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PORTUGAL Maio 24- 2013
Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:
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INDICE
INDICE
1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises
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1–VISÕES – Paula Cabeçadas envia -
A LETRA
LIVRE participa da Feira do Livro de Lisboa e da Feira do Livro em Coimbra. Na
Feira do livro de Lisboa, que decorre de 23 de Maio a 10 de Junho, estaremos no
Stand D08 representado editoras como &ETC, Averno, Língua Morta,
Mariposazual, Fahrenheit 451, Sistema Solar e Documenta, além dos livros
usados, fundos e antigos. A Feira de Coimbra realiza-se no Parque Verde de
Cidade de 24 de Maio da 2 de Junho. Venha visitar-nos, estaremos com boas
promoções e novidades!
Vendem-se
mulheres em Portugal por 35 mil euros
Portugal
está integrado nas principais rotas que estão referenciadas pelas autoridades
como utilizadas para tráfico de seres humanos. As mulheres, principalmente,
chegam a ser vendidas no nosso País por 35 mil euros para exploração sexual,
escreve esta quinta-feira o Diário de Notícias.
DR
PAÍS
08:35 - 23 de Maio de 2013 | Por
Notícias Ao Minuto
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Cláudia Pedra e Miguel Santos Neves são dois investigadores
que ontem apresentaram, em Lisboa, um estudo que mostra que o nosso País está
entre as principais rotas utilizadas para o tráfico de seres humanos. O mesmo
documento revela que as vítimas de tráfico no nosso País são oriundas de 17
países, sendo que 70% são provenientes de países extra-europeus, como a
Nigéria, o Brasil e o Gana.
De acordo com o estudo, 67% das vítimas são traficadas para
exploração sexual e 30% para exploração laboral e servidão doméstica. No caso
das mulheres, que aceitam abandonar o seu país de origem com a ilusão de que
vão conseguir emprego no exterior, chegam a ser vendidas em Portugal por 35 mil
euros.
Em dois anos, os investigadores identificaram 115 vítimas de
tráfico, sendo que apenas 17 estavam referenciadas pelas autoridades
competentes. O estudo admite que entre 250 e 270 pessoas sejam traficadas tendo
Portugal como destino, origem ou apenas paragem.
Rapaz de 16 anos destrói doutorada em directo no “Prós e Contras” da
RTP
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21/05/2013
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Este é sem dúvida o vídeo mais
partilhado no Facebook durante o dia de hoje. O momento polémico aconteceu no
programa “Prós e Contras” da RTP, quando o jovem empreendedor português Martim
Neves, de apenas 16 anos, foi convidado a falar da marca de roupa que o próprio
criou, a “Over It”. A certa altura, foi interrompido pela Dr.ª Raquel Varela,
que começa a questionar o jovem acerca do fabrico das peças.
Se
ainda não viste confere a resposta do grande Martim!
PS: Se não quiseres ver o vídeo todo
coloca logo no minuto 4:00.
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2-
NOTICIASPortugal sem
passaporte –
o povo
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Presidente do Chelsea prepara-se para pagar 100 milhões
de Euros pelo treinador portugues Mourinho
23.05.13 11:04
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O Conselho de
Reitores das Universidades Portuguesas (Crup) divulgou nota lamentando a
decisão do governo brasileiro de suspender a concessão de bolsas
de estudos para alunos
de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras (PCsF) em instituições do país.
O Crup equivale no Brasil à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes).
·
Segundo a nota divulgada nessa terça-feira (21), a
decisão “será corrigida a curto prazo” e as universidades lusitanas
“permanecerão abertas a esses estudantes [brasileiros], continuando a
acolhê-los com amizade”.
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A decisão de não enviar novos alunos para Portugal e remanejar
os estudantes selecionados nos editais de 2013 foi tomada em março. O objetivo
é “estimular os jovens a falar mais uma língua, a conhecer e ter competência
específica em outras culturas”, informou o ministro da Educação
Aloizio Mercadante, quando se reuniu naquele mês em Lisboa com o
ministro da Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato.
