quinta-feira, 16 de maio de 2013

HOLANDA: BOLA DA VEZ...



BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL  Maio  16- 2013
Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
Editor : Paulo Timm– www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:

                                                              ***
                                  INDICE

                                                               1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises

&&&
1–VISÕES – Paula Cabeçadas envia -



El portugués Nuno Júdice gana el Premio Reina Sofía de Poesía

El galardón se concede desde 1992 al conjunto de la obra poética de un autor vivo destacado del mundo iberoamericano

El poeta portugués Nuno Júdice (Mexilhoeira Grande, El Algarve, 1949) ha ganado hoy el XXII Premio Reina Sofía de Poesía Iberoamericana. El galardón, instituido en 1992 y dotado con 42.100 euros, se concede al conjunto de la obra poética de un autor vivo del ámbito iberoamericano. Júdice es el segundo escritor portugués y el tercero de su lengua en ingresar en ese palmarés que en el caso de los autores en español muchas veces a funcionado como antesala del premio Cervantes.
Narrador, dramaturgo, ensayista y profesor universitario, Nuno Júdice es poeta el más influyente de Portugal y uno de los más prolíficos de Europa. Desde que en 2000 publicó su poesía completa hasta entonces -una veintena de títulos-, ha publicado nueve libros de versos más. De hace tan solo unos meses es Fórmulas de uma luz inexplicável. Reciente son también la novela El complejo de sagitario y el ensayo El ABC de la crítica, en el que expone su particular visión del canon de la literatura como algo "abierto, dinámico, sometido a la influencia de la coyuntura social y económica". Así lo explica el poeta, traductor y profesor de la Universidad de Évora Antonio Sáez Delgado, que destaca la doble importancia de un premio como el concedido hoy. Por un lado, reconoce por tercera vez a la literatura en portugués 10 años después de que el Reina Sofía recayera en la portuense Sophia de Mello Breyner (el brasileño João Cabral de Melo Neto lo había obtenido en 1994). Por otro, lo hace subrayando en todo el ámbito iberoamericano la obra de "la voz más importante" de la lírica portuguesa actual.
"A lo largo de los años su poesía ha evolucionado desde la imaginación teórica de sus inicios hasta la puesta en cuestión de esos principios doctrinales", escribió en 2003 el crítico español Antonio Ortega al comentar la antología de la obra de Júdice preparada por la editorial Visor con traducción de Vicente Araguas. "Cada vez más, los fundamentos teóricos han encontrado apoyo en hechos particulares, en la relación entre vida y poesía, en la materia sensible que hace que ambas participen de la misma naturaleza: lo real ha ido imponiendo sus derechos, y el poema construye y guarda la memoria del mundo". Para Sáez, Júdice es el gran maestro del "nuevo realismo" portugués y su influencia entre los autores jóvenes es definitiva. El suyo es un mundo cotidiano que se aleja de la voz más abstracta de grandes autores como Herberto Helder pero no pierde de vista el misterio de la realidad."Poesia figurativa trascendente" es la expresión que usa Sáez Delgado para referirse a una obra en la que los elementos intangibles de la realidad funcionan como si tuvieran una entidad rotundamente física.
El Reina Sofía de Poesía lo han obtenido poetas como el nicaragüense Ernesto Cardenal (2012), la cubana Fina García Marruz (2011), el argentino Juan Gelman, el mexicano José Emilio Pacheco, la preuana Blanca Varela o los españoles Claudio Rodríguez, José Manuel Caballero Bonald, Antonio Gamoneda, José Ángel Valente, Pablo García Baena o Francisco Brines.
El jurado de esta edición lo han integrado José Rodríguez-Spiteri Palazuelo, Presidente de Patrimonio Nacional, Daniel Hernández Ruipérez, Rector de la Universidad de Salamanca, Luis María Ansón, de la Real Academia de la Lengua, Ernesto Cardenal Martínez, poeta galardonado en la edición 2012, Ana Santos Aramburo, Pilar Martín-Laborda y Bergasa, José Miguel Santiago Castelo, José Manuel Mendes, Luis Antonio de Villena, Jaime Siles, José Manuel Caballero Bonald, Soledad Puértolas Villanueva, Francisca Noguerol Jiménez, Antonio Sánchez Zamarreño, Noni Benegas, Jeanette Lozano Clariond, Anunciada Fernández de Córdoba y Alonso-Viguera y decretaria del Premio Esther Martínez Quinteiro.

