sábado, 10 de novembro de 2012

QUE SE LIXE A MERKEL! Paulo Timm


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QUE SE LIXE A MERKEL

BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL – Dia 09 DE NOVEMBRO
Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica


Editor : Paulo Timm – www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

ANO BRASIL PORTUGAL - Acompanhe a programação neste site:


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INDICE

1.PORTUGAL- Visões

2.NOTÍCIAS

3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises

1– VISÕES: SINTRA
 
O Palácio da Pena, em Sintra, foi classificado como um dos dez “castelos mais impressionantes do mundo”. A classificação foi atribuída pela comunidade de membros da versão brasileira do portal de Turismo “TripAdviser”.O texto faz referência ao facto de o palácio ser património mundial da Humanidade da Unesco e considerado uma das “sete maravilhas de Portugal”. É indicado que o Palácio constitui o “mais completo e notável exemplar de arquitectura portuguesa do romantismo”.
O “TripAdvisor” cria regularmente listas de locais turísticos que aconselha a visitar, sendo que, desta vez, a selecção diz respeito a castelos e palácios.
Em primeiro lugar da lista surge o Castelo de Neuschwanstein (Schloss Neuschwanstein), na Baviera (Alemanha), seguido do Castelo de Matsumoto, Nagano, no Japão.
O Palácio da Pena foi incluído na restrita seleção dos palácios e castelos mais impressionantes de todo o mundo, sendo caracterizado como “uma expressão do Romantismo do século XIX”. Beneficiado pelo estatuto de Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, e pela condição de uma das “Sete Maravilhas de Portugal”, o local conquistou o 10º lugar na prestigiada lista do TripAdvisor.
Situado no cimo de uma alta colina, os membros daquele portal de turismo referem que a difícil subida é compensada pelas “vistas deslumbrantes” que o palácio oferece sobre toda a região. Outro aspeto positivo do lugar é o Parque da Pena, que circunda o edifício, apontado como um dos pontos preferidos de muitos turistas.
Sintra is a town within the municipality of Sintra in the Grande Lisboa subregion (Lisbon Region) of Portugal. Owing to its 19th century Romantic ...
 

                                                                          
youtube.com5 min - 22 set. 2010 - Vídeo enviado por swlafra
Sintra". Se você gosta deste vídeo, pode achar muito mais vídeos portugueses a: www.laframenta.com This video ...

Imagens de cintra portugal castelo


 - Castelo da Pena - Sintra - Portugal - YouTube

www.youtube.com/watch?v=FhWoAq8C5rY10 out. 2009 - 8 min - Vídeo enviado por MrAlvesconceicao
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Castelo dos Mouros (Sintra)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 

Castelo dos Mouros (Sintra)
Castelo-dos-Mouros 1.jpg
Castelo de Sintra, Portugal: vista das muralhas.
Mapa de Portugal - Distritos plain.png
Construção (séc. VIII e séc. IX)
Estilo
Conservação Bom
Homologação
(IGESPAR)
MN
(DL 16-06-1910, DG 136, de 23-06-1910 de 23 de Junho de 1910)
Aberto ao público
Site IHRU, SIPA 4641
Site IGESPAR 336929


O Castelo de Sintra, popularmente conhecido como Castelo dos Mouros, localiza-se na vila de Sintra, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, no distrito de Lisboa, em Portugal.
Erguido sobre um maciço rochoso, isolado num dos cumes da serra de Sintra, na Estremadura, do alto das suas muralhas descortina-se uma vista privilegiada de toda a sua envolvência rural que se estende até ao oceano Atlântico.

