BLOG ANO PORTUGAL BRASIL
PORTUGAL Maio 14- 2013
Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:
***
INDICE
INDICE
1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises
&&&
1–VISÕES
Hoje é a noite da Procissão das velas por todo Portugal e também pelo
mundo, onde há Portugueses. Em especial, na cidade de Fátima, a noite fica
assim, tornando-se num dos mais extraordinários espetáculos do mundo. Como a
Nossa Senhora de Fátima é a minha Santa de eleição, partilho com todos vós a
minha fé e devoção, pedindo-lhe que ELA ORE por todos nós e nos ajude,
concedendo-nos a Sua Graça nos pedidos que lhe forem dirigidos. Aproveitem para
agradeçer tudo o que têm nas vossas vidas, mesmo que não seja bem o que mais
desejam. Nunca percam a fé e a esperança de dias melhores. Levem esta mensagem
a quem mais amarem. (M.J.L.)
2-
NOTICIASPortugal sem
passaporte –
o povo
Maio, 18 é o dia (noite) dos Museus na Europa. Curta!
Le 18 mai c'est la nuit des musées. À l'occasion de cet évènement, découvrez une sélection d’œuvres des plus grands musées d'Europe. http://bit.ly/10yluGG
Le 18 mai c'est la nuit des musées. À l'occasion de cet évènement, découvrez une sélection d’œuvres des plus grands musées d'Europe. http://bit.ly/10yluGG
Posted: 13 May 2013 10:10 AM PDT
Adeptos de Benfica e Vitória de Guimarães esgotaram já os
bilhetes para o Estadio do Jamor. A 26 de Maio, 37 mil espectadores vão
assistir à Final da Taça de Portugal.
A Federação Portuguesa de Futebol
(FPF) anunciou, esta segunda-feira, lotação esgotada no Estádio
Nacional, para a final da Taça de Portugal, entre Benfica e Vitória de
Guimarães.
Os adeptos encarnados e minhotos
fizeram “voar” todos os ingressos disponibilizados pela Federação.
Desta forma, a 26 de Maio, em
Oeiras, o confronto entre Benfica e Vitória de Guimarães será presenciado,
“in loco”, por 37 mil espectadores.
O Benfica-Vitória de Guimarães
arranca às 17h15
|
Posted: 13 May 2013 09:34 AM PDT
A Universidade Catolica Portuguesa
está entre as melhores escolas do mundo
O esforço das universidades
portuguesas em diversificar programas, realizar parcerias e captar alunos
internacionais volta a ganhar o destaque no mundo: na categoria de “programas
abertos” já são três as escolas nacionais a entrar no ranking do Financial
Times, entre as melhores do mundo. Na lista que divulga hoje, o jornal
norte-americano posiciona a Universidade Católica, Universidade Nova de
Lisboa e a Universidade do Porto entre as 70 melhores escolas do mundo na formação
de executivos.
A faculdade de Economia da
Universidade Católica (Católica–Lisbon) assume especial destaque entre as
portuguesas, sendo a única escola de negócios nacional a entrar para o
ranking geral da formação de executivos. Em 43.º lugar, a Católica-Lisbon
surge entre as 20 melhores da União Europeia, consolidando um lugar de
destaque.
Francisco Veloso, diretor da
Católica-Lisbon, lembra ao DN/Dinheiro Vivo que o destaque não é de hoje. “Já
é a sétima vez que o Financial Times nos referencia. A nossa presença já vem
de longe.” O professor lembra que as parcerias internacionais, os cursos
feitos à medida dos pedidos das empresas e a captação de alunos estrangeiros
continua a ser fundamental para estar lado a lado com universidades como IMD,
IESE ou Harvard.
A formação de executivos da
Católica lidera também as portuguesas no ranking dos “programas abertos”, com
o 43.º lugar geral. A Nova School of Business (NSB) surge a seguir, na 58.ª
posição, sendo a melhor portuguesa e a 16.ª global no item específico da
internacionalização.
dinheiro vivo
|
Posted: 13 May 2013 08:10 AM PDT
Há milhões de descendentes de
portugueses no Brasil.Você é um deles? Fique atento. Há um fato atual
importante que está passando despercebido e vai influenciar o destino de seus filhos, netos
e bisnetos\
No proximo dia 23 de maio de 2013, ás 15:00 hs. a
Assembleia da Republica deverá debater e aprovar um dos mais
importantes decretos de interesse dos imigrantes e seus descendentes.