Los vencedores del premio Reina Sofía de Poesía

1992 Gonzalo Rojas (Chile)
1993 Claudio Rodríguez (España)
1994 João Cabral de Melo Neto (Brasil)
1995 José Hierro (España)
1996 Ángel González (España)
1997 Álvaro Mutis (Colombia)
1998 José Ángel Valente (España)
1999 Mario Benedetti (Uruguay)
2000 Pere Gimferrer (España)
2001 Nicanor Parra (Chile)
2002 José Antonio Muñoz Rojas (España)
2003 Sophia de Mello Breyner (Portugal)
2004 José Manuel Caballero Bonald (España)
2005 Juan Gelman (Argentina)
2006 Antonio Gamoneda (España)
2007 Blanca Varela (Perú)
2008 Pablo García Baena (España)
2009 José Emilio Pacheco (México)
2010 Francisco Brines (España)
2011 Fina García Marruz (Cuba)
2012 Ernesto Cardenal (Nicaragua)
2013 Nuno Júdice (Portugal) 


2-  NOTICIASPortugal sem passaporte – o povo



Maio, 18  é o dia (noite) dos Museus na Europa. Curta!
Le 18 mai c'est la nuit des musées. À l'occasion de cet évènement, découvrez une sélection d’œuvres des plus grands musées d'Europe. 
http://bit.ly/10yluGG
                                                         --------------------------------------------
Posted: 15 May 2013 07:46 AM PDT

No mesmo avião: Passos voando em economica e Sócrates, em primeira classe, voaram juntos
O avião da TAP que fez a ligação, na tarde desta terça-feira, entre Paris e Lisboa teve direito a passageiros ilustres, como o ex e o actual primeiro-ministro. No entanto, na viagem tal como na política, era grande a distância e a cortina que os separava. De acordo com o Expresso, José Sócrates ia em executiva, enquanto Passos Coelho voava em económica, como ditam os constrangimentos do País
Qual não foi a surpresa de Passos e Sócrates quando se encontraram na partida do avião da TAP no aeroporto de Paris com destino a Lisboa. De acordo com o Expresso, o ex-chefe de Estado socialista e o seu sucessor social-democrata trocaram apenas umas breves palavras e cada um seguiu para o seu lugar. Sócrates em primeira classe e Passos em económica.
O actual primeiro-ministro voltava da capital francesa, depois da apresentação em Paris do relatório da OCDE sobre Portugal, e viajava separado de Sócrates, respeitando a regra de voar em económica, que impôs a todos os membros do seu Governo no início do mandato.
Do outro lado da cortina, Sócrates seguia sozinho entretido a ler a ‘Marianne’, revista francesa de informação geral e assumidamente de esquerda.
 noticias ao minuto
http://feeds.feedburner.com/~r/PortugalSemPassaporte/~4/J3OkmVLjIIc?utm_source=feedburner&utm_medium=email
Posted: 15 May 2013 07:06 AM PDT


É hoje, às 15,45, hora do Brasil
Paulo Madeira, antigo defesa do Benfica, acredita que “todos os portugueses vão estar a puxar pela equipa do Benfica” esta noite, na final da Liga Europa. Em declarações a Bola Branca, o ex-jogador afirma que “Portugal vai parar para ver o jogo e acredita que ”mesmo os portugueses que não são adeptos do clube da Luz irão sê-lo no jogo contra o Chelsea”.
Paulo Madeira reforça “a importância da vitória do Benfica na Liga Europa” pelo facto “de Portugal estar a passar um momento difícil” e espera que “o Benfica ajude a moralizar os portugueses”.
Outro ex-central do Benfica, Mozer, que representou por cinco temporadas o clube da Luz, tendo sido campeão em 89 e 94, considera “que o principal para o Benfica vencer é a condição física dos jogadores”, porque neste momento “não há equipas mais fortes ou mais fracas”.
O Benfica-Chelsea arranca às 15h45, (hora do Brasil)com arbitragem do holandês Bjorn Kuipers. A final da Liga Europa tem transmissao direta pela TV para o Brasil e em Fortaleza um grande grupo de Benfiquistas reune-se no “Rogério – o Rei do Leitao” para acompanhar o jogo e se possivel comemorar festivamente a vitória dos portugueses.
O jogo entre o Benfica e o Chelsea, esta quarta-feira em Amesterdão, pode representar uma receita para a economia portuguesa de 26,9 milhões de euros.
As contas são do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM), que avalia o impacto global da final da Liga Europa em mais 157 milhões.
Segundo o estudo, caso o Benfica vença o título da Liga Europa, pode arrecadar receitas na ordem dos 12 milhões de euros, sendo que o clube derrotado recebe 9,5 milhões de euros.
Para chegar a esta conclusão, o IPAM contabilizou os gastos com restauração, viagens de avião, estadias, consumos em casa, prémios de jogo, bilheteira e direitos televisivos.
No caso português, a maior fatia das receitas (55%) fica a dever-se ao consumo em casa, seguindo-se as viagens de avião (22%) e os gastos na restauração (15%). Mas apenas 17% do impacto económico global se vai fazer sentir na economia portuguesa, com a economia britânica a sair beneficiada com um valor a rondar os 78,5 milhões de euros, 50% do impacto global.
No caso de Amesterdão, cidade que recebe a final da Liga, marcada para as 19h45, o impacto deve rondar os 14,25 milhões. O IPAM estima que 50 mil pessoas assistam ao jogo na Arena de Amesterdão, a cidade deve registar 40 mil dormidas e devem ser servidas 200 mil refeições.
Além disso, o estudo contabiliza as possíveis 50 mil deslocações internas e os mais de 30 mil visitantes que se devem deslocar à capital holandesa
rr