·
De acordo com a nota dos reitores lusitanos, os estudantes
brasileiros de fato não vão para Portugal “para aprender a língua portuguesa, mas
sim para frequentar e se graduar em instituições universitárias do Espaço
Europeu de Ensino Superior, que aliam à sua grande qualidade um acolhimento só
possível por uma cultura e história partilhadas”.
·
Por causa do grande fluxo de estudantes e professores
estrangeiros em Portugal, são comuns nas universidades do país aulas em línguas
estrangeiras. Existem, há mais de uma década, cursos totalmente ministrados
em inglês.
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O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, disse
que em Portugal, assim como no Brasil, “a língua franca da ciência e da
tecnologia é o inglês” e mesmo os estudantes de graduação devem “dominar” o
idioma por causa da bibliografia. Ele lembra que entre os pesquisadores do
doutorado é comum o uso de inglês na produção de artigos científicos, na
defesa de tese (com participação de examinadores estrangeiros) e nos projetos
de pesquisa feitos em cooperação internacional.
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A Universidade de Coimbra é a instituição com maior número de brasileiros em Portugal. O reitor
da universidade disse à Agência
Brasil que a decisão do governo brasileiro “foi
recebida com alguma tristeza” e com “surpresa”. Ele salientou que, para acolher
estudantes brasileiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras agilizou os
procedimentos de visto.
·
A suspensão do programa para Portugal repercutiu fora do país e
do Brasil. O secretário executivo da Comissão Econômica para África, Carlos
Lopes, disse em uma conferência na sede da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, na semana passada, que o objetivo de
forçar a aprendizagem de outra língua era “é louvável, mas não pode ser
radicalizado”.
agencia brasil
Carta Aberta ao Presidente
22 de maio de 2013
Meu caro Ilustre Prof. CAVACO SILVA,
Tomo a liberdade de me dirigir a V. Exa., através
deste meio [o Facebook], uma vez que o Senhor toma a liberdade de se dirigir a
mim da mesma forma.
É, aliás, a única maneira que tem utilizado para conversar comigo (ou com qualquer dos outros Portugueses, quer tenham ou não, sido seus eleitores).
É, aliás, a única maneira que tem utilizado para conversar comigo (ou com qualquer dos outros Portugueses, quer tenham ou não, sido seus eleitores).
Falando de eleitores, começo por recordar a V.
Exa., que nunca votei em si, para nenhum dos cargos que o Senhor tem ocupado,
praticamente de forma consecutiva, nos últimos 30 anos em Portugal (Ministro
das Finanças, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro,
Presidente da República, Presidente da República).
No entanto, apesar de nunca ter votado em si,
reconheço que o Senhor:
1) Se candidatou de livre e espontânea vontade, não tendo sido para isso coagido de qualquer forma e foi eleito pela maioria dos eleitores que se dignaram a comparecer no acto eleitoral;
2) Tomou posse, uma vez mais, de livre vontade, numa cerimónia que foi PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TINHAM, nessa altura, a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
3) RESIDE NUMA CASA QUE É PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TÊM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
4) TEM TODAS AS SUAS DESPESAS CORRENTES PAGAS POR MIM (e pelos mesmos);
5) TEM TRÊS REFORMAS CUMULATIVAS (duas suas e uma da Exma. Sra. D. Maria) que são PAGAS por um sistema previdencial que é alimentado POR MIM (e pelos mesmos);
6) Quando, finalmente, resolver retirar-se da vida política activa, vai ter uma QUARTA REFORMA (pomposamente designada por subvenção vitalícia) que será PAGA POR MIM (e por todos os outros que, nessa altura, AINDA TIVEREM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos).