 

Antecedentes

Castelo de Sintra: aspecto de um cubelo. Na bandeira, em árabe, a palavra "Sintra".
Sobre esta toponímia, o historiador Pinho Leal referiu:
"A origem do nome veio de um templo erguido uns 308 anos antes de Cristo, por Gregos, Galo-celtas e Túrdulos, dedicado à Lua. Os Celtas chamavam a Lua de 'Cynthia' e quando os Árabes dominaram a região, por não pronunciar o 's', chamavam o local de 'Chintra' ou 'Zintira'."[1]
A pesquisa arqueológica contemporânea, entretanto, revela que a primitiva ocupação da região de Sintra data dos séculos X a VIII a.C..[2]
Quando da Invasão muçulmana da Península Ibérica, a partir do século VIII a região foi ocupada, tendo a sua povoação recebido o nome de "as-Shantara". Os estudiosos são acordes em afirmar que foram eles os responsáveis pela primitiva fortificação da penedia, entre o século VIII e o IX, com a finalidade de controlar estrategicamente as vias terrestres que ligavam Sintra a Mafra, Cascais e Lisboa.
Integrante dos domínios da taifa de Badajoz, no alvorecer do século XII, diante da ameaça representada pelas forças de Ali ibn Yusuf ibn Tashfin, que oriundas do Norte de África, haviam passado à península visando a conquista e reunificação dos domínios Almorávidas, o governante de Badajoz, Mutawaquil, entregou Sintra, juntamente com Santarém e Lisboa, na Primavera de 1093, ao rei Afonso VI de Leão e Castela, visando uma aliança defensiva, que não se sustentou. Envolvido com a defesa de seus próprios territórios, o soberano cristão não foi capaz de assistir o governante mouro, cujos territórios vieram a cair, no ano seguinte (1094), diante dos invasores. Desse modo, Lisboa, Santarém e Sintra voltaram ao domínio muçulmano, agora sob os Almorávidas.

  O castelo medieval
Castelo de Sintra: porta islâmica.
O destino de Sintra manteve-se associado ao de Lisboa, que viria a ser reconquistada pelas forças de Afonso VI de Leão, para voltar ao domínio muçulmano em 1095, até se entregar volutária e definitivamente, a D. Afonso Henriques (1112-1185) em 1147. Visando o seu repovoamento e defesa, o soberano outorgou Carta de Foral a Sintra em 1154, quando terá determinado reparos nas suas defesas, dotando-a de um templo, a Igreja de São Pedro de Canaferrim.
O seu filho e sucessor, D. Sancho I (1185-1211) também dispensou cuidados ao castelo, remodelando e reforçando-lhe as defesas. Assim também procedeu, séculos mais tarde, D. Fernando I (1367-1383), tendo o castelo sido assediado por tropas de Castela no contexto das chamadas Guerras fernandinas. À época da crise de 1383-1385, era seu Alcaide-mor D. Henrique Manuel de Vilhena, que tomou o partido por D. Beatriz, somente entregando este castelo "forte e muito alto e fragoso" que lhe fora confiado após a vitória de João I de Portugal na batalha de Aljubarrota (LOPES, Fernão. Crónica de D. João I).
Posteriormente, diversos soberanos portugueses elegeram Sintra para sua estadia, demorando-se no "Paço Régio", construído para esse fim e sucessivamente ampliado e melhorado ao longo dos séculos (Palácio Nacional de Sintra), tendo a povoação se desenvolvido em torno deste novo núcleo. O castelo manteve-se, por essa razão em segundo plano, entrando em decadência, principalmente após o século XV, face à expulsão dos judeus do país, então os seus únicos habitantes. No século XVI encontrava-se desabitado. A queda de um raio causou-lhe danos à Torre de Menagem (1636), danos grandemente aumentados pelo terramoto de 1755.

  Do século XIX aos nossos dias
No século XIX, sob o segundo reinado de D. Maria II (1834-1853), o seu consorte, Fernando II, sob o impulso de redescoberta da Idade Média proporcionado pelo Romantismo, tomou, em 1839, o antigo castelo por aforamento à Câmara Municipal de Sintra pela quantia anual de 210 Réis, promovendo-lhe amplas obras de reconstrução que, embora de caráter amador, tiveram o mérito de sustar o avançado estado de degradação em que a estrutura se encontrava. Ao gosto imaginativo da época foram adicionados locais de contemplação, caminhos de acesso e vegetação abundante, transformando-o em uma atração turística.
O Castelo dos Mouros e a cisterna encontram-se classificados como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910. A intervenção do poder público português no monumento iniciou-se em 1939, com a reconstrução de troços das muralhas. Após intervenções menores (1954, 1965), em 1986 procederam-se trabalhos de limpeza e reconstrução de alvenarias, degraus e ameias em várias zonas do castelo, repetindo-se os trabalhos de limpeza das muralhas em nova campanha, em 1992.
O conjunto de Sintra foi classificado como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1995.
Desde Setembro de 2000 o monumento vem sendo gerido pela empresa Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A..
 
 
2 -PORTUGAL NOTÍCIAS  

Álvaro Cunhal | Facebook

pt-br.facebook.com/pages/Álvaro-Cunhal/42630552378

Álvaro Cunhal
  Álvaro
WIKIPEDIA
Secretário-geral do Partido Comunista Português, Ministro sem pasta de Portugal
Vida
Nascimento
Falecimento
Partido
Profissão
Secretário-geral do Partido Comunista Português, deputado, escritor e pintor
Álvaro Barreirinhas Cunhal (Coimbra, 10 de Novembro de 1913Lisboa, 13 de Junho de 2005) foi um político e escritor português, conhecido por ser um resistente ao Estado Novo, e ter dedicado a vida ao ideal comunista e ao seu partido: o Partido Comunista Português.
                                                           
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HOJE É DIA DE    RECORDAR ALVARO CUNHAL
2013 – Ano do Centenário do nascimento de Alvaro Cunhal
Autor: Joana Teles
Sábado, 10 Novembro 2012  
Hoje é dia de recordar Álvaro Cunhal, que nasceu em Coimbra, a 10 de novembro de 1913. Escritor português, Cunhal tornou-se célebre pela resistência ao Estado Novo e pela sua luta pelo ideal comunista.
Dez de novembro é dia de homenagear Álvaro Cunhal, na data do seu nascimento. Apesar de ser natural da cidade de Coimbra, mudou-se para a capital com a família e concluiu a formação na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde iniciou a sua atividade revolucionária.
Em 1931, com 17 anos, filia-se no Partido Comunista Português (PCP) e integra a Liga dos Amigos da URSS e o Socorro Vermelho Internacional. Três anos mais tarde, torna-se representante dos estudantes no Senado da Universidade de Lisboa. E no ano seguinte, chega a secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas.
A sua atividade política e cívica era intensa, até que em 1936 é cooptado para o Comité Central do PCP, depois de uma visita à então URSS.
A escrita era a sua maior paixão e, por isso, desde muito jovem colaborou com alguns jornais, como O Diabo, a Seara Nova, algumas publicações clandestinas do PCP, o Avante e O Militante, onde também assina diversos artigos de intervenção.
Os ideais comunistas e oposição ao Estado Novo levaram-no à prisão, em 1937, 1940 e 1949-1960. Foram 13 anos de reclusão, oito dos quais em total isolamento. Cunhal foi torturado, mas manteve o silêncio de um inocente.
E foi na prisão que se dedicou à escrita ainda com maior intensidade, rubricando diversos trabalhos, como a tradução e ilustração da obra Rei Lear, de William Shakespeare. Até que no dia 3 de janeiro de 1960, Cunhal e alguns camaradas comunistas levam a cabo a célebre “fuga de Peniche”, que resultou de um plano perfeito.
Entre 1961 e 1992, foi secretário-geral do PCP, sucedendo a Bento Gonçalve, até ser substituído por Carlos Carvalhas. Em 1962, enviado pelo partido para Moscovo e para Paris. Regressa a Portugal com o 25 de Abril de 1974 e comemorou com Mário Soares a conquista da Democracia.
Foi ministro sem pasta em governos provisórios e deputado à Assembleia da República, entre 1975 e 1992. Foi ainda conselheiro de Estado. Em 1995, revela a sua obra, que escreveu sobre o pseudónimo de Manuel Tiago. Álvaro Cunhal morre a 3 de junho de 2005, em Lisboa, e é recordado hoje
 
  
3- PORTUGAL E A CRISE - MEMÓRIA E ANÁLISES
 
COLUNA   QUE SE LIXE A MERKEL - Paulo Timm -
"Se a vida serve para juntar, que se saiba e que se grite: há uma esquerda na Europa, há uma esquerda na Europa".
 F. Louçã, Líder Bloco de Esquerda – Portugal – no comício de 08 de novembro de 2012 , Lisboa.
 