http://feeds.feedburner.com/~r/PortugalSemPassaporte/~4/KMQYk_7OOF4?utm_source=feedburner&utm_medium=email
Posted: 15 May 2013 06:03 AM PDT


O ministro da Educação Aloizio Mercadante alegou que a maior parte dos que queriam uma vaga em Portugal aceitou migrar para outro país.
Os que recusarem não terão bolsa de estudo
 Portugal era um dos paises mais procurados pelos estudantes brasileiros nas bolsas de estudos concedidas no ambito do programa “Ciencia Sem Fronteiras”, mas,  estranhamente o Governo do Brasil cancelou e o MEC tirou Portugal do programa.  De 12.193 estudantes inscritos, mais de 7.000 tinham optado por estudar em Portugal. Segundo o ministro Aluisio Mercadante, a maior parte dos que queriam uma vaga em Portugal aceitou migrar para outro país, porém , mais de 600 ainda resistem e querem estudar em Portugal, mas não haverá mais vagas para as instituições portuguesas,  e todos terão que escolher outro pais ou não serão aceitos pelo Ciencia Sem Fronteiras
As manifestações e discordancias partiram de toda a sociedade e dos proprios estudantes, que se viram privados de escolha por imposição do Ministério de Educação do Brasil, e por isso, o MIL “Movimento Internacional Lusofono” e divulgou a seguinte
Conforme foi amplamente noticiado, cerca de sete mil estudantes brasileiros que tinham escolhido Portugal para fazer parte dos seus estudos superiores foram já reafectados a outros países depois de o Governo brasileiro ter anunciado, no dia 24 de Abril, o cancelamento das bolsas para Portugal concedidas no âmbito do programa Ciências Sem Fronteiras. O ministro brasileiro da Educação, Aloizio Mercadante, justificou o cancelamento das bolsas para Portugal com a necessidade de os estudantes brasileiros aprenderem outro idioma. “Os estudantes têm que enfrentar o desafio da segunda língua. Por isso todos foram convidados a migrar para outros países”, disse. Registe-se ainda que Portugal tem sido o principal destino dos estudantes brasileiros com bolsas do programa Ciência sem Fronteiras. No final de 2012, do total de 12.193 alunos incluídos no programa, praticamente 20% optou por fazer um semestre em Portugal. Em Abril, ao abrigo do mesmo programa, foram aprovadas bolsas para mais 12.282 estudantes, entre os quais figuram os cerca de sete mil.
O MILBrasil lamenta publicamente esta situação. A nosso ver, todos os acordos e intenções firmados entre Brasil e Portugal devem ser  cumpridos. Portugal faz parte do Programa Ciências sem Fronteiras – logo, os estudantes devem ser livres para fazer a sua escolha. O Brasil é um país moderno governado por pessoas de bem, e deve dar continuidade ao que foi acordado. Liberdade de escolha é uma garantia constitucional, um direito fundamental que aqui não está a ser respeitado. Utilizar o pretexto de que é necessário  saber um segundo idioma não justifica a atitude arbitrária e desrespeitosa com aqueles estudantes que já haviam sido escolhidos para estudar em Portugal e de uma hora para a outra foram remanejados para outros países que não o escolhido por eles. Não é só a língua que pesa na decisão de estudar em Portugal, deve-se levar em conta a cultura, os laços existentes entre os dois países, a nossa história. Portugal, a par dos demais países lusófonos, faz parte da nossa identidade. Por tudo isso, lamentamos, pois, a confirmação da decisão tomada, mas esperamos que, logo que possível, seja reposta a normalidade no funcionamento das normas democráticas que regem o nosso querido País.
Recordamos, a esse respeito, as propostas que o MIL, no seu conjunto, tem feito no sentido de promover, o mais possível, o intercâmbio entre estudantes e professores no espaço lusófono. Também assim se criará, gradualmente, a cidadania lusófona que o MIL tanto tem defendido e que o levou, recentemente, a coordenar, no âmbito da PASC: Plataforma Activa da Sociedade Civil, o I Congresso da Cidadania Lusófona, que decorreu, na Sociedade de Geografia de Lisboa, nos dias 2 e 3 de Abril. No rescaldo deste, foi já lançada, de resto, a PALUS: Plataforma de Associação Lusófonas, que procurará agregar o maior número possível de Associações da Sociedade Civil. Para, em última instância, criarmos uma Sociedade Civil Lusófona.

Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de 20 milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por 90 pessoas, representando todo o espaço da lusofonia.
Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
MIL: Movimento Internacional Lusófono
MILBrasil
O Conselho Consultivo do MIL por cerca de uma centena de personalidades, dos quais,  no Brasil é constituido por:
Carlos Frederico Costa Leite
Clovis Levy
Graciano Coutinho
João Paulo Eugénio de Barros
José Jorge Peralta
Mariene Hildebrando de Freitas
Marli Pereira de Barros Dias
Miriam de Sales Oliveira
Moysés Barbosa
Paulo Pereira
Roberto Moreno
Sam H. Cyrous
Samuel da Costa
Sérgio Nunes de Jesus
e Vitorino Morgado

http://feeds.feedburner.com/~r/PortugalSemPassaporte/~4/Sy6RkogqH18?utm_source=feedburner&utm_medium=email


3. A CRISE
RESISTIR -  http://resistir.info/
Por uma resposta socialista de combate: http://porumarespostasocialistadecombate.blogspot.com.br/
Congresso Alternativas - http://www.congressoalternativas.org
Esquerda Net : http://www.esquerda.net

1 de Junho | Protesto Internacional: Povos Unidos contra a troika!

Holanda pode provocar o colapso do euro

A bolha imobiliária estourou, o país está em recessão, o desemprego sobe e a dívida dos consumidores é 250% do rendimento disponível. O grande aliado da Alemanha na imposição da austeridade por todo o continente começa a provar o amargo da sua própria receita. Por Matthew Lynn, El Economista
ARTIGO | 13 MAIO, 2013 - 20:57

A Holanda começa a provar o amargo da austeridade que o seu ministro das Finanças quer aplicar em toda a Europa. Foto By Rijksoverheid.nl [CC0], via Wikimedia Commons
Que país da zona euro está mais endividado? Os gregos esbanjadores, com as suas generosas pensões estatais? Os cipriotas e os seus bancos repletos de dinheiro sujo russo? Os espanhóis tocados pela recessão ou os irlandeses em falência? Pois curiosamente são os holandeses sóbrios e responsáveis. A dívida dos consumidores nos Países Baixos atingiu 250% do rendimento disponível e é uma das mais altas do mundo. Em comparação, a Espanha nunca superou os 125%.
A Holanda é um dos países mais endividados do mundo. Está mergulhada na recessão e demonstra poucos sinais de estar a sair dela. A crise do euro arrasta-se há três anos e até agora só tinha infetado os países periféricos da moeda única. A Holanda, no entanto, é um membro central tanto da UE quanto do euro. Se não puder sobreviver na zona euro, estará tudo acabado.
O país sempre foi um dos mais prósperos e estáveis de Europa, além de um dos maiores defensores da UE. Foi membro fundador da união e um dos partidários mais entusiastas do lançamento da moeda única. Com uma economia rica, orientada para as exportações e um grande número de multinacionais de sucesso, supunha-se que tinha tudo a ganhar com a criação da economia única que nasceria com a introdução satisfatória do euro. Em vez disso, começou a interpretar um guião tristemente conhecido. Está a estourar do mesmo modo que a Irlanda, a Grécia e Portugal, salvo que o rastilho é um pouco mais longo.
Bolha imobiliária
Os juros baixos, que antes do mais respondem aos interesses da economia alemã, e a existência de muito capital barato criaram uma bolha imobiliária e a explosão da dívida. Desde o lançamento da moeda única até o pico do mercado, o preço da habitação na Holanda duplicou, convertendo-se num dos mercados mais sobreaquecidos do mundo. Agora explodiu estrondosamente. Os preços da habitação caem com a mesma velocidade que os da Flórida quando murchou o auge imobiliário americano.
Atualmente, os preços estão 16,6% mais baixos do que estavam no ponto mais alto da bolha de 2008, e a associação nacional de agentes imobiliários prevê outra queda de 7% este ano. A não ser que tenha comprado a sua casa no século passado, agora valerá menos do que pagou e inclusive menos ainda do que pediu emprestado por ela.
Por tudo isso, os holandeses afundam-se num mar de dívidas. A dívida dos lares está acima dos 250%, é maior ainda que a da Irlanda, e 2,5 vezes o nível da da Grécia. O governo já teve de resgatar um banco e, com preços da moradia em queda contínua, o mais provável é que o sigam muitos mais. Os bancos holandeses têm 650 mil milhões de euros pendentes num sector imobiliário que perde valor a toda a velocidade. Se há um facto demonstrado sobre os mercados financeiros é que quando os mercados imobiliários se afundam, o sistema financeiro não se faz esperar.
Profunda recessão
As agências de rating (que não costumam ser as primeiras a estar a par dos últimos acontecimentos) já se começam a dar conta. Em fevereiro, a Fitch rebaixou a qualificação estável da dívida holandesa, que continua com o seu triplo A, ainda que só por um fio. A agência culpou a queda dos preços da moradia, o aumento da dívida estatal e a estabilidade do sistema bancário (a mesma mistura tóxica de outros países da eurozona afetados pela crise).
A economia afundou-se na recessão. O desemprego aumenta e atinge máximos de há duas décadas. O total de desempregados duplicou em apenas dois anos, e em março a taxa de desemprego passou de 7,7% para 8,1% (uma taxa de aumento ainda mais rápida que a do Chipre). O FMI prevê que a economia vai encolher 0,5% em 2013, mas os prognósticos têm o mau costume de ser otimistas. O governo não cumpre os seus défices orçamentais, apesar de ter imposto medidas severas de austeridade em outubro. Como outros países da eurozona, a Holanda parece encerrada num círculo vicioso de desemprego em aumento e rendimentos fiscais em queda, o que conduz a ainda mais austeridade e a mais cortes e perda de emprego. Quando um país entra nesse comboio, custa muito a sair dele (sobretudo dentro das fronteiras do euro).
Até agora, a Holanda tinha sido o grande aliado da Alemanha na imposição da austeridade por todo o continente, como resposta aos problemas da moeda. Agora que a recessão se agrava, o apoio holandês a uma receita sem fim de cortes e recessão (e inclusive ao euro) começará a esfumar-se.
Os colapsos da zona euro ocorreram sempre na periferia da divisa. Eram países marginais e os seus problemas eram apresentados como acidentes, não como prova das falhas sistémicas da forma como  a moeda foi estruturada. Os gregos gastavam demasiado. Os irlandeses deixaram que o seu mercado imobiliário se descontrolasse. Os italianos sempre tiveram demasiada dívida. Para os holandeses não há nenhuma desculpa: eles obedeceram a todas as regras.
Desde o início ficou claro que a crise do euro chegaria à sua fase terminal quando atingisse o centro. Muitos analistas supunham que seria a França e, ainda que França não esteja exatamente isenta de problemas (o desemprego cresce e o governo faz o que pode, retirando competitividade à economia), não deixa de continuar a ser um país rico. As suas dívidas serão altas mas não estão fora de controlo nem começaram a ameaçar a estabilidade do sistema bancário. A Holanda está a chegar a esse ponto.
Talvez se tenha de esperar um ano mais, talvez dois, mas a queda ganha ritmo e o sistema financeiro perde estabilidade a cada dia. A Holanda será o primeiro país central a estourar e isso significará demasiada crise para o euro.
Matthew Lynn é diretor executivo da consultora londrina Strategy Economics.
Publicado originalmente em El Economista, republicado em Jaque al Neoliberalismo.
Tradução de Luis Leiria para o Esquerda.net
TERMOS RELACIONADOS: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário