domingo, 3 de março de 2013

É TEMPO DE SERMOS NÓS


BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL   01 Março  2013

Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:


                                                              ***
                                  INDICE

                                                                    1.PORTUGAL-Visões

2.NOTÍCIAS

3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises

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1–VISÕES -

·         Paula Cabeçadas compartilhou a foto de Take Lisbon With You.



E assim nasce o amor.
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2-  NOTICIAS- DIÁRIO DE NOTÍCIAS




Representado pelos dois ministros de Estado, Paulo Portas e Vítor Gaspar, o Governo esforçou-se hoje, no debate de urgência convocado no Parlamento pelo PS para discutir o agravamento da crise, por...




Eurostat
A taxa de desemprego na zona euro manteve-se estável em janeiro de 2013, nos 11,9%, em relação ao mês anterior, tendo Portugal aumentado três décimas, para os 17,6%, segundo dados hoje revelados pelo...








CEME
O Chefe de Estado-Maior do Exército disse hoje em Leiria que os militares estão a ser afetados pelos cortes nos vencimentos como todos os cidadãos, mas garantiu que vão "continuar a dar o exemplo ao...





Educação
O secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, anunciou hoje que, numa primeira fase, serão removidas retirar placas de fibrocimento de 50 escolas de todo o PaísEm...





Grande investigação DN sobre a Casa Pia

Condenações duplicam em 10 anos

O processo Casa Pia teve o condão de acordar a sociedade portuguesa para o problema dos abusos sexuais de menores. Denúncias e condenações dispararam e instituições tiveram de se preparar para a nova...





Finanças
Os reformados com pensões iguais ou superiores a 4.104 euros anuais vão ter de entregar este ano declaração de IRS e alguns podem pagar imposto pela primeira vez, alerta a Ordem dos Técnicos Oficiais...



 

3. RETRATOS DA CRISE

 

É tempo de sermos nós, cidadãs e cidadãos, a avaliar o memorando, o governo e a troika


 

 

Páginas




Subscreva a convocatória


A Troika está em Portugal para avaliar pela sétima vez o cumprimento do Memorando de Entendimento. O agravamento da crise social, as sucessivas revisões em baixa do crescimento económico e as revisões em alta do desemprego e da dívida pública, demonstram que o memorando falhou.

No entanto, não serão certamente estes os resultados da avaliação agora em curso. Julgando em causa própria, os responsáveis do FMI, da Comissão Europeia, do BCE e do governo concluirão, uma vez mais, que o falhanço da austeridade deve ter como resposta ainda mais austeridade. Alterações pontuais das metas orçamentais e das condições do empréstimo internacional não resolvem os problemas fundamentais do país, mas servirão para justificar mais cortes nos salários, nos direitos sociais e nos serviços públicos.

O Congresso Democrático das Alternativas apela a todos os seus apoiantes e activistas para que participem nas manifestações que se irão realizar em várias cidades do país, no próximo sábado, dia 2 de Março. O Congresso marcará presença nas manifestações em vários pontos do país. Convidamos todos os apoiantes e activistas do Congresso a juntarem-se a nós nos desfiles (ponto de encontro em Lisboa:
Hotel Fénix, junto ao Marquês de Pombal, às 15h30).

No dia seguinte, domingo, 3 de Março, o Congresso Democrático das Alternativas organiza no Porto a iniciativa O PAÍS AVALIA A TROIKA: DOIS ANOS DE MEMORANDO, CONSEQUÊNCIAS PARA O PAÍS. Recolhendo o contributo de especialistas e abrindo o debate à sociedade, procura-se com esta iniciativa proceder a um juízo crítico e rigoroso sobre as reais consequências para Portugal de dois anos de aplicação do memorando, nomeadamente no aumento da pobreza, das desigualdades e do desemprego, na fragilização das relações de trabalho, nos retrocessos na saúde e na educação, nas violações dos direitos sociais e constitucionais, na destruição da economia, no aumento da dívida, no estrangulamento orçamental, nos custos ambientais.


Horas e locais das manifestações

Aveiro
Barcelona
Beja
Boston
Braga
Castelo Branco
Caldas da Rainha
Chaves
Coimbra
Covilhã
Entroncamento
Évora
Faro
Funchal
Guarda
Horta
Leiria
16h
17h
16h
18h
15h
16h
14h
16h
15h
15h
16h
16h
16h
16h
16h
10h
16h
Estação CP
Consulado de Portugal
Largo do Museu
Boston Public Library
Avenida Central
Pr. do Município
Pr. 25 de Abril
Largo das Freiras
Pr. da República
Pr. do Município
Estação CP
Pr. do Giraldo
Largo do Carmo
Pr. do Município
Pr. Velha
Pr. da República
Fonte Luminosa

 

                                                                           ***

                                                            DEPOIMENTOS

·         Paula Cabeçadas compartilhou a foto de Que se Lixe a Troika! Queremos as nossas Vidas.