1) Se candidatou de livre e espontânea vontade, não tendo sido para isso coagido de qualquer forma e foi eleito pela maioria dos eleitores que se dignaram a comparecer no acto eleitoral;
2) Tomou posse, uma vez mais, de livre vontade, numa cerimónia que foi PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TINHAM, nessa altura, a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
3) RESIDE NUMA CASA QUE É PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TÊM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
4) TEM TODAS AS SUAS DESPESAS CORRENTES PAGAS POR MIM (e pelos mesmos);
5) TEM TRÊS REFORMAS CUMULATIVAS (duas suas e uma da Exma. Sra. D. Maria) que são PAGAS por um sistema previdencial que é alimentado POR MIM (e pelos mesmos);
6) Quando, finalmente, resolver retirar-se da vida política activa, vai ter uma QUARTA REFORMA (pomposamente designada por subvenção vitalícia) que será PAGA POR MIM (e por todos os outros que, nessa altura, AINDA TIVEREM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos).
Neste contexto, é uma verdade absoluta que o Senhor
VIVE À MINHA CUSTA (bem como toda a sua família directa e indirecta).
Mais: TEM VIVIDO À MINHA CUSTA quase TODA A SUA
VIDA.
E, não me conteste já, lembrando que algures na sua
vida profissional:
a) Trabalhou no Banco de Portugal;
b) Deu aulas na Universidade; no ISEG e na Católica.
a) Trabalhou no Banco de Portugal;
b) Deu aulas na Universidade; no ISEG e na Católica.
Ambos sabemos que NADA DISSO É VERDADE.
BANCO DE PORTUGAL: O Senhor recebia o ordenado do
Banco de Portugal, mas fugia de lá, invariavelmente com gripe, de cada vez que
era preciso trabalhar. Principalmente, se bem se lembra (eu lembro-me bem),
aquando das primeiras visitas do FMI no início dos anos 80, em que o Senhor se
fingiu doente para que a sua imagem como futuro político não ficasse manchada
pela associação ao processo de austeridade da época. Ainda hoje a Teresa não
percebe como é que o pomposamente designado chefe do gabinete de estudos NUNCA
esteve disponível para o FMI (ao longo de MUITOS meses. Grande gripe essa).
Foi aliás esse movimento que lhe permitiu,
CONTINUANDO A RECEBER UM ORDENADO PAGO POR MIM (e sem se dignar sequer a passar
por lá), preparar o ataque palaciano à Liderança do PSD, que o levou com uma
grande dose de intriga e traição aos seus, aos vários lugares que tem vindo a
ocupar (GASTANDO O MEU DINHEIRO).
AULAS NA UNIVERSIDADE: O Senhor recebia o ordenado
da Universidade (PAGO POR MIM). Isso é verdade. Quanto ao ter sido Professor, a
história, como sabe melhor que ninguém, está muito mal contada. O Senhor
constava dos quadros da Universidade (hoje ISEG), mas nunca por lá aparecia,
excepto para RECEBER O ORDENADO, PAGO POR MIM. O escândalo era de tal forma que
até o nosso comum conhecido JOÃO DE DEUS PINHEIRO, como Reitor, já não tinha
qualquer hipótese de tapar as suas TRAPALHADAS. É verdade que o Senhor depois
acabou por o presentear com um lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros,
para o qual o João tinha imensa apetência, mas nenhuma competência ou
preparação.
Fica assim claro que o Senhor, de facto, NUNCA
trabalhou, poucas vezes se dignou a aparecer nos locais onde recebia o ORDENADO
PAGO POR MIM e devotou toda a vida à sua causa pessoal: triunfar na política.
Mas, fica também claro, que o Senhor AINDA VIVE À
MINHA CUSTA e, mais ainda, vai, para sempre, CONTINUAR A VIVER À MINHA CUSTA.
Sou, assim, sua ENTIDADE PATRONAL.
Neste contexto, eu e todos os outros que O
SUSTENTÁMOS TODA A VIDA, temos o direito de o chamar à responsabilidade:
a) Se não é capaz de mais nada de relevante, então: DEMITA-SE e desapareça;
b) Se se sente capaz de fazer alguma coisa, então: DEMITA O GOVERNO;
c) Se tiver uma réstia de vergonha na cara, então: DEMITA O GOVERNO e, a seguir, DEMITA-SE.
a) Se não é capaz de mais nada de relevante, então: DEMITA-SE e desapareça;
b) Se se sente capaz de fazer alguma coisa, então: DEMITA O GOVERNO;
c) Se tiver uma réstia de vergonha na cara, então: DEMITA O GOVERNO e, a seguir, DEMITA-SE.
