domingo, 4 de novembro de 2012

PORTUGAL, BRASIL E ÁFRICA CELEBRAM LUSOFONIA - UBI


BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL – Dia 03 DE NOVEMBRO de 2012

Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm – www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

 

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PORTUGAL – VISÕES: FADO, A CANÇÃO DE LISBOA

A Canção de Lisboa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Canção de Lisboa
Portugal
1933 • pb • 85 min
Produção
Realização
Argumento
José Cottinelli Telmo
Elenco original
Género
Idioma original
Lançamento


A Canção de Lisboa, 1933, realizado por José Cottinelli Telmo, é o primeiro filme sonoro português, que inaugura o seu principal género cinematográfico: A Comédia Portuguesa.

 Elenco
As suas vedetas mais famosas são: Beatriz Costa, Vasco Santana e António Silva, todos eles protagonistas de A Canção de Lisboa. Sendo o restante elenco constituido pelos actores: Alfredo Silva, Ana Maria, Artur Rodrigues, Coralia Escobar, Eduardo Fernandes, Elvira Coutinho, Fernanda Campos, Francisco Costa, Henrique Alves, Ivone Fernandes, José Victor, Júlia da Assunção, Manoel de Oliveira, Manuel Santos Carvalho, Maria Albertina, Maria da Luz, Silvestre Alegrim, Sofia Santos, Teresa Gomes e Zizi Cosme.

 A sua produção

Foi um filme que, na época, obteve grande sucesso e êxito do público, não apenas em Portugal mas também nos então territórios de Ultramar e Brasil. Esse êxito deveu-se em parte ao carácter tipicamente português das personagens e das situações que permitia a total identificação dos espectadores com o filme. E em parte à introdução de canções que rapidamente se tornaram populares, não só neste filme mas em todos os outros do género. Por isso, estas comédias são clássicos do cinema português, onde nunca se deixaram de ver e rever até aos dias de hoje. A Canção de Lisboa não é apenas pioneiro deste género cinematográfico como também um dos melhores. Por ter sido considerado um objecto de prestígio, o valor dos bilhetes foi mais dispendioso do que o habitual. O sucesso alcançado foi de tal forma retumbante, que as receitas do filme permitiram, inculsivé, pagar uma grande parte das instalações da Tóbis que se encontravam então em construção.

Para além dos actores, outros grandes nomes da arte portuguesa marcaram a produção deste filme, por exemplo, os cartazes: Nada menos que três foram concebidos por Almada Negreiros. Outra participação enaltecedora deste magnífico filme foi a de Manoel de Oliveira então no começo da sua carreira cinematográfica como realizador, aparece neste filme como actor, interpretando Carlos, o melhor amigo do actor principal Vasco Santana.

A Canção de Lisboa, pilar do cinema portugês, ironicamante não foi realizado por um cineasta mas sim por um conhecido arquitecto José Cottinelli Telmo, tendo aliás sido o único filme por ele realizado. O uso do espaço em Lisboa, tanto em cenários de estúdio como em cenários naturais, é característico da sabedoria de um arquitecto. A cena exterior em que Vasco Santana canta o famoso «Fado do Estudante», por exemplo, foi filmada na esplanada do último piso da Cervejaria Portugália na Avenida Almirante Reis, um edifício do começo do século XX. Por todos este motivos A Canção de Lisboa é um clássico e ao mesmo tempo um filme único que ficará para sempre como marco e testemunho da evolução cinematográfica portuguesa.

 Enredo

Alice (Beatriz Costa), Miss Castelinho

Vasco Leitão (Vasco Santana), boémio e cábula, estuda na Faculdade de Medicina de Lisboa e vive da mesada das tias ricas, a quem já mandou dizer um ror de vezes que era doutor, exercendo num riquíssimo consultório. As tias que vivem na província, em Trás-os-Montes, nunca vieram à capital e ignoram a realidade do sobrinho. Pois não sabem que Vasco prefere os retiros e os arraiais, folgar e cantar o fado. Sendo ele um audaz conquistador das raparigas, conquistou Alice (Beatriz Costa), uma costureira do Bairro dos Castelinhos, o que não agrada ao pai, o Alfaiate Caetano (António Silva), pois sabe que ele é um boémio e que nunca mais há de assentar. Os azares de Vasco são constantes ao longo das suas peripécias - no mesmo dia em que reprova o exame de final de curso, recebe uma carta das tias onde lhe anunciam uma visita, a fim de conhecer a Lisboa que ainda não viram e de admirar a riqueza que promoveram ao sobrinho.