Trata-se do projeto 382, que facultará a aquisição da Nacionalidade
Portuguesa a todos os descendentes de lusitanos, até a terceira geraçÃo –
isto é – filhos, netos e bisnetos de portugueses.
Este projeto, a que “Portugal Sem Passaporte” já se
referiu anteriormente, conhecido como “ projeto de lei 382/XII”, está em
quinta alteração à Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (Lei da Nacionalidade) –
estende a nacionalidade portuguesa originária aos netos de portugueses
nascidos no estrangeiro
O projeto, como se sabe, é de Autoria dos deputados do
PSD, Luís Montenegro , Carlos Páscoa Gonçalves, Maria João Ávila, Mónica
Ferro , Carlos Alberto Gonçalves, António Rodrigues, Paulo Simões Ribeiro,
Maria Manuela Tender, Maria Ester Vargas, Ângela Guerra, Valter
Ribeiro, Rosa Arezes, e Adriano Rafael Moreira.
Este projeto é muito importante para todos os imigrantes
e seus descendentes – filhos ou netos de pais portugueses – pelo que é
importante que todos os interessados enviem manifesto interesse a
todos os 230 deputados portugueses – sobretudo os do PS e oposição em
geral - falando da importancia da aprovação desta lei, que gostariamos
de ver aprovada para interesse geral de toda a imigração. Este
é o link para a lista dos 230 deputados e o contato com eles: www.parlamento.pt/DeputadoGP/
Vantagen
São muitas as vantagens de se tornar um cidadão português.
Principalmente nos dias de hoje, sob o efeito da globalização e com a
ampliação dos mercados de trabalho, possuir o passaporte de um país europeu é
certamente um fator diferencial, pois possibilita a abertura de inúmeras
oportunidades não só de lazer e estudo, mas também de residir e trabalhar no
Velho Mundo. Ao se tornar cidadão portugues pode-se viver e trabalhar
legalmente em qualquer país integrante da União Europeia, exercendo todos os
direitos e adquirindo também as obrigações de quem lá nasceu.O Brasil
tem milhares de luso-descendentes. São filhos, netos e bisnetos de
imigrantes portugueses, que, na maioria das vezes, desconhecem seu
direito à cidadania. Pelo projeto, todos os luso-descendentes – filhos,
netos ou bisnetos de portugueses, poderao adquirir a cidadania portuguesa
|
Posted: 13 May 2013 06:27 AM PDT
O Benfica volta a entrar em campo para a final da liga Europa
esta quarta-feira, em Amesterdão. Na capital holandesa, os emigrantes ficaram
desiludidos depois da derrota frente ao FC Porto mas prometem apoio na final
com o Chelsea. O jogo terá transmissão em direto para o Brasil, com imagens
geradas pela SIC.
O holandês Björn Kuipers
foi esta segunda-feira nomeado para arbitrar o jogo da final da
Liga Europa, que vai opor o Benfica aos ingleses do Chelsea, na quarta-feira,
na Arena de Amesterdão.
Kuipers, de 40 anos e internacional desde 2006, vai contar com
os compatriotas Sander van Roekel e Erwin Zeinstra, como assistentes, e Pol
van Boekel e Richard Liesveld, como assistentes auxiliares, enquanto o alemão
Felix Brych vai ser o quarto árbitro.
O Chelsea será o adversário do
Benfica na final da Liga Europa, fazendo a sua estreia no jogo decisivo desta
competição. De qualquer forma, a equipa inglesa conta no seu currículo com
quatro presenças em jogos decisivos na Europa, falhando apenas uma vez.
Se a lógica prevalecer no dia 15 de
maio,quarta feira, é mais do que provável que o Benfica-Chelsea tenha
golos oriundos da equipa portuguesa . Basta falar em Salvio, Nico,
Cardozo, Lima e Rodrigo, do Benfica, é claro
|
Posted: 13 May 2013 05:41 AM PDT
Cavaco Silva, Presidente da República, convocou hoje o
Conselho de Estado para a próxima segunda-feira, dia 20, tendo como ordem de
trabalhos as “perspectivas da economia portuguesa no pós-troika, no quadro de
uma União Económica e Monetária efectiva e aprofundada”.
