quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

PORTUGAL REGRESSA AOS MERCADOS


BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL – Dia 24 de janeiro 2013

Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

 

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:


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                                  INDICE

                                                               1.PORTUGAL-Visões
                                                                  2.NOTÍCIAS

3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises  

1–VISÕES :    

O MIL no Jornal do Meio Dia da SIC de 20 janeiro 2013


 
Renato Epifânio, presidente do MIL na SIC
00:11:22
Adicionado em 22/01/2013
 

Declaração MIL sobre a Situação na Guiné-Bissau


Segundo a Agência Lusa, “o representante das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, admitiu que será difícil mobilizar a comunidade internacional para apoiar o processo eleitoral na Guiné-Bissau”. Fazendo o eco dessa Declaração, o MIL apela, em particular, à Comunidade Lusófona para que mobilize no auxílio ao martirizado povo irmão guineense, recordando a Carta Aberta que emitimos no passado ano e que, infelizmente, continua por inteiro pertinente.

Carta Aberta à CPLP sobre a Situação da Guiné-Bissau – para ler e subscrever:


“Para acabar de vez com a lusofonia”?! Resposta a António Pinto Ribeiro



Vídeo: MIL na SIC Notícias (21.01.2013):


MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO




Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de 20 milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por 90 pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.

SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)

NIB: 0036 0283 99100034521 85; IBAN: PT50 0036 0283 9910 0034 5218 5; BIC: MPIOPTPL; NIF: 509 580 432

Caso pretenda aderir ao MIL, envie-nos um e-mail: adesao@movimentolusofono.org(indicar nome e área de residência). Para outros assuntos:info@movimentolusofono.org. Contacto por telefone: 967044286.

 

2-  NOTICIAS

 







Posted: 23 Jan 2013 12:18 PM PST

Vitor Gaspar. Sucesso absoluto. Mundo acredita em Portugal, 93% das ordens vieram do estrangeiro
Portugal regressou aos mercados com sucesso. Dois anos depois, o país conseguiu colocar 2,5 bilhões de euros, em dívida a cinco anos, acima dos 2 bilhões inicialmente previstos, tendo pago para isso uma taxa de 4,891%, anunciou esta quarta-feira o Governo, pela voz da Secretária de Estado do Tesouro. Da última vez, a 7 de fevereiro de 2011, tinha sido cobrado um juro de 6,4%.
Segundo Maria Luís Albuquerque, no leilão de hoje a procura rasgou a barreira dos 12 bilhões de euros.
Esta emissão de dívida sindicada – apoiada pelos bancos BES, Barclays, Deutsche Bank e Morgan Stanley – atraiu uma forte procura internacional. «Houve uma participação muito significativa de não residentes. Só os investidores estrangeiros absorveram 93% da emissão». Destes, 30% são norte-americanos.
Em conferência de imprensa no Ministério das Finanças, a governante adiantou que haverá outras emissões como esta. «Naturalmente que um processo de regresso sustentável aos mercados implicará a realização de outras transações». Mais: a emissão representa «uma melhoria das condições de financiamento de Portugal».
Ainda assim, Maria Luís Albuquerque esclareceu que «as necessidades de financiamento deste ano não dependiam da realização desta emissão de dívida». «É importante dar este passo de regresso aos mercados, mas não foram as necessidades financeiras imediatas que ditaram a decisão», disse.
O Governo acredita que «as taxas de juro tendem a melhorar» e, como tal, «não fazia sentido aumentar ainda mais o montante da emissão», explicou.
A ideia é aproveitar a flexibilidade do mercado e «escolher as janelas de mercado adequadas». Por isso, o Executivo garante que vai continuar a olhar para essas oportunidades e realizar outras operações como a troca de dívida que ocorreu no final do ano passado.
«Temos interesse em reconstruir toda a curva de rendimentos da dívida portuguesa e, na altura adequada, realizar também emissões a 10 anos».
«Estamos a ganhar terreno em relação à Irlanda»
Sobre se Portugal e Irlanda combinaram este regresso a emissões de dívida de longo prazo, Maria Luís Albuquerque indicou que não. «O que houve foi um alinhamento de objetivos. Concertação para a emissão em mercado propriamente dita não houve. Acabámos por aproveitar ambos uma janela de mercado que em termos de tempo é próxima uma da outra».
A comparação que tem sido feita entre Portugal e a Irlanda, afastando-nos da Grécia, é «favorável», mas o Governo prefere focar-se «no ajustamento de Portugal e não em comparações».
De qualquer modo, a governante fez questão de recordar que a Irlanda começou programa seis meses antes e Portugal conseguiu voltar aos mercados apenas com duas semanas de diferença. «Dentro dessa comparação, estamos a ganhar terreno».
Este teste permite piscar o olho ao BCE para ter acesso ao programa de compra ilimitada de dívida no mercado secundário. No entanto, «não está definido pelo BCE quais são as condições de acesso pleno ao mercado que poderão permitir a ativação» desse programa.
Claro que, frisou, «quanto mais rápido possível» essas condições forem conhecidas, melhor, mas não há previsão de calendário.
Ficou ainda a garantia de que «não está em cima da mesa nenhuma renegociação do programa de ajustamento. O que foi abordado em Bruxelas tem a ver com a extensão das maturidades» de pagamento do empréstimo acordado com a troika.
Mas será este um trunfo político para mostrar à troika em fevereiro, altura da sétima avaliação e da reforma do Estado? «O sucesso desta emissão é importante, é claramente um passo significativo no programa. É muito positivo sob qualquer perspetiva», respondeu.

 

3-PORTUGAL E A CRISE- MEMÓRIA E ANÁLISE

DELITO DE OPINIÁO –


Rui Rocha | 03.12.12 |


Chegámos ao debate sobre o Estado Social sem que previamente se tenha discutido de forma séria a necessidade de expurgar a administração central e local do desperdício, das redes clientelares e das correspondentes ineficiências. Os partidos do arco da governação (ou do arco do memorando) paralisam a discussão apontando a evidência de que as grandes rubricas da despesa são os custos com pessoal e as prestações sociais. Ora, se isto é verdade, tal não implica que não exista uma precedência natural (e ética) que impõe que postos de trabalho e dimensão social só possam ser atingidos depois, e nunca antes, de ser racionalizada (que não racionada) a máquina do Estado. Os restantes partidos da esquerda, ou do arco da velha, apresentam um condicionamento que os impede de discutir em bases sérias qualquer aspecto relacionado com a dimensão e as funções do Estado: tudo no Estado é bom, incluindo o que é mau. À direita, a ala liberal padece de atavismo inverso: tudo é mau no Estado, incluindo o que é bom. O resultado de tudo isto é um bloqueio no debate que não impede o curso inexorável dos acontecimentos. Endividado e dependente de uma economia incapaz de contrariar a hemorragia, o Estado português embaterá na realidade e ver-se-á obrigado a reduzir drasticamente a despesa. Os interesses instalados e o viés ideológico à esquerda e à direita terão impedido, por essa altura, qualquer reestruturação racional que liberte o país das clientelas incrustadas na máquina do Estado (vejam-se, a título de meros exemplos, a resistência consentida por Relvas a qualquer reorganização ao nível dos municípios ou a permanência dos lobbies universitários que acabam de impor a sua vontade em prejuízo do financiamento do ensino básico e secundário). Isto é, os portugueses passarão de uma situação em que beneficiavam de uma protecção social que aspirava a ser de tipo escandinavo (passe o exagero) suportada por uma economia periclitante, para uma outra em que uma contribuição fiscal de nível escandinavo (sem exagero) terá como contrapartida uma protecção social miserável. Teremos então o pior de dois mundos. Um Estado ineficaz e capturado por interesses que é incapaz de oferecer qualquer contrapartida. Um Estado ávido de impostos que servirão para pagar boys, rotundas, iluminações de Natal e rendas de empresas de regime, mas já não pensões, subsídios de desemprego ou a instrução dos nossos filhos. Um Estado incapaz, sequer, de cumprir razoavelmente qualquer das suas outras funções essenciais. Portugal, em 2015, não será apenas um Estado falido. Ter-se-á tornado, entretanto, um Estado imoral.




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Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012


por Luís Menezes Leitão | 30.11.12 |

Se já nos estamos a ver gregos com o Orçamento para 2013, imagine-se o que será em 2014, em que vai ser preciso cortar 4.000 milhões para pôr o défice nos miraculosos 2,5% do PIB, que aliás ainda estão longe dos 0,5% exigidos pelo Tratado Orçamental. Conhecendo o actual Governo, imagino as propostas que aí vêm:

1) Limitar a escolaridade obrigatória à 4ª classe. No tempo dos nossos avós era assim. A seguir fecham-se todas as escolas secundárias e universidades públicas. Quem quiser ter educação complementar que vá para uma escola privada. Mas em bom rigor nem isso será necessário, pois o que se pretende é que os alunos deixem de ser piegas e comecem a trabalhar muito cedo. Daqui a vinte anos terão sempre possibilidade de pedir equivalência à licenciatura ou até ao doutoramento com base no currículo profissional.

2) Extinguir todo o sistema de saúde público. Quando mais depressa morrermos, mais depressa deixamos de ser um encargo para a segurança social. Aliás, para acelerar a coisa, até se deve passar a tributar mais reduzidamente o tabaco e as bebidas. Os portugueses vivem demasiado tempo para o Estado social que temos.

3) Se o despedimento dos funcionários públicos resultante de 1) e 2) não chegar, despedir até 100.000 funcionários públicos. Para evitar iniquidades nesse despedimento, o Governo proporá uma roleta onde serão sorteados os números de funcionários a abater (em sentido figurado, claro) aos quadros.

4) Como o previsto em 3) atirará o desemprego para os 20%, o Governo proporá extinguir imediatamente o subsídio de desemprego. Para o Governo não faria sentido nenhum andar a sortear o despedimento de funcionários e depois ainda ter que lhes pagar subsídios. Aliás subsídios é palavra abolida para todo o sempre no Estado Social refundado. E o mesmo sucede com o rendimento mínimo garantido. Com é que se quer ter alguma coisa garantida neste novo Estado Social?

5) Elevar a idade de reforma para os 100 anos. Se o Manuel de Oliveira conseguiu trabalhar com esta idade, porque não o hão-de fazer todos os outros?

Devem ser estas as medidas que aí vêm para 2014 e que permitirão um glorioso sucesso ao programa de ajustamento. Se a constituição o impedir, ela vai ter que mudar por força da realidade. Aliás, nem isso será necessário pois nem o Presidente nem o Tribunal Constitucional impedirão a aplicação das geniais medidas do Professor Gaspar. Mas a fazer-se uma revisão constitucional, provavelmente o artigo 1º passará a ser "Portugal é um protectorado, baseado na indignidade da pessoa humana e na vontade dos credores, e empenhado na sua transformação numa sociedade obediente, injusta e austera".

 

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