 

"Diga 33, não, você é muito grande, diga antes 33.333"

Chegadas a Lisboa, as tias, são roubadas e desmaiam. Incitado por Quinquinhas, Vasco é obrigado a transportar as tias desmaiadas na tipóia da tourada, mas as tias, entretanto, voltam ao estado consciente e apercebendo-se do seu transporte sentem-se indignadas e zangam-se com Vasco. Para apaziguar o sucedido, Vasco alia-se a Caetano e este mente às tias dizendo que Vasco é um sábio e um excelente médico, mas ele desconhece que o alfaiate actua com o interesse de "comer o dinheiro às velhotas", como profere o Sapateiro aquando da sua união com o alfaiate para deserdar Vasco, ficando eles com a herança.

 

Casamento
As tias, já desconfiadas, descobrem o embuste de Vasco, quando este não tendo nenhum consultório para lhes mostrar leva-as ao Jardim Zoológico, onde é confundido com o Veterinário, consultando todos os animais do Zoo, pois cada consulta vale 20 escudos e Vasco aproveita a confusão para ganhar alguns "macacos", como ele diz ao empregado do Zoo, o Sr. Carneiro, que o acompanha nesta peripécia. Assim, sem fortuna das tias, apercebe-se da miséria, sendo salvo por Carlos, seu grande amigo, que lhe arranja num retiro de fado, o do Alexandrino, ocupação como fadista. É aclamado tanto na sua carreira de fadista como na de estudante, indo a exame onde aprova, finalmente, com 20 valores, o curso de medicína - "ele até sabe o que é o maistoideu"... tornando-se então médico casa com Alice, tendo entretanto feito as pazes com as tias, é respeitado e idolatrado por todos.

 Musical

Em 2005 foi adaptado por Filipe La Féria para peça de teatro musical.
A Canção de Lisboa, Musical, é um musical de Filipe La Féria. É uma homenagem a Lisboa e á Comédia portuguesa, que precisamente nasceu com o filme A Canção de Lisboa.
Filipe La Féria é também responsável pela cenografia proporcionadora dum ambiente típico da Lisboa dos anos 30 onde não faltam arraiais, fados e fadistas, marchas populares, arquitectura típica, varinas, marinheiros e tantas outras personagens que tão bem caracterizam e captam A Canção de Lisboa de José Cottinelli Telmo, absorvida na essência da Lisboa da altura.
Esta Canção de Lisboa baseia-se no argumento de José Galhardo, Vasco Santana e Alberto Barbosa, tem música de Raul Ferrão e Raul Portela e figurinos de Vitor Pavão dos Santos, e um elenco com mais de cinquenta actores, bailarinos e músicos, entre eles a cantora Anabela e a actriz Sofia Duarte Silva (Alice), Miguel Dias (Vasco Leitão), Nuno Guerreiro (Alfaiate Caetano), ao lado da grande Manuela Maria que interpreta uma das tias de Vasco vinda da província, Joel Branco, Tiago Diogo, Rosa Areia, David Ventura, António Leal, Tatiana Baló e Inês Santos.
Ver :
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Canção_de_Lisboa&oldid=29799653

PORTUGAL NOTÍCIAS - Portugal Sem Passaporte - O POVO = 
http://blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/

URBI ET ORBI - Jornal da UBI -Covilhã
http://www.urbi.ubi.pt/pag/10647
Portugal, Brasil e África celebram lusofonia