De acordo com uma nota divulgada no
site da Presidência da República, Cavaco Silva “convocou o Conselho de Estado
para efeitos do artigo 145º, alínea e), segunda parte, da Constituição”, que
estabelece que compete a este órgão “aconselhar o Presidente da República no
exercício das suas funções, quando este lho solicitar”.
“A reunião do Conselho ocorrerá no
próximo dia 20 de Maio, às 17h00 horas, e terá como ordem de trabalhos o tema
‘Perspectivas da Economia Portuguesa no Pós-Troika, no Quadro de uma União
Económica e Monetária Efectiva e Aprofundada’”, lê-se ainda na nota da
Presidência da República.
Esta é a décima reunião do Conselho
de Estado, o órgão político de consulta do Presidente da República, desde que
Cavaco Silva é chefe de Estado.
|
Posted: 13 May 2013 05:17 AM PDT
Europa está deixando de ser um
continente de primeiro mundo para tornar-se “um miniatura do mundo, com
países de primeiro, segundo e terceiro mundos”
A crise econômica está fazendo a
Europa deixar de ser o continente em que as políticas sociais diminuem os
efeitos das desigualdades econômicas e permitem uma boa qualidade de vida ao
conjunto da população. “Querem criar o Estado de Mal-Estar na Europa”,
critica Boaventura de Sousa Santos, o sociólogo português mais conhecido no
Brasil, fazendo referência ao antigo Welfare State [Estado de Bem-Estar]
criado na Europa, a partir do final da 2ª Guerra Mundial (1945).
Segundo Boaventura, a Europa está
deixando de ser um continente de primeiro mundo para tornar-se “um miniatura
do mundo, com países de primeiro, segundo e terceiro mundos”. Ele se refere
ao empobrecimento de alguns países e a falta de proteção aos cidadãos, como
acontece em Portugal, na Espanha e na Grécia, mas com reflexos em todo o
continente.
Para o sociólogo, o modelo de
governança da União Europeia esvaziou-se e o projeto está desfeito de forma
irreversível. Ele atribui ao “neoliberalismo” os problemas enfrentados pelo
continente, como o desemprego. “Esta crise foi criada para destruir o
trabalho e o valor do trabalho”, disse, ao encerrar em Lisboa um colóquio
sobre mobilidade social e desigualdades.
Conforme os dados do Eurostat, há 26,5
milhões de pessoas desempregadas nos 27 países – contingente superior a toda
a população na Região Sul do Brasil (Censo 2010). Para o sociólogo, parte das
demissões ocorre por alterações nas regras de contratação. “Mudam os
contratos de trabalho, mas não mudam os contratos das PPPs”, disse se
referindo às parcerias público-privadas contratadas entre governos e
companhias particulares para a exploração de serviços como concessionários ou
de infraestrutura.
Além da inflexão na economia e no
plano social, Boaventura assinala transformações políticas, como o
esvaziamento do poder decisório dos parlamentos, e dos lugares de
“concertação social”, como os portugueses chamam os conselhos e pactos
criados para diminuir conflitos entre empresários, trabalhadores e governo.
Na opinião do sociólogo, em vez dessas instâncias, se impõe a vontade dos
credores externos, como acontece em Portugal, segundo ele, por causa da
Troika (formada pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e
a Comissão Europeia).
Boaventura Sousa Santos diz que a
ação direta da Troika leva à imobilidade do governo e questiona a
racionalidade dos cortes dos gastos sociais que estão sendo feitos. Na
Assembleia da República, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, disse que
haverá convergência das pensões e aposentadorias de ex-funcionários públicos
e ex-empregados privados. O chefe do Executivo português afirmou que não é
uma opção ajustar a economia e mudar direitos adquiridos. “O país tem que
ajustar”, defendeu
A oposição critica, diz que a
medida é inconstitucional, e reclama do governo por tratar a austeridade como
inevitável. De acordo com o secretário-geral do Partido Socialista, António
José Seguro, em menos de dois anos de mandato de Passos Coelho 459 mil
empregos foram cortados – quase a metade dos 952,2 mil desempregados
contabilizados em março.
agencia brasil
|
Posted: 13 May 2013 04:29 AM PDT
As principais estradas de Portugal
durante os ultimos dias foram também ocupadas por milhares de peregrinos com
destino a Fátima. Calcula-se em 37 mil, mais 7 mil do que ano passado
O número de peregrinos que se deslocam a pé ao Santuário de
Fátima por ocasião das celebrações religiosas que decorrem este domingo e
segunda-feira aumentou em 7 mil pessoas face a 2012, disse o reitor da
instituição.
Em conferência de imprensa, Carlos
Cabecinhas frisou que os dados disponíveis “ainda não são finais nem
definitivos”, mas que o número de peregrinos a pé registou um “aumento
significativo” este ano, com o número de caminhantes a cifrar-se em 37 mil
pessoas, face às cerca de 30 mil de 2012, um aumento de 23%.
“Vêm sobretudo em grupos e é
notório o esforço por uma cada vez maior organização destes grupos”,
acrescentou o reitor do Santuário da Cova da Iria.
Carlos Cabecinhas adiantou ainda
que as entidades que prestam apoio aos peregrinos – como a Cruz Vermelha
Portuguesa, Ordem de malta ou o Movimento da Mensagem de Fátima, entre outros
– estabeleceram 82 postos fixos “e vários outros postos itinerantes que vão
acompanhando os peregrinos na sua caminhada”.
O responsável do Santuário de
Fátima agradeceu também o apoio aos peregrinos de voluntários e grupos de
pessoas “às populações que os acolhem e às empresas que os ajudam”, bem como
aos militares da GNR, que, em conjunto com a Autoridade Nacional de Proteção
Civil, tem quase meio milhar de elementos mobilizados para garantir a
segurança e socorro aos participantes na peregrinação.
|
Posted: 13 May 2013 04:08 AM PDT
Os peregrinos em Fátima juntam-se,
esta segunda-feira, aos bispos para consagrarem o pontificado de Francisco a
Nossa Senhora. Em Roma, dois padres portugueses concelebram com o Papa na
capela da Casa de Santa Marta.
No dia em que o episcopado
português consagra no Santuário o pontificado de Francisco à Senhora de
Fátima – um pedido feito pelo próprio Papa a D. José Policarpo -, em Roma
dois padres que residem no Pontifício Colégio Português concelebram a missa
deste dia com o sumo pontífice.
A celebração, dedicada a Nossa
Senhora de Fátima e que contará ainda com a presença de duas irmãs que
trabalham no Colégio, está marcada para as 7 horas, na Capela da Casa de
Santa Marta, onde o Papa reside desde 13 de março, dia em que foi eleito
sucessor de Bento XVI.
O Papa Francisco, que ontem canonizou os três primeiros santos
do pontificado – um italiano, uma colombiana e uma mexicana -, terá nas
missas que celebrar nesta semana a presença de padres e freiras portuguesas.
Para além da homilia, os portugueses poderão tirar uma fotografia com o Papa
e cumprimentá-lo.
A ligação de Francisco a Fátima
tornou-se relevante, quando, em 1992, a imagem Peregrina esteve em Buenos
Aires, Argentina. Um facto lembrando pelo Papa, durante o primeiro Angellus,
que celebrou na Praça de S. Pedro, em Roma.
A consagração do pontificado,
marcada para o final da missa do Adeus, terá lugar na Capelinha das
Aparições, e unirá os bispos aos mais de 250 mil peregrinos que estão em
Fátima, 37 mil dos quais chegaram a pé.
Esta peregrinação de maio fica
também marcada pela consagração da Jornada Mundial da Juventude, que decorre
no Rio de janeiro de 23 a 28 de julho próximo, e que foi feita ontem à noite,
pelo arcebispo do Rio de Janeiro.
Mas foram as palavras do bispo da
diocese de Leiria Fátima que marcaram a tarde de ontem. D. António Marto
defendeu que “a condução meramente economicista torna insustentável a vida
das famílias” e apelou à sensibilidade do Governo, dos partidos e dos
parceiros sociais para “a pobreza e sofrimento” da população. E lembrou que
os pedidos às Cáritas já aumentaram 70%.
dn
|
3. A CRISE
Capturados e presos os verdadeiros culpados da crise.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3084656533283&set=a.1102097850555.12658.1769995226&type=1&theater
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3084656533283&set=a.1102097850555.12658.1769995226&type=1&theater
Pode um homem sozinho dar cabo de um país?
Pode, se o deixarem à solta: é o que Vítor Gaspar
está há quase dois anos a tentar fazer a Portugal. Ele dará cabo do país e não
deixará pedra sobre pedra se não for urgentemente dispensado e mandado
regressar à nave dos loucos de onde se evadiu.
