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16 de FEVEREIRO 2013
Notícias–Visões
e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
ANO BRASIL
PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:
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INDICE
INDICE
1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises
&&&
Prece
–
Fernando Pessoa
Narração Maria Bethania
Senhor, que és o Céu e a Terra, que és a Vida e a Morte
O Sol és Tu e a Lua és Tu e o Vento és Tu, também
Onde nada está, Tu habitas
Onde tudo está - (o Teu templo) - eis o Teu corpo
Dá-me alma para Te servir e alma para Te amar.
Dá-me vista para Te ver sempre no Céu e na Terra
Ouvidos para Te ouvir no Vento e no Mar
E mãos para trabalhar em Teu nome.
O Sol és Tu e a Lua és Tu e o Vento és Tu, também
Onde nada está, Tu habitas
Onde tudo está - (o Teu templo) - eis o Teu corpo
Dá-me alma para Te servir e alma para Te amar.
Dá-me vista para Te ver sempre no Céu e na Terra
Ouvidos para Te ouvir no Vento e no Mar
E mãos para trabalhar em Teu nome.
Torna-me puro como a Água e alto como o Céu
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos
Nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos
E Te servir como a um pai.
Minha vida seja digna da Tua presença
Meu corpo seja digno da Terra, Tua cama
Minha alma possa aparecer diante de Ti
como um filho que volta ao lar
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos
Nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos
E Te servir como a um pai.
Minha vida seja digna da Tua presença
Meu corpo seja digno da Terra, Tua cama
Minha alma possa aparecer diante de Ti
como um filho que volta ao lar
Torna-me grande como o Sol
para que eu Te possa adorar em mim
Torna-me puro como a Lua
para que eu Te possa rezar em mim
E torna-me claro como o Dia
para que eu Te possa ver sempre em mim
Senhor, protege-me e ampara-me
Dá-me que eu me sinta Teu
Senhor, livra-me de mim!
para que eu Te possa adorar em mim
Torna-me puro como a Lua
para que eu Te possa rezar em mim
E torna-me claro como o Dia
para que eu Te possa ver sempre em mim
Senhor, protege-me e ampara-me
Dá-me que eu me sinta Teu
Senhor, livra-me de mim!
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2- NOTICIAS
Posted: 16 Mar 2013 05:24 AM PDT
O primeiro-ministro Passos Coelho
afirmou esta sexta-feira, em Aveiro, que “as previsões são apenas previsões”
e que devemos “aproveitar as previsões não para cruzar os braços mas para
trabalhar de modo a evitar que elas se possam concretizar”.
Passos Coelho comentou hoje as
novas previsões do Governo, que apontam para uma taxa de desemprego de 18,2%
e uma contracção da economia de 2,3% este ano. Contudo, esta manhã, o
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, admitiu mesmo que o desemprego atinja um
pico de 19% durante 2013.
Ao falar numa conferência em
Aveiro, o primeiro-ministro afirmou que as previsões não passam disso mesmo,
de previsões, defendendo que, em vez de cruzar os braços, Portugal deve
trabalhar para evitar que se cumpram.
“As previsões são, no entanto,
apenas previsões. Elas foram evidentemente concebidas tendo em conta os dados
mais recentes do contexto externo e a aprendizagem da recessão que o País fez
no ano de 2012”, afirmou Passos.
“Mas uma coisa é olhar para as
previsões que nos dão indicações sobre como poderemos estar daqui a um ano.
Outra coisa é aproveitar estas previsões, não para cruzar os braços, mas
trabalhar de modo a evitar que elas se possam concretizar”, frisou o
primeiro-ministro.
Passos Coelho, que participava no
encerramento de um congresso sobre a região de Aveiro, frisou ainda que, no
que respeita ao emprego, o principal desafio é “lançar a reforma estrutural
para que a economia se possa relançar num crescimento sustentável” e assim
criar empregos.
“Não podemos oferecer aos jovens
falsas oportunidades. O verdadeiro emprego não é criado nem com politicas
activas nem pelo Estado, mas é criado pelas empresas”, sublinhou também o
chefe do Executivo, alertando ainda que “o esforço e as metas que temos para
cumprir continuarão a exigir grande vigor e grande força de vontade”.
ao minuto
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Programa “Portugal Sem Passaporte”
deste domingo mostra crise, musica e informação em todos os sentidos
Posted: 16 Mar 2013 04:50 AM PDT
A cantora Linda de Susa abre musicalmente o programa “Portugal Sem
Passaporte” que Graciano Coutinho produz e apresenta aos domingos pela Rádio
Expresso FM, 90,7 – a partir das 7 da manhã.
Depois vem Roberta Miranda,
comprovando seu amor ao fado, seguindo-se depoois Edgar Canelas com sua Alma
Lusa na tradicional viagem pelo mundo do fado e suas novidades musicais.
Amália Rodrigues será recordada com saudade no “regresso ao Futuro” e que antecipa
a crónica do jornalista Fernando Cruz Gomes que, desmotivado face à crise
lusitana fala aos ouvintes sobre a tristesa dos desacertos e deixa claro o
quanto “Somos Pequenimos” apesar duma herança heroica e gigantesca do
passado.
Sempre intercalado por boa musica –
Kátia Guerreiro e Martinho da Vila – são o exemplo dando e recebendo aplausos
antes das noticias oferecidas pela Braselco, as energias que transformam o
futuro. As noticias são mais para negatico do que positivo e falam da Tap –
que foi eleita a mehor companhia da Europa e America do Sul – com uma nova
greve, um absurdo em plena Páscoa que já motivou até ontem mais de 30
mil reservas canceladas e 15 milhões em prejuiso, ou seja: tudo o que ganhou
ano passado perde em apenas 3 dias devido a essa greve. O destaque noticioso
vai para o cenário pouco brilhante que o ministro das Finanças, Vítor
Gaspar, apresentou aos portugueses, que ontem traçou o quadro negro que
iremos viver em 2013 e 14, que ouviremos por suas proprias palavras. Mas descobriremos
que o Governo parece estar no caminho correto e até que os portugueses não
confiam em nenhum outro partido a não ser o PSD, verificando-se que as
pesquisas ontem divulgadaqs aumentaram o partido em 4 pontos percentuais.
Ana Malhoa e Roberto Leal dão sequencia
ao programa que tem ainda o Dr. Adriano Albino em seu roteiro semanal, numa
viagem entre Celorico da Beira e Tras os Montes. O programa tem ainda Carlos
do Carmo, Fausto e uma rápida entrevista com o Deputado portugues Carlos
Páscoa que desde ontem está em Fortaleza.
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Posted: 15 Mar 2013 11:09 AM PDT
A manifestação da Frente Comum de sindicatos da administração pública
chegou ao Ministério das Finanças no Terreiro do Paço, em Lisboa, onde
milhares de manifestantes fazem ouvir-se sob vigilância policial, duas horas
depois de partir do Marquês de Pombal.
A manifestação decorreu até aqui de
forma ordeira, não se registando quaisquer incidentes durante o percurso,
estando agora concentrada em frente ao edifício onde, esta manhã, o ministro
Vitor Gaspar anunciou os resultados da sétima avaliação da ‘troika’ (Banco
Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional).
Os manifestantes erguem cartazes
nos quais pedem a demissão do Governo e o fim da política de austeridade,
tendo sido todo o percurso acompanhado por palavras de ordem como “O povo
unido jamais será vencido” e “O FMI não manda aqui”.
Quando todos os manifestantes que
participam nesta ação estiverem reunidos no largo em frente ao Ministério das
Finanças seguir-se-ão os discursos dos dirigentes sindicais como a coordenadora
da Frente Comum, Ana Avoila, e o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
Um cordão policial impede os
manifestantes de se aproximarem da entrada do Ministério das Finanças e na
rua lateral é possível observar cerca de 15 carrinhas do corpo de intervenção,
bem como agentes acompanhados por cães.
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Posted: 15 Mar 2013 10:14 AM PDT
O PSD é o único partido que sobe nas intenções de voto dos portugueses
apesar do PS continuar a ser o mais votado, revela uma sondagem realizada
pela Universidade Católica para o DN, JN, RTP e Antena 1.
O PSD regista mais quatro pontos
percentuais do que em Setembro de 2012, perfazendo 28% do total de votos dos
inquiridos. O PS mantém os 31% de há meio ano atrás. Já o CDS desce dois
pontos percentuais, enquanto o Bloco de Esquerda desce 3 pontos. A descida menor
pertence ao PCP que apenas perde 1 ponto percentual nas intenções de voto.
A sondagem foi realizada uma semana
após a manifestação de 2 de Março, o que mostra que o PS não estará a
conseguir capitalizar a contestação ao executivo de Passos Coelho.
Quanto à avaliação ao governo, a
maioria dos inquiridos considera que esta é “negativa” ou “muito negativa”.
77% dos portugueses pensa que o executivo não tem tido um bom desempenho mas,
em contraste, 61% julgam que a oposição não faria melhor se estivesse no poder.
A demissão do governo é um dos
temas que divide os inquiridos. 46% dos inquiridos considera que a manutenção
do executivo é o caminho a seguir, enquanto 45% defende a sua demissão. 9%
dos inquiridos “não sabe”.
Os líderes políticos receberam
todos nota negativa por parte dos portugueses. Cavaco Silva melhora em uma
décima o seu desempenho, mas mantém a negativa dada pelos portugueses já por
três vezes. Contudo, o presidente da República continua a ser o mais popular
com 48% de índice.
i
Jerónimo de Sousa aparece em
segundo lugar com um índice de popularidade de 47% contra os 43% de Paulo
Portas e António José Seguro. No Bloco de Esquerda, João Semedo tem 44%
enquanto Catarina Martins segue com 41%.
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Posted: 14 Mar 2013 09:35 AM PDT
O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, revelou esta
quinta-feira, em conferência de imprensa, alguns pormenores sobre o modo como
decorreu o conclave que elegeu o cardeal Jorge Bergoglio como Papa. Entre as
revelações, D. José Policarpo disse que já convidou o Sumo Pontífice a
visitar Portugal.
Como o cardeal argentino Jorge
Bergoglio foi cardeal ao mesmo tempo que o patriarca de Lisboa, D. José
Policarpo, estiveram lado a lado durante os trabalhos do conclave e, esta
manhã, o Cardeal português revelou, em conferência de imprensa, alguns
pormenores da eleição do sucessor de Bento XVI.
“[Estava] muito sereno. Via-se que
estava denso, brinquei com ele e às páginas tantas até mudou de cor e começou
a ficar vermelho”, disse D. José Policarpo, referindo que “a votação foi
rápida. A nossa dúvida no último escrutínio era se ia dar os votos que ele
precisava, mas deu ainda mais”.
Mas, segundo o cardeal patriarca de
Lisboa, “quando chegou aos 67 [votos], era maioria absoluta, e como já
aconteceu da outra vez, houve uma grande salva de palmas, depois foi tudo com
muita simplicidade”.
“Ele [Jorge Bergoglio] é um homem
muito simples, muito caloroso, muito afável, e não me pareceu nada
atrapalhado, antes pelo contrário, quando se vestiu de branco ficou ainda
mais à vontade”, afirmou.