Palestrantes de várias nacionalidades uniram-se em torno da literatura, história e cinema de língua portuguesa. A academia foi a casa da língua de Camões num evento que serviu para debater possíveis cenários futuros quer de projetos culturais, quer de investigações académicas.
Por: Marlene Gomes
Em: Quarta, 31 de Outubro de 2012
Palestrantes durante o I Congresso Internacional Portugal, Brasil e África: Relações literárias, históricas e cinematográficas
Celebrando-se 2012 como o ano de Portugal no Brasil, e o ano do Brasil em Portugal, o Departamento de Letras da Universidade da Beira Interior organizou o I Congresso internacional Portugal, Brasil e África: Relações literárias, históricas e cinematográficas. O congresso decorreu durante os dias 24 e 25 outubro no Anfiteatro da Parada da Faculdade de Artes e Letras, e com algumas palestras também na Biblioteca Central.
Com vários convidados de honra e 24 palestras, com oradores de várias nacionalidades, foi assim que ficaram marcados os dois dias de congresso. Professores e investigadores de universidades do nosso País e de outros países debruçaram-se sobre várias obras literárias lusófonas.
O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, foi a obra escolhida pela investigadora do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, Isabel Mateus. A investigadora falou da representação do “outro” na obra. O Retorno retrata a vida de Rui e da sua família, que com o processo de descolonização se viram obrigados a abandonar Luanda e a voltar para Portugal, em 1975. Durante mais de um ano, Rui e a sua família moraram num quarto de hotel, e como outros tantos retornados foram vítimas de desconfiança e hostilidade por parte dos portugueses.
Falando-se de relações internacionais entre África, Portugal e o Brasil, Maria de Fátima Outeirinho, docente na Faculdade de Letras do Porto, discursou sobre a literatura de viagens. A docente destaca a literatura de viagens como “a ocasião do campo de relação entre o Eu e o Outro”. Para a sua apresentação, Maria de Fátima Outeirinho destacou obras de autores portugueses, como Baía dos Tigres, de Pedro Rosa Mendes, e Sul, de Miguel Sousa Tavares. “ Obras como estas dão lugar a indivíduos presos no anonimato, dão a oportunidade à voz dos africanos de falarem da experiencia da colonização portuguesa, dão-nos a conhecer o cenário de guerra e conflitos, bem como as condições precárias das populações e retratam-nos as paisagens da Natureza”, conta Maria de Fátima Outeirinho.
Para além das palestras que decorreram na Faculdade de Artes e Letras, o I Congresso internacional Portugal, Brasil e África: relações literárias, históricas e cinematográficas presenteou a sua assistência com as exposições de pintura Fragmentos de Terra, de Renato Rodyner e Panos D´Obra de Manuela Jardim, no Museu de Lanifícios, e com a exibição da longa-metragem portuguesa A Costa dos Murmúrios, de Margarida Cardoso, a qual também esteve presente no evento.
Henrique Manso, docente do Departamento de Letras da universidade, e membro da organização, sublinhou que “iniciativas como esta são importantes para abrir novos horizontes aos alunos, não só na literatura portuguesa, mas também nas literaturas brasileira e africana”. O docente deixa, ainda, a mensagem que “é cada vez mais importante que o mundo lusófono se una, numa época como esta, marcada pela globalização, em que a lusofonia poderá ser o futuro.”.
O I Congresso Internacional Portugal, Brasil, África: relações literárias, históricas e cinematográficas foi mais um evento, organizado, ao nível da lusofonia, pelo Departamento de Letras na UBI, como o colóquio Internacional Portugal-Brasil, em 2009, e o I e II Congresso Relações Internacionais Portugal-África, em 2008 e 2010, respetivamente.
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PORTUGAL E A CRISE : MEMÓRIA E ANÁLISES
 
 Tudo o que sempre quis saber sobre as contas públicas mas teve vergonha de perguntar
  
 
OUTROS ARTIGOS DESTE AUTOR
 
Uma opinião pública inquinada por falsidades ou meias verdades não está em condições de formar um juízo válido sobre as alternativas políticas que lhe são propostas.
1. Para começar, 47% da chamada despesa pública de 2011 consistiu em transferências, ou seja, redistribuição de recursos que o estado opera de uns cidadãos para outros, incluindo pensões e outras prestações sociais. Não é pois verdade que o estado se aproprie de metade da riqueza do país, visto que metade dessa metade é devolvida às famílias.

2. As despesas de funcionamento das administrações públicas (salários mais consumos intermediários) representam 39% dos gastos totais. Porém, como abrangem a produção de serviços como a saúde, a educação ou a segurança, a verdade é que o custo da máquina burocrática do estado central se fica pelos 12 mil milhões (15,5% da despesa pública ou 7,2% do PIB). As gorduras do estado são afinal diminutas.

3. Os juros da dívida pública deverão absorver no próximo ano 5% do PIB. É imenso, mas em 1991 chegaram aos 8,5%.

4. O estado português foi recentemente obrigado a corrigir as suas contas incluindo nelas défices ocultos em anos anteriores, o que teve como consequência um aumento brusco da estimativa da dívida pública acumulada. O curioso é que essa dívida escondida foi praticamente toda contraída até 1989. Logo, as revisões recentes emendam falhas cometidas há muitíssimos anos.

5. A despesa pública em proporção do PIB atingiu um máximo em 1993 (46%), depois desceu ligeiramente e só voltou a esse nível, superando-o inclusive, na sequência da
crise financeira mundial declarada em 2008. O país sabe conter eficazmente despesa pública, tanto mais que já o fez no passado.

6. O défice das contas públicas atingiu o seu máximo absoluto, segundo o
Banco de Portugal, em 1981 – um legado de Cavaco Silva ao segundo governo da Aliança Democrática. Nunca mais se viu nada assim.

7. Em 1986, o sector público absorvia 71,7% do crédito total à economia. Em pouco mais de uma década a situação inverteu-se totalmente, de modo que, em 1999, as empresas e as famílias já absorviam 98% do crédito disponível. A economia não está hoje abafada pelo estado.
8. À data da entrada na CEE, o financiamento externo da economia representava apenas 14% do total. Em resultado da privatização da banca, a captação de recursos financeiros no exterior decuplicou entre 1989 e 1999 e a dívida pública passou a ser financiada esmagadoramente pelo estrangeiro. As instituições financeiras contribuíram para uma entrada líquida de fundos externos equivalente a 6,8% do PIB nesses anos. As responsabilidades dos bancos face ao estrangeiro passaram de 49% do PIB em 1999 para um máximo de 96% em 2007.

9. A baixa das taxas de juro decorrente da integração no euro propiciou a rápida expansão do crédito. Mas o investimento baixou em sete dos onze anos que terminaram em 2010 (variação acumulada de -20%), ao passo que o consumo privado só desceu num ano (variação acumulada de 19%). Quando havia dinheiro a rodos, o sector privado não investiu. Convém investigar porquê.

10. Também o investimento público foi baixando progressivamente até aos 3% do PIB em 2008. Em 2009 subiu um pouco, ficando ainda assim abaixo dos máximos do início da década. Como é possível continuar-se a invocar o excesso de investimento público para explicar as presentes dificuldades financeiras do estado?

11. As despesas do estado com pessoal caíram consistentemente em proporção do PIB a partir de 2002. O tão polémico aumento dos salários dos funcionários públicos em 2009 teve um impacto insignificante nas contas públicas. Em contrapartida, as prestações sociais passaram de 14% para 22% do PIB entre 2003 e 2010, sendo responsáveis por 95% do aumento da despesa corrente primária do estado entre 1999 e 2010.

12. Desmentindo a ideia de que as metas acordadas com a
União Europeia nunca se cumpriram, os objectivos dos PECs entre 2006 e 2008 foram sempre confortavelmente atingidos, sem recurso a receitas extraordinárias, no que respeita a receitas, despesas, défice e dívida pública.

13. As medidas selectivas de combate à recessão em 2009 ascenderam a apenas 1,3% do PIB (quase metade pagos com fundos comunitários). O grande aumento do défice nesse ano deveu-se no essencial à quebra em 14% das receitas fiscais e ao crescimento das prestações em decorrência do agravamento da situação social. Acresce que esse aumento não se desviou significativamente do observado no resto da UE.

14. Cada um dos pontos anteriores contraria directa e taxativamente uma ou mais alegações quotidianamente escutadas nas televisões, nas rádios, nos jornais e, por decorrência, nos cafés e nos transportes públicos. Uma opinião pública inquinada por falsidades ou meias verdades não está em condições de formar um juízo válido sobre as alternativas políticas que lhe são propostas. Nestas condições, não admira que cresça descontroladamente o populismo e se degrade a qualidade da democracia.

Nota: (Os factos e números citado neste artigo foram extraídos do recentemente editado "Sem Crescimento Não Há Consolidação Orçamental: Finanças Públicas, Crise e Programa de Ajustamento", de Emanuel Santos, leitura indispensável para quem deseje documentar-se sobre o tema das contas públicas.)



Director Geral da Ology e docente universitário

jpcastro@ology.pt
 



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