terça-feira, 18 de dezembro de 2012

TODO PORTUGUÊS POPULAR É UM REFORMADOR IMPACIENTE


Blog PT_BR dez 18 -  

Todo o português popular é um reformador impaciente

BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL – Dia 18 de dezembro

     Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

 

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site: 

 
                                                              ***
                                  INDICE  

                                                               1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises

&&&  

1–VISÕES:

Pensamento

Agustina Bessa-LuísPortugal

n. 1922Escritor


Todo o Português Popular é um Reformador Impaciente

Todo o português popular é um reformador impaciente. Não há atitude que não avalie, serviço que não comente, governança que não desconheça, ingratidão que não ouse, para maior desembaraço das suas aptidões. Estas podem não ser famosas, mas constituem a soma dum profundo sentido de perseverança e de sacrifício. Quando o mundo se super-humanizar, lá estará o português para achar natural o que acontece, e portanto necessitado de reforma, e por conseguinte de diálogo. O último homem sobre a terra terá de ser um português que duvida do que é natural e que se indisciplina perante a consumação dos séculos.

Há raças mais dinâmicas, outras mais brilhantes; mas nenhuma outra possui o segredo da importunidade que estimula, desassossega, altera, contradiz e, no entanto, não chega a ser violência. Dizei-lhe que a vida é um dom, que o trabalho é uma honra, que o homem é uma criação maravilhosa - e ele, ou vos acha hipócritas, ou ocos e delirantes. Os princípios «a piori» não lhe merecem respeito, e prefere analisar os seus pequenos problemas quotidianos, a obstinar-se na seriedade ou atrofiar-se na eloquência que é a mãe da burla. Ele sabe que a pior injúria é enobrecer a desgraça. Ele sabe que a pior opressão é dor rosto prazenteiro às realidades sinistras.

Agustina Bessa-Luís, in 'Alegria do Mundo'
Tema(s): Portugal Sociedade Ler outros pensamentos de Agustina Bessa-Luís

 

 

Relacionados









 

2-  NOTICIAS – EXPRESSO PT

 

 

Relvas transformará Portugal numa lixeira empresarial

Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
8:00 Terça feira, 18 de dezembro de 2012
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva é irmão e sócio de José Dirceu. José Dirceu foi um dos homens fortes do PT brasileiro e o pior daquele partido. Principal responsável pelo caso mensalão e condenado a 10 anos de prisão. Gente fina, portanto. E gente fina com quem o ministro Miguel Relvas tem relações próximas.
Em Novembro do ano passo Luiz Oliveira e Silva veio a Portugal. Veio fazer contactos com o mundo da finança e da política portuguesa. Objetivo: interceder em favor de Efromovich para o negócio da TAP. Algumas semanas antes, o empresário boliviano-colombiano-brasileiro-polaco (depende do negócio que quer fazer) tinha sido recebido por Miguel Relvas. Para mostrar o seu interesse pela TAP.
A reuniões do irmão de Dirceu foram articuladas com o escritório de advocacia Lima, Serra, Fernandes & Associados, de Fernando Lima, parceiro dos vários gabinetes de José Dirceu no Brasil. Os contactos financeiros foram com Ricardo Salgado (sempre ele), os políticos com Miguel Relvas. Em Outubro, o jornal "Globo" deu conta destes contatos: "Quem está ajudando o empresário Gérman Efromovich a comprar a TAP é o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas" que "tem amigos influentes no Brasil - inclusive, Zé Dirceu." Só depois de todos estes contactos é que Efromovich surge como candidato à privatização da TAP.
A notícia vem no "Público" de ontem. Saberemos, espera-se, mais pormenores nos próximos tempos. Porque conhecemos agora o princípio da história - as rede de relações de Relvas no Brasil com a mais corrupta da elites brasileiras (a que gravita em torno de Dirceu) mexeram-se para ficar com a TAP - e o fim - Efromovich acabou como único candidato à privatização da companhia aérea por uns trocos. Só o que está no meio pode explicar como foi isto possível.
Também sabemos algumas coisas sobre o estranho processo de privatização da RTP. Que começa com a ideia da concessão com os contribuintes a pagar e acaba com a Newshold a assumir-se como única candidata a 49,51% da RTP. Ficando a mandar, sozinha, no canal público. Com os cidadãos a pagar a taxa de audiovisual. Mais uma vez, coincidência das coincidências, o candidato único parece estar integrado na excelente rede de relações que Miguel Relvas tem em Luanda. Com quem, só podemos imaginar. Porque a maioria parlamentar acabou de chumbar uma lei que obrigaria as empresas de comunicação social a declararem quem são os seus proprietários.
Não é preciso elaborar nenhuma teoria da conspiração para perceber o que se está a passar neste País. E o resultado será este: a rede internacional de contactos de Miguel Relvas, que integra o que de mais nebuloso pode existir no mundo empresarial, vai tomar conta da economia portuguesa, através do seu homem em Lisboa. E depois de o fazer nada poderá ser desfeito. Se outras razões não existissem para a urgente saída desta gente do governo, esta chegaria. Portugal, já tão minado pela corrupção, corre o risco de se transformar numa lixeira empresarial.