Angela Merkel estará em Lisboa por meras cinco horas nesta segunda feira, dia 12. O programa começa com o encontro com o Presidente Cavaco Silva, em Belém, passa por um almoço no Forte de S. Julião da Barra com Passos Coelho, Primeiro Ministro  e se encerra  com o Encontro Empresarial Luso-Alemão. Não traz a Chanceler alemã nenhuma novidade à aflitiva situação portuguesa. O que tinha a dizer, disse-o semana passada: “O desemprego em Portugal não tem solução, porque o país é pobre. Não tem dinheiro para novos investimentos...” O mesmo tom, aliás, de outra personalidade, local,  Isabel Janet, Presidente do Banco Alimentar, falando na ultima quarta-feira, no Programa “Em Directo”, na SIC Notícias, para quem “os portugueses vivem muito acima das possibilidades” e, portanto, . “Vamos ter que empobrecer muito, vamos ter que viver mais pobres”... Ambos pronunciamentos, geradores de um verdadeiro tsuname de revolta por todo Portugal:
 
“As reações de indignação multiplicaram-se logo nas redes sociais e, numa carta aberta publicada nesta quinta-feira na Internet pelo Movimento Sem Emprego, Jonet é acusada de proferir “insultos”, “declarações aviltantes” e de “mascarar de caridade o saque que estão a fazer às nossas vidas”.

http://www.publico.pt/Sociedade/isabel-jonet-acusada-de-usar-a-fome-como-arma-politica-1571681

 

A verdade é que esse tipo de pronunciamento define com perfeição o que hoje separa ideologicamente a Europa, talvez o mundo: Conservadores culpam os gastos – dos Governos, das famílias, dos trabalhadores – pela crise e proclamam a urgência da austeridade; progressitas culpam o sistema financeiro que engolfa geometricamente as rendas públicas e privadas disponíveis elevando crescentemente os níveis de endividamento e crise. O que dificilmente se fala é que se foram os conservadores que instituíram o neoliberalismo que levou ao primado da orgia financeira no planeta, numa era de globalização eletrônica, foram os progressistas que os avalizaram: socialdemocratas, trabalhistas  e socialistas na Europa, democratas nos Estados Unidos, tucanos e peronistas de Menem na América Latina. Hoje estes parecem meio arrependidos e correm atrás de medidas  salvacionistas. Lamentavelmente, como sempre, não se vêem autocríticas. Mas ressaltam cada vez mais as censuras de setores da esquerda que não se deixaram seduzir pelo canto de sereia do “Consenso de Washington” e que colhem nas urnas, agora,  margens cada vez maiores de reconhecimento, senão pela estratégia mais radical, pelo menos pela dignidade das posturas: A Frente de Esquerda na França (Mélanchón) , o  Syriza da Grécia , (Alexis Tsipras), e o Bloco de Esquerda , de Portugal  ( Louçã), bem como, alíás,  os velhos e bons Partidos Comunistas destes e de outros países. De todos, Louçã é ,talvez, o mais promissor e preparado quadro desta Nova Esquerda que, embora  anterior, emerge potencialmente da Crise Europeia.  Ele receberá Merkel em Portugal como uma “assaltante”:

O coordenador do BE afirmou que os portugueses são "credores da banca alemã" e que Angela Merkel é "uma assaltante" e intermediária de "um negócio usurário" que terá uma "resposta" na visita a Lisboa.

"Quando Merkel diz que os países endividados a quem impuseram a dívida que faz mais dívida devem perder a soberania e, portanto, o direito dos seus parlamentos decidirem sobre os impostos, que é o fundamento do contrato da eleição, o povo só pode defender-se", declarou Francisco Louçã.

O coordenador do BE falava no encerramento de um comício internacional promovido pelo partido em Lisboa.

No seu discurso, o líder bloquista fez vários comentários irónicos à visita de Angela Merkel a Portugal na segunda-feira e vaticinou "que a Europa vai responder em Lisboa à visita da imperatriz e à imposição dos seus apoderados e dos seus valetes".