No final desta conferência, D. José
Policarpo revelou ainda que, após a eleição de Jorge Mario Bergoglio,
convidou o Papa Francisco a vir a Portugal. “Posso dizer que no cumprimento
final, já como Papa, lhe disse que nós gostaríamos muito de o receber em
Portugal”, afirmou D. José Policarpo, acrescentando que não obteve qualquer
resposta, até porque “nem ele [o Papa Francisco] a podia dar, coitado,
naquela altura”.
Como amplamente anunciado,
o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, arcebispo de Buenos
Aires, foi ontem eleito como sucessor de Bento XVI ao quinto escrutínio do
Conclave, após pouco mais de 24 horas de votações à porta fechada, na Capela
Sistina.
noticias
ao minuto
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Abrir portas às empresas
portuguesas no estrangeiro é um dos objetivos dos empresários da construção
Posted: 14 Mar 2013 08:17 AM PDT
Abrir portas às empresas portuguesas no estrangeiro e criar “lobby”
entre os portugueses que vivem em Portugal e os que vivem além-fronteiras
foram dois dos objetivos do Encontro de Empresários da Diáspora do Ramo das
Construção e Habitação, que ontem chegou ao fim.
Um encontro que reuniu em Lisboa,
desde segunda-feira, cerca de 20 empresários, engenheiros e arquitetos
portugueses residentes em França, Luxemburgo, Reino Unido, Brasil, Estados
Unidos e Canadá e que, no regresso aos países de acolhimento, vão levar na bagagem
os pedidos do secretário de Estado das Comundiades.
José Cesário aponta os caminhos que
os portugueses residentes no estrangeiro devem seguir para ajudar Portugal a
ultrapassar a crise.
Sem pessimismos sobre a crise
nacional, os participantes do Encontro de Empresários da Diáspora do Ramo da
Construção e Habitação sublinharam que também é nas alturas difíceis que
surgem as maiores oportunidades. Por exemplo, no setor da construção civil, a
reconstrução pode e deve ser uma aposta, sublinhou João Macara, administrador
da Mecanotubo, especialista em pontes e viadutos, com filial no Brasil e
Moçambique.
Habituado a crises está Joe Branco,
engenheiro civil e fundador há 25 anos da EIC, especializada na construção de
túneis, projectos de utilidade publica e de rua em Nova Iorque.
Objetivos traçados pelos
empresários da Diáspora do ramo da construção e habitação, na hora do adeus a
Lisboa, onde desde segunda-feira estiveram reunidos sob a égide da Secretaria
de Estado das Comundiades Portuguesas, em parceria com a AICEP e o
LNEC-Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Lisboa.
rtp
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Posted: 14 Mar 2013 05:39 AM PDT
Fernando Pinto – O lucro da TAP ano
passado, 16 milhões, desaparece com o prejuizo da greve em 3 dias.
O
presidente da TAP, Fernando Pinto, disse, esta terça-feira, que já foram
canceladas 21 mil reservas de voos para os dias da greve, de 21 a 23 de
Março, um protesto que, a concretizar-se, deverá custar 15 milhões de euros.
O presidente da TAP, que falava aos
jornalistas à margem de um debate numa livraria lisboeta, afirmou que foram
canceladas 21 mil reservas até segunda-feira, acrescentando que “até ao dia
da greve [o número de reservas canceladas] vai sempre aumentar”.
Interrogado sobre quais os custos estimados
da greve, Fernando Pinto adiantou que o protesto tem um custo “em torno dos 5
milhões [de euros] por dia”, pelo que três dias de greve pode praticamente
anular os lucros da empresa em 2012, que ascenderam aos 16 milhões.
O presidente da companhia aérea
disse ainda que se mantém em conversações tanto com o Governo como com os
sindicatos para chegar a um acordo que permita impedir esta greve de três
dias, mas ainda sem resultados.
“Obviamente que nós não desistimos.
O tempo todo mantemo-nos em conversações e em contacto com os sindicatos e
com o Governo, mas a verdade é que é uma posição ainda difícil”, reconheceu
Fernando Pinto.
O presidente da TAP voltou a
afirmar que “toda a greve tira valor” à empresa, considerando que “é muito
ruim principalmente para a imagem da empresa e para os passageiros”.
No entanto, Fernando Pinto entende
que há “um ponto positivo, que é o facto de não ser exactamente na semana da
Páscoa”, o que, acrescentou, demonstra “respeito pelos portugueses, que já
estão com tantos problemas”.
Os 12 sindicatos representativos
dos trabalhadores da TAP já entregaram o pré-aviso de greve para os dias 21,
22 e 23 de Março, em protesto contra os cortes salariais na companhia área.
Em Fevereiro, a TAP implementou os
cortes salariais determinados para a generalidade da função pública e das
empresas do sector empresarial do Estado, entre os 3,5% e os 10%, em salários
brutos acima de 1.500 euros.
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Brasil
lidera importação de azeites embalados
O Brasil continua a ser o principal
importador dos azeites embalados portugueses, “absorvendo mais de 60% das
nossas exportações totais”. Nesse mercado, aponta Mariana Matos, “Portugal
detém uma quota de cerca de 55%, sendo líder incontestado”.
Com um crescimento “também muito
significativo surge na lista de compradores o mercado de Angola, seguido de
Venezuela e Estados Unidos”.
A secretária-geral da Casa do
Azeite sublinha também que “em termos de exportações de azeite a granel, isto
é, sem marca, as vendas para Espanha e Itália têm crescido muito nos últimos
anos”, o que faz destes mercados os dois “mais representativos a seguir ao
Brasil”, alertando que convém, no entanto, lembrar estão em causa “dois tipos
de exportações muito distintas”.
Os transalpinos têm, aliás,
investido numa outra estratégia que passa pela aquisição de azeite português
para revenda. Embora, à partida, esta prática possa parecer uma ameaça ao
negócio português, Mariana Matos desvaloriza e considera que estas são
“transações normais no mercado mundial de azeites a granel, que se verificam
entre os vários países comunitários e não só”.
“[Esta aquisição] representa o
reconhecimento da qualidade do azeite português, bem como a disponibilidade
que hoje existe em Portugal, e que é relativamente recente, de lotes de
azeite com elevada qualidade e quantidade”, defende.
“A curiosidade é que Portugal era
um país tipicamente importador de azeites a granel e, agora, começa também a
ser um país exportador”, nota ainda, realçando que a situação é impossível de
contrariar “já que nos encontramos num espaço económico aberto, com livre circulação
de pessoas e mercadorias” e que não há interesse em fazê-lo.
China e
Rússia entre as maiores apostas para o futuro
As atenções do setor do azeite
estão, por outro lado, voltadas para a expansão para novos mercados, em
particular os “gigantes” China e Rússia, acerca do potencial dos quais
existe, admite Mariana Matos, “uma grande expectativa”.
“Ambos têm apresentado um
crescimento muito significativo nos últimos anos e são encarados como os dois
mercados de maior crescimento potencial no futuro, mas será necessário fazer
um esforço continuado de promoção deste produto para que se possam alcançar
resultados satisfatórios”, avisa.
No entender da secretária-geral, a
principal dificuldade de penetração nestes mercados prende-se com o facto de
o azeite ser “um alimento totalmente desconhecido nas suas culturas” apesar
dos seus “excelentes argumentos do ponto de vista nutricional e dos seus
benefícios para a saúde”.
“As pessoas têm que se habituar a
valorizar o produto e a incorporá-lo na sua dieta habitual. Sem um esforço
significativo, coordenado e continuado será muito difícil conquistar esses
gigantescos mercados”, reconhece Mariana Matos.
Abrandamento
no ritmo deverá marcar 2013
Para 2013, as perspetivas são de
crescimento, mas com reservas, tanto em relação ao mercado externo, como ao
mercado nacional. A responsável antevê um ligeiro abrandamento do ritmo
“devido ao aumento dos preços do produto na origem”.
“Em termos de mercado interno, e
pela mesma razão, pensamos que também não haverá um crescimento do consumo,
sendo mesmo provável uma ligeira quebra, tendo em conta as dificuldades que o
país atravessa e o aumento dos preços do produto no mercado”, conclui.
boas
noticias
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Posted: 14 Mar 2013 04:52 AM PDT
As exportações portuguesas de pera rocha do Oeste aumentaram de
84 mil toneladas na campanha de 2010 para 90 mil toneladas 2011, revelou,
esta quarta-feira, a Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha (ANP).
Os dados da campanha de 2011 da
ANP, a que a agência Lusa teve acesso, revelam que foram produzidas 223 mil
toneladas em Portugal, 115 mil das quais pelos seus associados. Destas, 90
mil foram vendidas no mercado externo, sobretudo no Brasil, Reino Unido,
França, Rússia, Alemanha e Polónia.
Em declarações à Lusa, Sofia Comporta,
secretária-geral da ANP, que, esta quarta-feira, premeiou os melhores
produtores da campanha num evento no Bombarral na presença da ministra da
Agricultura
Segundo a responsável, apesar da
conjuntura internacional desfavorável ao consumo, o aumento das exportações é
justificado, entre outros fatores, com o aumento da capacidade de
armazenamento dos sistemas de conservação em frio.
Sofia Comporta explicou ainda que a
campanha deste ano (2012/2013) será emblemática, porque, mesmo com uma quebra
de 50% na produção, a desvalorização dos preços no mercado nacional leva os
produtores a exportar mais para atenuar os aumentos dos custos de produção.ANP espera aumentar a
internacionalização da pera
A secretária-geral da ANP adiantou
também que a associação vai sensibilizar a ministra Assunção Crista com vista
ao avanço no sentido de uma internacionalização da pera rocha do Oeste, cujo
objetivo será a entrada em novos mercados como os EUA, a Índia, a China e a
África do Sul, grandes consumidores que não dispõem de fruta no período do
ano em que existe a pera rocha.
No total, 99% da pera rocha
nacional é produzida nos concelhos da zona oeste de Lisboa, entre Mafra e
Leiria, numa área de c ultivo de 11 mil hectares. Os concelhos de maior
produção são o Cadaval e o Bombarral, o que deu a esta pera o nome de pera
rocha do Oeste.
Segundo a ANP, existem 12.800
hectares de pomares de pera rocha e, por ano, são produzidas, em média, 195
mil toneladas de fruta e faturados 140 milhões de euros. Sendo o quinto maior
produtor e consumidor europeu de pera, a par da França, Portugal possui um
volume de exportações de 120 mil milhões de euros.
Saliente-se que a pera rocha do
Oeste possui Denominação de Origem Protegida, o que indica um reconhecimento
da qualidade da fruta portuguesa por parte da União Europeia.
boas
noticias
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Posted: 14 Mar 2013 04:42 AM PDT
O porto de Sines entrou, pela primeira vez, no “top 25″ dos maiores
portos europeus depois de ter alcançado, em 2012, um novo máximo de 28,6
milhões de toneladas de mercadorias movimentadas. O porto alentejano foi,
além disso, o porto europeu que mais cresceu durante o ano passado, tendo
registado um incremento de 11% nas movimentações.
Com os resultados obtidos em 2012,
o porto de Sines assegurou o 24º lugar na Europa, superando, no total da
movimentação, os portos de Dublin (na Irlanda) e de Gdansk (na Polónia) e
ficando a menos de 100 mil toneladas do porto de Huelva e a menos de 1 milhão
de toneladas do porto de Bilbao (ambos em Espanha), que o precedem na
qualidade total de movimentação anual.