Outros artigos (seleção automática, versão beta)



  3-PORTUGAL E A CRISE- MEMÓRIA E ANÁLISE            

  SAIR DO EURO ?

Vicenç Navarro, Juan Torres López e Alberto Garzón

http://resistir.info/espanha/sair_do_euro.html

Até este ponto apostámos por reformas dentro da União Europeia que permitam construir uma verdadeira união da população europeia. Contudo, nem todos os economistas consideram que seja a única ou inclusive a melhor opção que resta aos países que agora estão a ser arrasados pelos planos de ajuste e pelos mercados financeiros que os impõem. Uma das visões alternativas é a da saída do euro.

Com efeito, não cabe a menor dúvida a ninguém das vantagens que dispor de uma união monetária na Europa pode trazer para todos. Mas são vantagens que só podem ser desfrutadas quando esta está bem concebida e quando dispõe dos necessários mecanismos compensatórios para evitar que as diferenças que costumam haver entre os países ou territórios que a componham se convertam numa ameaça para a própria união e numa fonte de desigualdades sociais e pessoais, de desequilíbrios territoriais, de conflitos económicos e, em suma, de empobrecimento para alguns deles.

Contudo, todos percebem que sair do euro é uma opção de custos extraordinários que levaria o país que o fizesse a sofrer agressões sem precedentes na Europa e a viver alguns anos de caos financeiro e de empobrecimento [3] . Nada mais certo.

Mas por acaso está a propiciar outra coisa melhor um euro ao serviço exclusivo do capital financeiro e das grandes empresas? Por acaso deu segurança e bem estar à Grécia, Portugal ou Irlanda? Por acaso a Espanha não fez os deveres do euro e não pôs sem reclamar nas mãos do capital alemão e europeu suas maiores empresas e centros de produção? Por acaso está a proteger-nos da extorsão e dos ataques especulativos? O euro não alentou, em benefício da banca europeia, o endividamento privado impondo os cortes salariais ao invés da estabilidade financeira?

"... E A SAÍDA DO EURO SERÁ A ÚNICA OPÇÃO"

Se se mantiverem as políticas que se têm aplicado e não se puser fim aos sofrimentos extraordinários que agora padecem países como a Grécia mas que em breve podem estender-se a outros mais, será impossível garantir a mínima estabilidade económica e social e a saída do euro será a única opção. Na nossa opinião, se não houver uma viragem urgente na política europeia, se não se impuser a cooperação, a harmonia e a repartição equitativa da riqueza, se não se admitir que quem deve governar a Europa é a cidadania mediante seus representantes e não os grupos de pressão e os poderes financeiros, não restará outro remédio senão reclamar a saída de um euro convertido num inferno para as classes trabalhadoras e que no futuro só serviria para que a Europa ficasse como parque de atracções dos endinheirados de outros continentes.

PARA ALÉM DA GLOBALIZAÇÃO NEOLIBERAL

A crise financeira voltou a por sobre a mesa, mais uma vez, a necessidade de enfrentar a situação de um planeta à deriva onde, segundo o Banco Mundial, hoje há 1.200 milhões de pessoas que vivem no umbral da pobreza, e mais ou menos o mesmo número de pessoas famintas, e onde não há maneira de os governos cumprirem seus compromissos de ajuda e reformas para evitar tudo isso.

Os resgates bancários destacaram o duplo critério para medir os poderes económicos dos países desenvolvidos, que sempre haviam justificado sua falta de acção contra a pobreza, a fome e a desigualdade com a falta de dinheiro. Só em 2007, o Banco Central Europeu injectou nas entidades financeiras um total de 645 mil milhões de euros e a Reserva Federal dos Estados Unidos. só no mesmo mês em que começou a crise, mais de 200 mil milhões de dólares – e não se importou em nacionalizar entidades com grandes custos para salvar o lixo dos banqueiros que arriscaram demasiado com o dinheiro alheio. Ainda que seja difícil calcular, entre a Europa e os Estados Unidos foram gastos mais de 15 milhões de milhões de dólares para enfrentar a crise ajudando as empresas e os bancos que a haviam provocado. Contudo, não se pode dizer que com isso se hajam solucionado os problemas porque, como comentámos, estes têm carácter estrutural e, além do dinheiro, necessitam reformas profundas.

(...)

[3] Na realidade, conforme as normas legais europeias, nenhum país pode sair do euro uma vez que esta possibilidade não é contemplada (o que por si mesmo diz muito do carácter do clube de que fazemos parte). Seria uma possibilidade que só poderia ser levada a cabo mediante procedimentos extraordinários.

[*] Excerto de Hay alternativas (pgs. 180-183), de Vicenç Navarro, Juan Torres López e Alberto Garzón Espinosa, ed. Sequitur , Madrid, 2011, 224 p., ISBN: 978-84-95363-94-7.

Para descarregar o livro clique com o botão direito do rato em Hay alternativas e faça Save As... (PDF, 1,7 MB).


Este excerto encontra-se em http://resistir.info/ .


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário