segunda-feira, 1 de abril de 2013

LISBOA É MESMO ASSIM


 

 

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BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL  28 de FEVEREIRO 2013

Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:


                                                              ***
                                  INDICE

                                                               1.PORTUGAL-Visões

2.NOTÍCIAS

3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises

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1–VISÕES 

 Lisboa é mesmo assim...

 

Eugénio de Sá
 
 
 
E o Tejo, a seus pés, testemunhou
Os amores que em Lisboa aconteceram
Uns libertos, floridos, que aprovou
Outros, feridos de morte, pereceram.
 
 
Mas ela vive, e permanece ainda
Cada dia mais nobre, mais amante
Desce as sete colinas sempre linda
E vai beijar oTejo, palpitante. 
 
E pla noitinha vai ouvir o fado
prova do vinho novo nas tasquinhas
e satisfaz-se c'o um chouriço assado 
 
Já madrugada alta ora às alminhas
Que dormir sem rezar inda é pecado
E Lisboa é assim, doce e traquinas 
 
  
Amar Lisboa
 Ana Kilesse
 
No meu ser senti pulsar toda a beleza
Até onde o olhar conseguia alcançar...
Amores eu via cheios de certezas
Debutando a cidade onde é fácil amar.
 
 Sem que mais atentasse na razão
Já sem questionamento que nada me dizia
Me deteitou essa mágica paixão
Nascida em cada canto que apaixonada via.
 
 O fado fascinava o meu ser encantado
Buscando - além dos mares - amores profanos
Falava,em versos, de cada mal-amado.
 
 Momentos de prazer, belos, insanos
Vivi inebriada pelo amor cantado
Lisboa é sempre igual; nãoconta os anos.
   
Edição e Revisão
Eugénio de Sá


2-  NOTICIAS
 



 

Carta aberta ao ministro das Finanças alemão

28 de março de 2013 por nuno manuel costa 4 comentários


O Senhor Ministro afirmou que há países da União Europeia que têm inveja da Alemanha. A primeira observação que quero fazer, Senhor Ministro, é que as relações entre Estados não se regem por sentimentos da natureza que referiu. As relações entre Estados pautam-se por interesses.

Queria dizer-lhe também, Senhor Ministro, que comparar a atitude de alguns Estados a miúdos que na escola têm inveja dos melhores alunos é, no mínimo, ofensivo para milhões de europeus que têm feito sacrifícios brutais nos últimos anos, com redução muito significativa do seu poder de compra, que sofrem com uma recessão económica que já conduziu ao encerramento de muitas empresas, a volumes de desemprego inaceitáveis e a uma perda de esperança no futuro.

E acrescentou o Senhor Ministro: “Os outros países sabem muito bem que assumimos as nossas responsabilidades…”. Fiquei a saber que a nova forma de qualificar o conceito de poder é chamar-lhe responsabilidade!

E disse mais o Senhor Ministro: “Cada um tem de pôr o seu orçamento em ordem, cada um tem de ser economicamente competitivo”. A este respeito gostaria de o informar que já tínhamos percebido, estamos a fazê-lo com muito sacrifício, sem tergiversar e segundo as regras que foram impostas.

Quando o ministro das Finanças do mais poderoso Estado da União Europeia faz afirmações deste jaez, passa a ser um dos responsáveis para que o projeto europeu esteja cada vez mais perto do fim.

Passo a explicar. O grande objetivo do projeto europeu foi garantir a paz na Europa e como escreveu um antigo e muito prestigiado deputado europeu, Francisco Lucas Pires, “… essa paz não foi conquistada pelas armas mas sim através de uma atitude de vontade e inteligência e não como um produto de uma simples necessidade ou automatismo…”. A paz e a prosperidade na Europa só foram possíveis porque no desenvolvimento do projeto político de integração europeia teve-se em conta a grande diversidade de interesses, as diferentes culturas e tradições e os diferentes olhares sobre o mundo. Procurou-se sempre conjugar todas essas variedades, tons e diferenças dos Estados-membros numa matriz de valores comuns.

Esta declaração de Vossa Excelência põe tudo isto em causa, ao apontar o sentimento da inveja como o determinante nas relações entre Estados-membros da União Europeia. Quero dizer-lhe, Senhor Ministro, que o sentimento da inveja anda normalmente associado a uma cultura de confrontação e não tem nada a ver com uma outra cultura, a de cooperação.

Com esta declaração, Vossa Excelência quer de forma subtil remeter para outros Estados a responsabilidade pela confrontação que se anuncia. Essa atitude é revoltante, inaceitável e deve ser denunciada.

A declaração de Vossa Excelência, para além de revelar uma grande ironia, própria dos que se sentem superiores aos outros, não é de todo compatível com a cultura de compromisso que tem sido a matriz essencial da construção do sonho europeu dos últimos 60 anos.

Vossa Excelência, ao expressar-se da forma como o fez, identificando a inveja de outros Estados-membros perante o “sucesso” da Alemanha, está de forma objetiva a contribuir para desvalorizar e até aniquilar todos os progressos feitos na Europa com vista à consolidação da paz e da prosperidade, em liberdade e em solidariedade. Com esta declaração, Vossa Excelência mostra que o espírito europeu para si já não existe.

Eu sei que a unificação alemã veio alterar de forma muito profunda as relações de poder na União Europeia. Mas o que não deveria acontecer é que esse poder acrescido viesse pôr em causa o método comunitário assente na permanente busca de compromissos entre variados e diferentes interesses e que foi adotado com sucesso durante décadas. O caminho que ultimamente vem sendo seguido é o oposto, é errado e terá consequências dramáticas para toda a Europa. Basta ler a história não muito longínqua para o perceber.

Não será boa ideia que as alterações políticas e institucionais necessárias à Europa venham a ser feitas baseadas, quase exclusivamente, nos interesses da Alemanha. Isso seria a negação do espírito europeu. Da mesma forma, também não será do interesse europeu o desenvolvimento de sentimentos anti-Alemanha.

Tenho a perceção de que a distância entre estas duas visões está a aumentar de forma que parece ser cada vez mais rápida e, por isso, são necessários urgentes esforços, visíveis aos olhos da opinião pública, de que a União Europeia só poderá sobreviver se as modificações inadiáveis, especialmente na zona euro, possam garantir que nos próximos anos haverá convergência entre as economias dos diferentes Estados-membros.

As declarações de Vossa Excelência vão no sentido de cavar ainda mais aquele fosso e, por isso, como referiu recentemente Jean-Claude Juncker a uma revista do seu país, os fantasmas da guerra que pensávamos estar definitivamente enterrados, pelos vistos só estão adormecidos. Com esta declaração, Vossa Excelência parece querer despertá-los.

José da Silva Peneda
Presidente do Conselho Económico e Social


 

3 –  A CRISE

VENCER A CRISE COM O ESTADO SOCIAL E COM A DEMOCRACIA
CONFERÊNCIA A REALIZAR NO DIA 11 DE MAIO, EM LISBOA

Noam Chomsky explica o que está em causa aos portugueses e europeus

27 de março de 2013 por nuno manuel costa deixe um comentário


Professor emérito do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, destacou-se pelos seus trabalhos na área da Linguística, desenvolvendo uma teoria baseada na abordagem das propriedades da Matemática, aplicadas às linguagens formais.
É um militante político de esquerda e a suas análises sobre a crise endémica do sistema capitalista caracterizam-se pelo rigor dialético que as enforma.

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