Os dados foram avançados, em
comunicado, pela Administração do Porto de Sines (APS), que, baseada em
informações do ESPO – European Sea Port Organization, adianta que o “ranking”
ibérico é liderado pelo porto de Algeciras, seguido de Valência e
Barcelona.
No que toca ao segmento dos
contentores, onde se registou um aumento de 24%, tendo sido ultrapassada a
marca dos 553.000 TEU (unidade internacional equivalente a um contentor de 20
pés de comprimento), o porto de Sines assume-se como o 2º porto em maior
crescimento logo a seguir ao porto de Gdansk e acima do de Algeciras, cujo
incremento foi de 13%.
Também em 2012, as exportações do
porto continuaram a crescer na ordem dos 27%, tendo como principais países
destinatários EUA, China, Brasil, Gibraltar, Reino Unido, França, Holanda,
Bélgica, Espanha e Marrocos.
Segundo a APS, “as condições
naturais do porto de Sines tornam-no apto a receber navios de grande porte,
com calados acima de 16 metros sem quaisquer limitações de maré”. Em 2012, o
porto recebeu “um maior número de escalas de navios, com maior dimensão, o
que permite reforçar o seu posicionamento como um ‘hub’ europeu por
excelência”.
A associação prevê ainda, para este
ano, um crescimento “contínuo e sustentado da carga contentorizada” em
consequência do anúncio recente de um novo serviço para a África do Sul e que
se soma ao aumento quantitativo dos atuais serviços de linha regular e ao
progressivo crescimento do tráfego pelo Canal do Suez.
boas
noticias
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Portugal sem passaporte – 18 março
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Posted:
17 Mar 2013 11:44 AM PDT
Renato
Casagrande:Novos investidores são sempre bem-vindos em nosso Estado.
O Governador do
Estado do Espirito Santo é um admirador da Comunidade Portuguesa residente e
a trabalhar na região Capixaba e diz que tem muito orgulho da presença
lusitana do passado e do presente e que os portugueses são muito benvindos ao
Espirito Santo.
As
declarações – aqui em síntese -foram concedidas ao jornalista Graciano
Coutinho, semana passada, e fazem parte duma série de reportagens exclusivas
para Portugal.
“O
português Vasco Fernandes Coutinho foi o primeiro capitão donatário da
Capitania Hereditária do Espírito Santo. Então, os portugueses participaram
ativamente da história de construção do nosso Estado, que tenho a honra em
Governar, disse o dinamico o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande
(PSB), classificou de “incompatível” a postura de deputados e senadores que se
reuniram na quarta-feira para debater questões do pacto federativo com os
governadores uma semana após a derrubada dos vetos da presidente Dilma
Rousseff à lei que redistribui os recursos dos royalties e participação
especial do petróleo.
E
entre politica brasileira, o Governador Casagrande não esconde a satisfação
para com a Comunidade Luso-Brasileira. ”Ficamos honrados com a presença da
Comunidade Portuguesa, que contribui para a riqueza e diversidade de nossa
cultura e de nossa economia.
Depois,
considerando a atual situação financeira de toda a Europa e consecuentemente
a crise portuguesa, Casagrande observa a chegada de portugueses investidores,
assim como técnicos qualificados, sobretudo engenheiros e diz que eles são
importantes para o Brasil.
“O
mundo passa por um processo de grandes mudanças e, alguns países,
especialmente no hemisfério norte, encontram desafios econômicos e
financeiros. Os mercados estão mudando e economias emergentes, como é o caso
da brasileira, surgem como boas alternativas para superar esse período mais
turbulento.
Já
contamos com investimentos portugueses no Espírito Santo, como é o caso da
EDP-Escelsa, que é uma de nossas concessionárias de energia elétrica.
Novos
investidores são sempre bem-vindos em nosso Estado. Temos apresentado, nos
últimos anos, taxas de crescimento econômico superiores à média do Brasil, e
isso mostra que há grandes oportunidades a serem aproveitadas em terras
capixabas.
Por
isso deixo aqui uma mensagem para transmitir aos portugueses capacitados nos
mais diversos segmentos interessados em emigrar para o Brasil, em especial
para o Estado do Espirito Santo.
Portugal
e Brasil têm afinidades históricas que podem ser potencializadas a cada
instante. Hoje, o Brasil dá segurança a qualquer investidor que deseja
ampliar os negócios.
Temos
mercado consumidor e regras claras que facilitam a chegada de capital
estrangeiro. O Brasil experimenta um ciclo virtuoso na economia e o Estado do
Espírito Santo joga luz neste desenvolvimento, registrando o dobro do
crescimento nacional nos últimos 15 anos, pelo menos.”
Estamos
localizados na região mais rica do país, a região Sudeste, cercados de
grandes centros consumidores como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e bem
próximos de São Paulo e da região Nordeste. Nossa logística integra o Brasil,
com terminais portuários que escoam produtos da região Centro Oeste e, também
recebem mercadorias do mundo inteiro que abastecem todo o país. Ligamos as
regiões Sudeste com o Nordeste brasileiro. Nossa localização, nossa vocação
para o comércio internacional e eficiência logística, nos credita ser o ponto
de encontro do Brasil contemporâneo. Densidade democrática controlada e
ordenamento no potencial de crescimento, vislumbram grandes oportunidades no
desenvolvimento do Estado do Espírito Santo.”
Sobre
quais as áreas de atuação que seria viável pela participação de portugueses
interessados em ir para aquele Estado, o Governador Casagranda quz que todas
as áreas são boas e diz: “A estrutura econômica capixaba é diversificada.
Conta com grandes projetos nas áreas naval, de celulose, mineração e
siderurgia, na indústria do petróleo e gás e sua cadeia; automotivo e, também
em arranjos produtivos locais como o de turismo, rochas ornamentais,
metalmecânico, moveleiro, vestuário, agronegócio, entre outros.
Nosso
desafio agora é promover um salto qualitativo, com a inserção de conteúdo
inovador no sistema produtivo capixaba, por meio da produção do conhecimento,
da inovação e do desenvolvimento.” concluiu o Governador.
Destaque-se
que o Espirito Santo tem uma área de 46.078 Km2 e 415 quilômetros de
litoral,tem localização estratégica, próximo às principais metrópoles do
país, possui o 5º maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país e sua
capital é considerada a segunda melhor cidade do país para fazer carreira e
tem a maior renda per capita entre as capitais brasileiras.
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Posted:
17 Mar 2013 08:27 AM PDT
No passado dia 7 de setembro, dia da Independência
do Brasil, começaram as comemorações do Ano de “Portugal no Brasil” e do
“Brasil em Portugal”. O momento foi assinalado com um caloroso concerto das
cantoras Roberta Sá e Mariza, em Brasília. Mas este momento veio também
reavivar uma ferida histórica entre os dois países.
Nos idos anos 90, os dentistas brasileiros, que
se queriam estabelecer em Portugal, tiveram sérias dificuldades na sua
certificação profissional. Agora, são os engenheiros portugueses que
enfrentam igual dificuldade no seu reconhecimento no Brasil.
Gostaria de
apresentar cinco motivos para que a certificação profissional dos jovens
engenheiros portugueses seja encarada como algo que interessa ao Brasil e não
com o peso de um episódio triste, que deveria ter sido evitado.
O primeiro motivo é
a formação acadêmica. Portugal tem excelentes escolas de engenharia e forma
anualmente bons profissionais. Um indicador da boa formação de base que
acompanha os engenheiros portugueses é o resultado dos últimos testes de PISA
da OCDE, em que Portugal ficou classificado entre a 27ª e a 33ª posições
(leitura, ciências naturais e matemática). O Brasil ficou entre a 53ª e a 57ª
posições.
O segundo motivo é
o custo. Os engenheiros portugueses são mais baratos, em média, do que os
engenheiros brasileiros. Em recente conferência realizada em São Paulo, um
empreendedor brasileiro explicou que consegue contratar um engenheiro
português por metade do custo de um brasileiro.
O terceiro motivo
prende-se com a necessidade. O Brasil tem um plano ambicioso para o
desenvolvimento de infraestruturas de energia, transporte, mineração, etc.
Estima-se que o Brasil precisaria de 100 mil novos engenheiros civis em 2011,
no entanto, formam-se anualmente cerca de 40 mil.
Ou seja, existe um
déficit de mão de obra qualificada, que constituirá, se não for reduzido a
tempo, um gargalo para o desenvolvimento do país.
O quarto motivo é a
inflação do mercado de trabalho. Nos últimos anos o chamado “apagão da mão de
obra” tem gerado uma pressão desmedida sobre os salários de pessoas com
formação superior. A aceitação de engenheiros estrangeiros (não só
portugueses) poderia ajudar a aliviar este ímpeto inflacionista.
O quinto motivo é
de natureza mais sociológica, mas é um em que acredito profundamente. Uma das
forças do povo brasileiro é o seu patrimônio genético. O cruzamento de raças
que formou o Brasil dá-lhe a força de um continente de diversidade.
A capacidade de
acolher e integrar a “estrangeiridade”, como lhe chama o filósofo polonês
Zygmunt Bauman, ajudará a abrir o Brasil ao mundo.
Em suma, nós
portugueses temos de reconhecer a infelicidade do episódio dos dentistas, que
levou 10 anos para resolver. A par dos EUA e da Austrália, o Brasil é dos
países mais desenvolvidos em tratamentos odontológicos.
Portugal foi
beneficiado com a presença de dentistas brasileiros em seu território. O
Brasil, por sua vez, pode dar mostras de elevação, ultrapassando este
histórico desagradável e acolhendo, sem mágoas, os engenheiros portugueses.
É do seu interesse.
Finalmente, como português, não posso deixar de agradecer publicamente a
forma como sempre fui acolhido neste maravilhoso país. Obrigado, Brasil!
———————————————————
Miguel Setas é vice-presidente de Distribuição e Inovação da EDP no
Brasil
Brasil
Economico
|
Posted:
17 Mar 2013 07:40 AM PDT
A visita do Ministro da Educação do Brasil
Aluizio Mercadante a Lisboa e a reciproca visita ao Brasil do Ministro de
Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato Ministro,que deverá vir
acompanhado do Ministro Paulo Portas deverá possibilitar a imediata solução
do reconhecimento de diplomas aos engenheiros e arquitetos portugueses no
Brasil
Engenheiros e
arquitetos portugueses poderão ter o diploma reconhecido de forma quase
automática no Brasil.
A mudança, no
primeiro momento, ficará restrita a um grupo de universidades federais –cabe
às instituições públicas reconhecer o diploma de graduação estrangeiro. É um
primeiro passo que pode repercutir em outros cursos.
A intenção é
assinar convênio entre universidades nacionais e portuguesas na próxima
semana, durante visita ao Brasil do ministro de Educação e Ciência de
Portugal, Nuno Crato. O Ministério da Educação brasileiro apoia a iniciativa.
Na prática, a alteração
será sentida “em três, quatro meses”, estima o reitor da UFScar (Universidade
Federal de São Carlos), Targino Araújo, presidente da comissão de Relações
Internacionais da Andifes (associação de reitores). “É para facilitar esse
processo. A questão da internacionalização [dos profissionais] é um fato.”
Nos anos 1990,
restrições a dentistas brasileiros em Portugal criaram rusgas diplomáticas. O
imbróglio levou dez anos para ser resolvido.
A demanda para
acelerar o reconhecimento de diplomas portugueses é antiga, mas ganhou força
diante da crise econômica na Europa.
A revalidação não
garantirá ao profissional o direito de atuar no país: isso depende de
registro profissional dado pelos conselhos regionais. O Confea (Conselho
Federal de Engenharia e Agronomia) diz que não fará objeção ao pedido de
registro de portugueses.
Em média, a entrega
do registro acontece em três meses, independentemente da nacionalidade do
profissional.
A entidade reconhece
que o ritmo de formação de engenheiros está abaixo da demanda dos próximos
anos, com investimentos em Copa e Olimpíadas. Pondera, porém, que a procura
por cursos de exatas tem sido cada vez maior.
SISTEMA ONLINE
Quando um
estrangeiro quer revalidar seu diploma no Brasil, independentemente do curso,
o processo cabe às universidades públicas. A Andifes quer criar um sistema
online para que essas instituições tenham acesso a processos em análise em
todo o país e, assim, reduzam o tempo gasto.
Exemplo: uma
universidade no AM poderá ver que outra do RS já revalidou diploma de
jornalismo de uma faculdade estrangeira. Esse histórico poderá acelerar o
trâmite do pedido de outro aluno da mesma instituição.
“Se o currículo do
aluno já foi analisado antes, será rapidíssimo”, diz Araújo.
Veja a lista
de universidades que integrarão o acordo entre Brasil e Portugal
Brasil
UFScar
(Universidade Federal de São Carlos)
UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) UFAL (Universidade Federal de Alagoas) UFPA (Universidade Federal do Pará) UFG (Universidade Federal de Goiás) UFPR (Universidade Federal do Paraná)
Portugal
Universidade de
Coimbra
Universidade de Lisboa Universidade do Porto Universidade Técnica de Lisboa Universidade Nova de Lisboa Universidade de Aveiro Universidade do Minho Universidade de Évora Universidade de Açores Universidade do Algarve Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Universidade da Beira Interior Universidade da Madeira Universidade Aberta Universidade Católica Portuguesa
folha de são
paulo
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– A CRISE
Sexta-feira, 15 de Março de 2013
"Fim de ciclo, fim de regime"
Gaspar voltou a atirar ao lado. O intelectual orgânico por excelência da República, aquele que legitima realmente o Governo, através do débito de idiotices tecnocráticas, não acertou uma previsão desde que se tornou ministro de Estado e das Finanças. É um profeta incompetente. A figura política em que assenta este processo revolucionário em curso do séc. XXI mostrou não ser capaz de cumprir a função essencial que lhe tem sido atribuída: credibilizar a destruição em curso, torná-la inevitável, desejável e um desígnio nacional. Gaspar é um falhanço. Enquanto ministro, enquanto comunicador, enquanto ideólogo e, mais importante, enquanto «economista». A legitimidade do ministro ficou definitivamente destroçada com a comunicação dos resultados da sétima avaliação. Mas a credibilidade do ministro não é o problema do sistema político português, neste momento. E também não é a organização partidária ou sistema eleitoral, ainda que ambos necessitem de mudanças drásticas para se tornarem funcionais - se quisermos uma democracia representativa semipluralista, e não é líquido que toda a gente a queira.
Apesar dos manifestos onde a nação tem direito a ser Nação e a culpa é de todos os partidos, o problema ingente do sistema político é a falência da legitimidade do ministro de Estado e das Finanças. O alicerce tecnocrático do regime esboroou-se e o consenso tácito, a desmobilização organizada de 1986 a 2013 (porque os fundos estruturais tiveram, como efeito - previsto ou imprevisto - a desmobilização política, a oligarquização/cartelização dos partidos políticos e o reforço de novas identidades corporativas (basta ver a classe capitalista rentista e a coerência do seu discurso público) está em risco. O ciclo político está a mudar porque Passos Coelho, enquanto líder de uma federação de interesses cada vez menos alinhados, não tem capacidade ou competência para realinhá-los, reassumir a matriz conservadora do PSD e, ao menos, confrontar a troika com base no primado do soberanismo nacionalista, que tem sido uma das respostas amargas contra o capitalismo extorsionário das instituições multilaterais. Paulo Portas ver-se-á a braços com uma crise intrapartidária porque, sem dar por isso, entrou numa coligação que irá destruir a implantação social do PP - é que o PP, apesar da sua deriva neoliberal, continua a depender do voto católico e conservador para sobreviver, e é esse voto, com o ataque sem quartel aos pensionistas que Mota Soares lidera, que está a perder; e, comprometido com o memorandismo, não tem saída. O PS, por seu lado, e já se tem afirmado isto noutros campos, é o principal problema da democracia portuguesa. Um partido de centro-esquerda faz falta a uma democracia representativa liberal. Quando não existe, o pluralismo diminui. O PS é um partido indistinguível do PSD, os seus quadros não têm qualidade (Assis? Lello? Zorrinho? Seguro?), está comprometido com o memorandismo e, como organização interessada na sua sobrevivência, fará tudo para impedir um novo ciclo. Porque as suas luminárias menos estúpidas sabem que um novo ciclo significa três mudanças fundamentais: rasgar o memorando, equacionar seriamente a saída do euro e arriscar um colapso eleitoral (como o PASOK) ou a desaparição (se um cataclismo partidário, como no princípio dos anos 90, na Itália). À esquerda, as faúlhas de uma mudança paradigmática parecem perder o gás: o PCP está perdido entre a assunção de uma posição de força, que obrigue a sua base a alargar-se decisivamente aos novos movimentos sociais sem controleirismos idiotas; o BE, na sua ânsia de navegar na crista da onda, meteu-se pelos caminhos da liderança bicéfala e pela ridícula escravidão da agenda mediática. É por isso que, nos últimos dias, o tema essencial da agenda bloquista foi a saída de Daniel Oliveira, com reconhecida exposição mediática mas irrelevante contribuição para a construção de massa crítica à esquerda. E é por isso que se continua a falar de convergência e unidade sem reflectir acerca dos termos dessa convergência e dessa unidade.
Enquanto isto ocorre, a última sondagem revela que o equilíbrio fundamental do rotativismo neodevorista continua, sólida e impavidamente, em vigor. O eleitorado continua a manter-se inerte e se, nas últimas mobilizações, parte dele fez aquecer as ruas do país, os últimos dados parecem revelar que a) não se revê nas alternativas apresentadas e b) como em todas as sociedades conservadoras, a preferência cai nas soluções conhecidas. Mas também podemos postular c) o eleitorado está a deixar de conferir legitimidade a todo o processo político liberal e d) a própria expressão «eleitorado» faliu.
Nada disto é relevante por agora. A legitimidade eleitoral deste governo, garantida pela eleição, em contexto extraordinário, de 2011, mantém-se. Apesar de ter violado várias das suas promessas eleitorais, de ser um governo colaboracionista e ter transformado Portugal num protectorado de instituições interessadas no endividamento enquanto extorsão. Apesar de ser um Governo obcecado com um programa neoliberal que nunca foi referendado pela comunidade/povo/eleitorado e com o qual, de acordo com uma multitude de inquéritos, essa comunidade/povo/eleitorado não concorda. E apesar de ser um Governo que gosta pouco de coisas como transparência, respeito pela separação de poderes, debate plural ou sociedade civil.
Aquilo que não se mantém é muito mais grave. É a legitimidade epistémica do Governo. E não é preciso ir aos livros ver o que isto quer dizer. Basta entrar num café ou num autocarro. Nos próximos meses, já não nos ouviremos a dizer «aquele gajo até pode estar certo, eu percebo lá de economia» ou «não percebo nada daquilo, e ele diz coisas muito difíceis de perceber; a culpa é minha, ele é ministro e eu não». Ouviremos «este gajo andou para aqui a enganar-nos, fosse eu no meu trabalho a enganar-me e havias de ver se ainda lá estava»; «mas quem é este gajo para ainda ser ministro? não acerta uma!». E, por enquanto, ouviremos palavras - enquanto acharmos que as palavras e o jogo habermasiano ainda não foi corrompido. Porque muitos economistas já nos explicaram que os programas políticos austeritários funcionam, mas de acordo com uma agenda política que tenha três objectivos: desequilibrar a relação entre capital e trabalho ao ponto de tornar o último factor irrelevante; transferir riqueza de forma ascendente (dos mais pobres para os mais ricos) e lateral (do sector público e não-lucrativo para o sector privado rentista), através de privatizações contínuas e da injecção do mercado em todos os domínios da vida; e, finalmente, a refeudalização das sociedades democráticas. Tudo isto é cada vez mais claro e ficará mais claro porque a legitimidade automática de Vítor Gaspar deu o último suspiro. A partir de agora, nenhuma das suas palavras passará por boa apenas porque trabalhou em Frankfurt e serviu cafés a Jean-Claude Trichet. E é por isto que a auditoria à dívida também deve ocupar-se dos problemas específicos da democracia portuguesa: a origem da dívida e a sua dinâmica não são independentes do contexto político.
Um fim de ciclo significará, na minha opinião, uma transição entre regimes. Ocorre-me o melhor texto publicado entre aqueles que se fizeram circular antes das manifestações do passado 2 de Março, da autoria de Paulo Varela Gomes. E cito esta parcela sugerindo a leitura integral do texto:
«A maioria das pessoas pensa que os políticos são uns aldrabões ou corruptos, que o sistema judicial está ao serviço deles e que só os ricos e poderosos se safam. O chamado «descrédito do sistema político», assunto sobre o qual se têm tecido profundíssimas reflexões, é simples de explicar: o sistema está desacreditado porque não merece crédito. As pessoas já perceberam. Uma parte delas continua a votar por desfastio, a outra vota com os pés.»
Não estou certo de que o sistema mereça crédito ou descrédito. Ou que mereça absolutamente que pensemos nele. O dado, facilmente comprovável, é o de que este sistema de organização das relações sociais, económicas e políticas, especialmente políticas, está em falência acelerada. A falência da legitimidade do ministro de Estado e das Finanças é uma causa e uma consequência disto.
E também me ocorre uma ideia de Immanuel Wallerstein, proposta em vários textos e conferências: estamos no meio de um terramoto do Sistema-Mundo capitalista. E esse terramoto, no caso específico português, apresentar-nos-á uma bifurcação: uma pós-democracia musculada, meiguinha para os de cima e brutal para quem está em baixo, construída para extrair riqueza e redistribui-la de forma ascendente e lateral; ou, como princípio, uma democracia maximalista de alta intensidade. O problema enfrentado por aqueles que defendem a segunda saída é relativamente simples. A correlação de forças no sistema política está totalmente desequilibrada a favor daqueles que defendem a primeira saída e não é líquido que a bifurcação ainda exista. Isto é, podemos auditar a dívida, lutar por uma democracia digna de Abril/impermeável a Novembro e por uma República que se constitua como verdadeiro Estado de Direito. Mas já podemos ter sido derrotados sem que o tenhamos percebido colectivamente. Esse é o risco que corremos. Mas também é por isso que continuamos a fazer qualquer coisa. Porque as declarações de Gaspar (e dos eurocratas, e da directora-executiva do FMI, e do governador do Banco Central Europeu) são tão absurdas que só podem representar uma oportunidade para encetar a transformação política de que necessitamos.
Seja como for, não é preciso dar ao povo aquilo que nunca perdeu: a voz. Só precisamos de reencontrá-la. E isso acontecerá, a bem ou a mal, porque o ciclo político dos últimos 30 anos está a terminar e, das suas cinzas, surgirá algo novo.
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