Louçã afirmou que hoje Portugal é "credor da banca alemã" e que Merkel é "uma intermediária de um negócio usurário, é uma assaltante e vangloria-se desse assalto".
"Quem toma emprestado a zero por cento e nos cobra a quatro são os agiotas", criticou.

"São Julião da Barra é um forte que foi construído para impedir os piratas de entrar no Tejo, quem é que imaginava que os piratas iam para dentro do Forte de São Julião da Barra, alguém imaginava? Se é para isso podia ter mandado um postal ilustrado", ironizou, provocando fortes aplausos das centenas de bloquistas presentes no Pavilhão do Casal Vistoso.

O líder do BE aludiu depois ao facto de o encontro de Merkel com o primeiro-ministro, Passos Coelho, acontecer numa fortificação militar, quando, por exemplo, o Presidente norte-americano Ronald Reagan discursou no parlamento quando visitou Portugal nos anos 80, perante vaias de deputados.

"Disseram-me que a senhora Merkel se vai encontrar com o Governo no Forte de São Julião da Barra, eu lembro-me que houve um Presidente norte-americano, e tanto protesto contra ele, que merecia muito bem, que veio a Portugal e chegou a falar perante o parlamento, com o protesto de muitos deputados que lá estavam, e ela está refugiada em São Julião da Barra", afirmou.

Louçã considerou, no entanto, que "há uma forma simpática de ver as coisas": "Enquanto Merkel está presa dentro do forte com Passos Coelho e Paulo Portas, a liberdade está nas ruas de Lisboa, e vamos fazer ouvir essa liberdade, essa é a liberdade da Europa, é a de quem luta por todos".

"É claro que Merkel tem uma virtude, e não me levem a mal por vos falar da virtude da Merkel, é que ela não esconde nada, cada dia que passa é mais violenta e mais arrogante", acrescentou.
No seu discurso, o coordenador bloquista apelou à união dos partidos da esquerda europeia, afirmando que existem hoje "dez milhões de eleitores" na Europa neste campo político.

"Se a vida serve para juntar, que se saiba e que se grite, há uma esquerda na Europa, há uma esquerda na Europa", afirmou.

"Há duzentos anos, quando Napoleão se sagrou imperador, Beethoven decidiu colocar em cima da sua secretária uma imagem de Brutus e rasgou uma dedicatória que tinha feito a Bonaparte da sua sinfonia "Eroica", hoje podemos perguntar onde estão os 'Beethovens' da Europa, dessa cultura insubmissa, dessa democracia irredutível, quem toma nas suas mãos a resposta, que povo é que se defende?", interrogou Louçã.

Não se pense, porém, que esta Nova Esquerda é revolucionária, ou prosélita de um ortodoxo marxismo-leninismo.  Trata-se, mais bem,  de um revigoramento ideológico da agenda reformista, há tempos sepultada pelas lideranças social-democratas  mais antigas do continente.
Francisco Louçã, por exemplo, o mais brilhante intérprete desta corrente européia,   economista de formação acadêmica, professor universitário, com vários livros publicados, dentre eles o indecifrável “The Years of High Econometrics” (Londres,2007)  analisa profundamente a Crise em Portugal, em “Portugal Agrilhoado”, Ed. Bertrand, Lisboa, 2011 e apresenta apenas três singelas  propostas de reorganização da Economia do seu país:
“Algumas das mais importantes medidas para a regulação do sistema financeiro e para essa transformação institucional seriam:
1.   Proibir os bancos comerciais de usarem os seus fundos para especulação  com produtos financeiros não regulados;
2.   Reduzir a liquidez das transações especulativas de curto prazo, com a imposição de uma taxa Tobin sobre os movimentos de capitais.
3.   Retirar às agências de notação a capacidade de certificar o risco de emissões de dívida soberana, criando no âmbito de instituições internacionais como o BCE , uma agência pública de notação. ”
Tais são as medidas, aliás, hoje reivindicadas por vários outros líderes de esquerda e por vários movimentos, dentre eles  o “Que se Lixe a Troika”ou o “Geração à Rasca”, com grande presença nos movimentos de massa nas ruas de Lisboa, desde o ano passado: 
  Geração à Rasca é o nome dado a um conjunto de manifestações ocorridas em Portugal e outros países, no dia 12 de Março de 2011, as maiores manifestações não vinculadas a partidos políticos desde a Revolução dos Cravos[1].
Um evento do Facebook e um blogue, criados por um grupo de amigos: Alexandre Carvalho, António Frazão João Labrincha e Paula Gil; foram o ponto de partida[2] para o movimento de protesto, auto-intitulado "apartidário, laico e pacífico", que reivindica melhorias nas condições de trabalho, como o fim da precariedade.
MANIFESTO
Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.
Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.
Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza – políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.
Caso contrário:
a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.
b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.
c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.
Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.
Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.
                                                                                    Manifesto (pdf)
                 (http://geracaoenrascada.wordpress.com/manifesto/)
Mas se o dia 9 de novembro excita a brava chanceler alemã em sua peregrinação conservadora, eis que evocativo da data em que se iniciou a derrubada do Muro de Berlim, em 1989, retirando-a do anonimato,  o dia de hoje, 10 , lhe é pouco propício à visita à Portugal. Hoje abre-se o ano do   centenário de nascimento de Alvaro Cunhal, o mais consagrado líder comunista português, Secretário do PCP de 1961 a 1992, falecido em 2005.
 