Aproveito para lhe enviar, em nome da sua entidade
patronal (eu e os outros
PAGADORES DE IMPOSTOS), votos de um bom fim de semana.
PAGADORES DE IMPOSTOS), votos de um bom fim de semana.
Respeitosamente,
Carlos Paz
Carlos Paz
3. A CRISE
QUE SE LIXE A TROIKA : http://queselixeatroika15setembro.blogspot.pt/
Por uma resposta
socialista de combate: http://porumarespostasocialistadecombate.blogspot.com.br/
Marco
Weissheimer – www.sul21.com.br – PORTO ALEGRE RS BRASIL – 23 MAIO 2013
Francisco Louçã: “estamos muito perto da 2²
Grande Depressão”
A crise econômico-financeira
iniciada a partir do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos e do
naufrágio do mercado de derivativos que inundou o sistema circulatório
monetário do planeta com moedas e títulos tóxicos, sem lastro na vida real, tem
um caráter estrutural e está longe do fim. Pelo contrário, dá sinais de
agravamento que poderão arrastar a economia mundial para uma segunda grande
depressão. O alerta foi feito terça-feira (21)
à noite, no Sindicato do Bancários de Porto Alegre, pelo político e economista
português Francisco Louçã, em um debate sobre a crise do capitalismo na Europa,
promovido pelos mandatos do deputado estadual Raul Pont e da vereadora Sofia
Cavedon, do PT.
Durante mais de uma hora e meia,
Louçã, que é dirigente do Bloco de Esquerda, de Portugal, falou sobre a realidade
dramática vivida hoje pela população de países como Grécia, Portugal e Espanha,
com altíssimos níveis de desemprego, corte de salários, diminuição das
aposentadorias, desmonte de serviços públicos fundamentais e aumento de
impostos. A crise, defendeu Louçã, é estrutura e permanente, ao contrário do
que afirma o consenso firmado entre a social-democracia e a direita na Europa.
Estamos vivendo hoje, acrescentou, o império de uma economia sombra que
implica, por sua vez, a existência de uma política sombra e de uma sociedade
sombra.
A economia sombra é dominada por
uma finança sombra, não visível e não regulada. Louçã apontou algumas
características desse sistema. No auge da crise de 2007-2008, algumas
companhias de seguro já tinham mais poder que grandes bancos comerciais, em
função do mercado de derivativos. Cinco anos antes do início da crise de
2007-2008, o conjunto do mercado invisível dos derivativos era de 200 trilhões
de dólares. Em 2007-2008, pulou para 600 trilhões de dólares. Naquele período,
centenas de bancos nos Estados Unidos e na Europa foram à falência. Agora, em
maio de 2013, o conjunto desse mercado de títulos derivativos está na casa do
um quatrilhão de dólares, o que representa 14 vezes mais de todo o produto
criado no planeta Terra, e 65 vezes mais que o valor do maior mercado
especulativo do mundo, que é o de Nova York. Ou seja, ilustrou ainda Louçã,
cada dólar americano vale hoje 65 vezes menos que o dólar desse mercado sombra.
A banca financeira, tal como a
conhecemos hoje, é dominada por um sistema de dívidas que está asfixiando
trabalhadores, governos e as sociedades de vários países. Francisco Louçã chama
esse sistema de “dívidadura”. Em um livro escrito em conjunto com Mariana
Mortágua (A
dívidadura – Portugal na crise do euro (Ed. Bertrand), o
economista escreve sobre esse sistema de dívidas:
“Portugal pagará em 2012, em
juros, mais do que o efeito conjugado de todas as medidas de uma austeridade gravíssima
neste ano. Nos dez anos seguintes, o compromisso de amortização da dívida,
considerando apenas a hoje existente e nenhum outro empréstimo suplementar ou
outra emissão de dívida, é de 134,5 bilhões de euros – o que, em média,
ultrapassará em muito o pagamento de 2012, chegando em alguns anos a ser o
triplo. Esta dívida é impagável e não pode ser paga (…). Nos tempos em que o
capital se afasta da democracia, a política do socialismo é lutar por ela: a
democracia responsável é a arma contra a dívidadura”.
Política sombra
Essa sistema de finanças sombra,
alimentado pelo pagamento de uma dívida impagável e injustificável, tem a sua
contrapartida política. O que faz falta na Europa hoje, disse Louçã, além de
uma esquerda mais forte, é a existência de um centro mais moderado. Temos hoje
um centro absolutamente radical implementando as ditas políticas de
austeridade. A política da União Europeia hoje está bloqueada por este centro
radical e por seus apoiadores na direita e na social-democracia que não admite
qualquer negociação. Todos os hospitais de Madri estão para ser privatizados,
exemplificou o economista português. “O discurso da privatização da saúde não
procura nenhum consenso, nenhum contrato. As instituições políticas europeias
deixaram de ter como função amortecer e negociar conflitos. É uma situação
dramática”, assinalou Louçã, lembrando uma frase do escritor inglês Charles
Dickens em “A história de duas cidades”: “Nós vivemos no melhor dos tempos.
Vivemos no pior dos tempos”.
Para Louçã, o tema central da
esquerda hoje deve ser a dívida. “Precisamos virar o debate da dívida e falar
da maior das dívidas. O alvo que importa é o capital financeiro. O capital que
lucrou imensamente na privatização de bens públicos, que transferiu, em 2012,
6,6 milhões de dólares/dia para paraísos fiscais, que lucra com o aumento dos
impostos sobre o trabalho e o consumo, ao mesmo tempo em que tem reduzido os
impostos sobre os seus próprios lucros. Nunca tivemos um poder tão poderoso
como o poder financeiro atual. Diante desse quadro, precisamos de uma esquerda
mais internacionalizada e que saiba que o seu principal adversário hoje é o
capital financeiro”, defendeu o economista e ex-deputado do Parlamento Europeu.
Mais valia absoluta e segunda depressão
O que estamos vendo hoje na
Europa, acrescentou, é a implementação de um processo de extração de mais valia
absoluta dos trabalhadores, com corte de salários, aumento de impostos,
diminuição de aposentadorias e aumento da jornada de trabalhadores. Ou seja,
todos estão sendo convocados a trabalhar mais e a ganhar menos. Isso os que tem
trabalho é claro. Os números sobre o desemprego na Europa são estarrecedores.
Segundo dados da agência de
estatísticas Eurostat, o índice de desemprego dos 27 países da UE atingiu 9,8%
em outubro de 2012, o maior patamar da série histórica, iniciada em 1995. São
23 milhões sem emprego e esse número já aumentou. A maioria (cerca de 16
milhões) está nos 17 países que compõem a zona do euro, cujo índice atingiu
10,3%, o maior desde a criação do euro, em 1999. No final de 2012, a Espanha
apresentou o impressionante índice de 22,8%. Superou até a Grécia, que
registrou desemprego de 17,7% no terceiro trimestre.
Os problemas sociais e
econômicas causados pelos apóstolos da austeridade começam a bater à porta das
principais economias europeias, como Itália, França, Inglaterra e mesmo na
Alemanha. É um modelo, enfatizou Louçã, que tem o objetivo de drenar dinheiro
dos trabalhadores, dos governos e das sociedades para esse sistema financeiro
sombra. Daí a implantação de um regime de extração de mais valia absoluta. É um
modelo insustentável social, política e economicamente, reafirmou. “Estamos
muito perto da segunda grande depressão”, concluiu Louçã, lembrando que a
Europa só conseguiu sair da primeira realizando uma das maiores e mais
sangrentas guerras que o planeta já viu.
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