Um dia, tudo isto terá passado. Um dia, todo o pesadelo que temos vivido será apenas uma recordação dolorosa que tentaremos encaixar numa lógica qualquer. Os hi...storiadores estudarão, perplexos, os tempos em que a democracia foi suspensa e o Estado deixou de ser uma pessoa de bem para se tornar num escroque. Os nossos filhos, os nossos netos ouvirão, incrédulos, as histórias verdadeiras que lhes contaremos, sobre a forma como direitos já conquistados há décadas pelos nossos avós e bisavós e consagrados nas tábuas da lei fundamental tiveram de ser novamente disputados, arrancados a ferros de algozes disfarçados de economistas. De como, em pleno século XXI, fomos obrigados a ocupar escolas e hospitais e fábricas e padarias e supermercados e campos e casas, porque nos haviam tentado — e em muitos casos conseguido — roubar a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. De como tivemos de deitar muros abaixo e de construir pontes onde já só restavam fossos. De como abolimos fronteiras e demos as mãos aos que, do outro lado, apenas aspiravam a uma vida digna. De como erigimos uma terra sem amos e resgatámos os nossos sonhos. E saberão que foi por eles que o fizemos, por eles e por nós, porque ansiávamos pelo sal e pelo mel, porque nos tinham tapado o sol e secado a terra, porque já não aguentávamos ver as nossas vidas por um canudo, por mil canudos, sem os quais afirmavam nada valermos, mas que, após dura obtenção, só nos garantiam o direito a emigrar, a exilar-nos.

Um dia, tudo isto que passamos será passado, marca, cicatriz. Não conseguirão fazer-nos esquecer, mas transformaremos as nossas dores em árvores de fortes raízes. Penduraremos os recibos verdes em paredes antiquíssimas de museu e contaremos aos nossos netos que um dia, há muito, muito tempo, os que mandavam neste país quiseram condenar-nos a pagar impostos sobre dinheiros que nem sequer ganhávamos. Que quiseram deixar-nos à míngua, fazer-nos pagar por bens que eram nossos, que depois de destruírem o que produzíamos nos fizeram comprar a outros todos os víveres de que precisávamos para sobreviver. Que nos quiseram matar à espera de tratamentos nos hospitais, que tornaram o saber num luxo incomportável, que afastaram as nossas crianças das escolas, que acabaram com os caminhos de ferro e com os comboios, que limitaram as redes de transportes públicos, enfim, que tudo fizeram para que deixássemos de nos divertir, de sair à noite, de ir ao teatro e ao cinema. Que puseram aqueles de nós que tinham empregos a trabalhar por dois, por três, por quatro e que despediram os outros, de forma a que os primeiros caíssem de exaustão e os segundos de frustração, de desânimo e de isolamento.

Contar-lhes-emos como um dia fomos obrigados a abolir pela segunda vez a escravatura, pois tentaram convencer-nos que era normal trabalharmos para aquecer, para fazer currículo, tendo de provar uma vez e outra e outra o nosso mérito, as nossas capacidades, enquanto outros tudo tinham, muito embora ninguém percebesse muito bem de onde lhes vinha a fortuna. Explicaremos aos nossos netos que aos pais deles foi roubada parte da infância, porque, sorrateiramente, um bando de malfeitores mascarados de especialistas nos conseguiram durante algum tempo persuadir que termos casa e carro e telemóvel e dinheiro para acampar no verão e ir ver a neve no inverno era um luxo ao qual não nos podíamos dar, porque éramos pecadores e criminosos, embora não nos conseguíssemos lembrar o que raios poderíamos ter feito de tão grave para que os nossos filhos merecessem tal castigo. E eles espantar-se-ão e perguntarão como foi possível que nos sujeitássemos, tão pouco tempo após a sua conquista, a perder direitos tão fundamentais como o direito a trabalhar e a viver no país onde nascemos. O direito a simplesmente querermos ser felizes.

E não saberemos o que responder-lhes. Porque na verdade teremos nós próprios dificuldade em perceber como chegámos nós um dia ao ponto a que chegámos. Mas saberemos sim que um dia dissemos basta, que um dia, com toda a força e veemência da nossa razão e da nossa vontade exigimos o que é nosso. E nos erguemos, já não como rios, mas como marés, como mares, como oceanos de certeza.

Nesse dia, sairemos das nossas casas aquecidas e mostrar-lhes-emos os caminhos que desbravámos juntos: caminharemos pela República, da José Fontana à Praça de Espanha. Desfilaremos nas Avenidas que são da Liberdade e desembocaremos de novo nos Terreiros que são do Povo. Com eles, entoaremos Grândola Vila Morena, duas vezes senha, duas vezes sonho, e as lágrimas brilharão nas nossas vozes e os versos ecoarão nas nossas memórias como ecoaram um dia nas escadarias e corredores dos Passos Perdidos, sob o olhar embargado dos polícias que só desejavam poder connosco cantar. Recordaremos o 2 de Março, o 13 de Outubro, o 15 de Setembro, o 12 de Março e de novo o 1º de Maio e o 25 de Abril, uma vez e outra e outra ainda, um dia, a chorar de alegria, de alívio precoce e intranquilo, com a certeza de que todos os invernos vão dar à primavera e de que os homens que dormem acordam sempre um dia. Um dia...


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