com um desemprego de apenas 12%, o PIB sete pontos
> percentuais maior, a riqueza gerada por cada português ("per capita") mil
> euros mais alta que agora.
> 
> O regresso de Sócrates é um murro na vidraça desta política açucarada
> em que vivemos. Mas não é só ele. Ontem, Teixeira dos Santos acusou o
> Governo de memória curta, Maria de Lurdes Rodrigues deu uma entrevista ao
> i contra os despedimentos de professores, Jorge Coelho estreou-se na SIC
> Notícias, Pedro Marques atacou Gaspar no Parlamento, Francisco Assis
> escreveu no Público e Ferro Rodrigues criticou o Governo. Neste
> "comeback", Elvis não estão só. Não é a brigada do reumático, mas é
> a brigada do traumático. E Seguro, sim, ficará desasado.
> 
> Líderes fortes não dariam espaço a quem deixou o país casado à força
> e de papel passado (e assinado) com uma troika que despreza. Mas os
> partidos são as vítimas de si mesmos, da falta de possibilidade de
> renovação, da preservação doentia. É sempre a mesma gente e, quando é
> outra (como Rui Moreira tenta no Porto), é triturada pelas debulhadoras.
> 
> Na célebre parábola d’ "Os Irmãos Karamazov", de Dostoiévski, o
> Grande Inquisidor manda prender Jesus Cristo, que, regressado à Terra em
> pleno século XVI, se passeia incógnito, mas é reconhecido: toda a gente
> sente o seu poder. Sócrates regressa à entrada da Quaresma, quando os
> cristãos trilham o caminho do esforço para se purificarem e acreditam de
> novo que tudo é possível. Para chegar à ressurreição é preciso passar
> pela paixão. E paixão não falta a Sócrates. Nem ódio por ele.
> 
> Isto não é um show de televisão, isto é política. Sócrates não vai
> ser comentador, vai ser poderoso, vai forçar a definição de uma nova
> expectativa política em Portugal, vai pôr em causa a água choca desta
> ordem estabelecida, partindo o que antes se dobrava. Vai desestabilizar.
> Vai contribuir para a ingovernabilidade. Vai arregimentar quem prefere dar
> murros em vez de abraços. Vai ser um fartote


Álvaro Cunhal

                                                          por Pedro de Pezarat Correia [*]

No passado sábado, 23 de Março, numa Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa completamente lotada, teve lugar uma sessão cultural evocativa da figura de Álvaro Cunhal, que inicia um ano dedicado às comemorações do centenário do seu nascimento. Não pertencendo nem nunca tendo pertencido ao Partido Comunista Português (PCP) situo-me, porém, no grupo daqueles que consideram que o PCP se inscreve na área política que gostariam de ver o povo português escolher para liderar os destinos do país. Aqui fica o meu registo de interesses para que não haja equívocos com esta nota no GDH.

Com muito gosto aceitei o convite que me dirigiram para integrar a Comissão Promotora e estive presente na Aula Magna onde, entre muitas vantagens, beneficiei da oportunidade de ouvir mais um magnífico discurso do reitor da Universidade, professor Sampaio da Nóvoa. Guardo de Álvaro Cunhal, do cidadão, do resistente e precursor do 25 de Abril, do político, do estadista, do intelectual multifacetado, um profundo respeito. Particularmente agora, quando as figuras menores que têm passado pelo poder sem honra e sem dignidade vêm aviltando a imagem dos políticos e da democracia – e este é dos pecados maiores que lhes devem ser cobrados –, é justo e é pedagógico, evocar alguém que se empenhou profundamente na política sem mácula, sem cedências susceptíveis de violarem os princípios, os valores, os compromissos. Álvaro Cunhal era uma referência para quantos, independentemente dos sectores ideológicos e partidários em que se situassem, cultivavam o rigor na gestão da polis, na política, porque era de uma enorme exigência. Mas começava por ser exigente consigo próprio. Concordasse-se ou discordasse-se dele, confiava-se nele.

Recordo que, quando partilhei algumas responsabilidades no país e, com os meus camaradas, discutíamos ou analisávamos a situação política, o sentimento generalizado em relação a Álvaro Cunhal era o de que se tratava de um homem de carácter, credível no que dizia, fiável naquilo com que se comprometia. Aí pela década de 90, quando eu já estava reformado da vida militar e Álvaro Cunhal já deixara a liderança do PCP, encontrávamo-nos, não com muita frequência mas com alguma regularidade, por vezes com mais dois ou três amigos. Eram conversas privadas, interessantíssimas, trocas de impressões passando em revista as conjunturas nacional e internacional. E Álvaro Cunhal gostava de frisar o que mais o marcara quando teve de lidar com os militares na política no período revolucionário e nos anos em que perdurou o Conselho da Revolução e um militar na presidência da República: eram homens de palavra. E isso fora decisivo na manutenção de relações de respeito mútuo.

Há um aspecto que não posso deixar de registar. Hoje, quando a União Europeia navega em águas agitadas sem rumo perceptível e em que os chamados países periféricos sofrem as consequências de decisões que parecem tudo menos inocentes, é oportuno recordara voz lúcida de Álvaro Cunhal que na altura muitos acusaram de "velho do Restelo". Quando os responsáveis políticos embandeiravam em arco com a adesão à Comunidade Económica Europeia e a entrada no "clube dos ricos", quando a maioria do povo português embarcava na euforia da festa das remessas dos fundos estruturais e se empanturrava em betão a troco do abandono da agricultura, da extinção da frota pesqueira, do esvaziamento da marinha mercante, do encerramento de indústrias de base, Álvaro Cunhal alertava e repetia: os portugueses irão pagar isto. Era ouvido com cepticismo. Não me excluo, a palavra de Álvaro Cunhal levava-me a reflectir, mas deixava-me dúvidas.

Álvaro Cunhal tinha razão. Os portugueses estão a pagar isso.

25 de Março de 2013



 

3 –  A CRISE



VENCER A CRISE COM O ESTADO SOCIAL E COM A DEMOCRACIA

CONFERÊNCIA A REALIZAR NO DIA 11 DE MAIO, EM LISBOA

DESEMPREGO NA EUROPA TENDE A CRESCER

http://resistir.info/

"Nada se pode fazer sem a aprovação da Alemanha. E, francamente, a Alemanha seria insana se alterasse o status quo actual que a faz funcionar melhor que o resto da Eurozona. Simplesmente insana". Quem diz isto é o Dansk Bank . "Quem mais pode jactar-se de a sua taxa de desemprego ser significativamente inferior àquela de antes da crise financeira?", pergunta o banco dinamarquês. E conclui: "Portanto, aperto monetário, baixa inflação, austeridade. Isso está a funcionar em grande para o país que tem o poder".
Está tudo dito. A saída da zona euro é uma necessidade objectiva para os países da Europa do Sul.





TEMPOS INTERESSANTES
Os tempos que vivemos são interessantes para um economista. Isto é dito do mesmo modo como um médico poderia dizer que um tumor é algo "interessante". Os acontecimentos de Chipre ensinam lições. Em primeiro lugar deve-se assinalar o descalabro da Europa dos monopólios: O confisco de depósitos bancários é algo mais próprio do Terceiro Mundo do que de um país da União Europeia. Terem eles chegado a medidas deste tipo mostra o desespero em que se encontra o capital monopolista e financeiro europeu. Em segundo lugar, deve-se verificar o fracasso dos seus planos. O endividamento é a forma moderna de submeter à servidão países como Chipre, Grécia, Portugal, etc. O objectivo é transformarem-nos em pasto do capital monopolista e financeiro para o saqueio (através de privatizações selvagens) e da extracção permanente de rendas. Isso fracassou porque não tiveram cash suficiente para cobrir a dívida cipriota. E agora surge a jogada de mestre russa, com a oferta da Gazprom de cobrir a dívida cipriota. Ela é digna dos melhores jogadores de xadrez. A UE queria reservar o saqueio de Chipre só para os monopólios da Europa ocidental – não para os russos. A oferta russa veio estragar-lhes os planos. Bruxelas terá de contorcer-se toda a fim de encontrar uma justificação para a recusa. E já vai dando instruções ao seu preposto local na presidência de Chipre para dizer que prefere uma "solução europeia". Aguardemos os próximos capítulos.

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