 
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ÁLVARO CUNHAL-Político, escritor, artista plástico, resistente e dirigente comunista: 1913-2005
 
Cunhal é um verdadeiro mito em Portugal e o país todo o festeja . O Partido Comunista Português, especialmente, promete um ano inteiro de iniciativas (http://www.publico.pt/Política/pcp-promete-ano-cheio-de-iniciativas-para-celebrar-centenario-de-cunhal-1571824 )
Intelectual de vanguarda, romancista, cronista, pintor e , sobretudo, militante desde a juventude, Cunhal notabilizou-se pela luta contra o fascismo salazarista e  se alinhou, embora com mais cuidado,  com G. Marchais, PCF, Enrico Berlinger , PCI e Santiago Carrillo, PCE  na revisão eurocomunista dos anos 70.
 
Não foi por um capricho que o seu livro O Partido com paredes de vidro — reflexão sobre o PCP como partido revolucionário da classe operária — não foi publicado em alguns países da Europa Oriental. Os dirigentes dos partidos burocratizados no poder temiam os efeitos da frontalidade com que Álvaro Cunhal abordava a temática de desvios e erros incompatíveis com a concepção leninista do partido revolucionário. Na maioria desses países as organizações comunistas, distanciadas do povo e em ruptura com os princípios do marxismo, actuavam já como caricaturas do que deve ser um partido comunista.

(Miguel Urbano Rodrigues in Álvaro Cunhal, um grande da História)

Em 1974 se colocou, com Mário Soares, líder do Partido Socialista Português, à frente da Revolução dos Cravos, de 25 de abril, sendo famoso o passeio dos dois pelas ruas de Lisboa, uma semana depois da queda do regime. Cunhal foi o grande impulsionador das medidas revolucionárias que se seguiram à Revolução de Abril, até 1976.  A partir daí, distanciou-se dos socialistas e os condenou veementemente pela virada à direita que viria praticamente restaurar o poder dos chamados “Donos de Portugal”, um grupo de 10 família que há cem anos domina o país. Seu livro “A Verdade e a Mentira na Revolução de Abril (A contra-revolução confessa-se)”, Ed. Avante, Lisboa, 1999 , relata com rigor este processo que acabaria resultando na crise atual (http://resistir.info/portugal/25_nov_livro_ac.html )

 
A biografia de Cunhal é digna de lembrança e um fator de advertência à Chanceler Merkel, pois os portugueses são mestres da maiêutica política.  Está tudo muito calmo, às vezes por décadas e aí, o circo incendeia. Dois episódios reiteram essa impressão: A defenestração de 1640 e o 25 de abril de 1974. . Enquanto isso,  teçamos, nós também,  nossa homenagem ao memorável  Alvaro Cunhal. La Merkel passa, ele jamais...
 
 




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