Já suportámos tudo a Vítor Gaspar:
nove trimestres consecutivos de previsões sucessivamente falhadas; erros de
avaliação de uma incompetência chocante; subidas de impostos que conseguiram o
milagre de fazer cair a receita fiscal; meio milhão de novos desempregados em
menos de dois anos e milhares de empresas chutadas para a falência; cortes
cegos em tudo o que estava em marcha para mudar o nosso paradigma de país
subdesenvolvido — como a aposta na investigação, na ciência, nas novas
tecnologias, nas energias alternativas; um despudor e uma arrogância a corrigir
os erros cometidos com novos erros idênticos, que, mais do que teimosia e
obstinação suicidarias, revelam sim o desespero de um ditador intelectual
perdido no labirinto da sua ignorância. Gaspar não sabe como sair do desastre
em que nos meteu e, como um timoneiro de uma nave em rota de perdição, ele já
não vê nem passageiros nem carga, ou empregos e vidas a salvar: prefere que o
navio se afunde com todos a bordo e ele ao leme. Sem sobreviventes nem
testemunhas.
Vendo-o na sua última aparição
pública, a dar conta das linhas orientadoras do DEO, percebi que ele já não tem
rumo nem bússola. Nem sequer tem linhas orientadoras da estratégia orçamental
ou do que quer que seja. Apenas tem um número, que, aliás, vai sucessivamente
engrossando à medida que o desastre se vai tomando cada dia mais nítido: 1,3
mil milhões, 4 mil milhões, 6,5 mil milhões. Cada nova previsão falhada, cada
novo erro de avaliação por ele cometido, tem como consequência, não um pedido
de desculpas ou a promessa de se render e arrepiar caminho, mas antes a ameaça
de mais e mais sacrifícios sobre uma economia e um povo exauridos. Afinal,
anuncia ele agora, a recessão não vai inverter-se no final deste ano, como
previra, mas só lá para 2015 ou 16; afinal, o “desemprego ainda vai subir antes
de começar a descer” daqui a uns dois anos, talvez; afinal, a “sustentabilidade
das contas públicas”, que nos diziam iminentemente assegurada, vai exigir
sacrifícios “para uma geração”. Mas o que mais me choca ainda é o tom nonchalant com
que debita as novas ameaças, como se, milhão a mais milhão ou a menos, dois
anos a mais ou dois anos a menos, não fizesse grande diferença nas vidas
concretas de gente concreta, destruídas a mando da sua incompetência.
Sim, incompetência: porque o mais extraordinário
de tudo é pensar que Vítor Gaspar impôs ao país uma política de austeridade
suicida que o conduziu a uma das maiores recessões da sua história e sem fim à
vista e, em troca, não conseguiu as duas que ele e os demais profetas da sua
seita de fanáticos juravam ir alcançar sobre as ruínas do país: nem fez a
reforma do Estado nem controlou o crescimento da dívida pública — pelo
contrário, perdeu-lhe o controlo. Mas para onde foram então os 24.000 milhões
de euros que as políticas de austeridade de Vítor Gaspar roubaram à economia,
às empresas e aos trabalhadores e pensionistas, nestes dois anos? Sumiram-se
para onde, serviram para quê?
Incompetência, porque tudo aquilo que
Vítor Gaspar sabe fazer e faz, qualquer merceeiro, sem ofensa, sabe fazer: contas
de somar e subtrair. Agora, faltam-lhe 6,5 mil milhões? É fácil de resolver,
basta agarrar numa caneta e num papel.
Ora, vejamos: conta de subtrair —
tiram-se 2 mil milhões aos pensionistas e 3 mil milhões aos salários dos
funcionários públicos. Temos 5 mil milhões, faltam 1,5.
Conta de somar: aumenta-se o IRS (o
único imposto que ainda garante retomo acrescido na receita fiscal). Aí estão
os 6,5 mil milhões — a “reforma do Estado”. Mas alguém lembra então a Gaspar
que isto vai significar menos consumo privado e que menos consumo significa
mais falências, mais desemprego, mais subsídios de desemprego a pagar.
Contrariado, Gaspar volta a agarrar na caneta e desenha nova “medida de
estratégia orçamental”, ou seja, nova conta de subtrair: tira-se meio milhão às
verbas do subsídio de desemprego. E quando alguém lembra ao ministro que o
subsídio de desemprego já foi reduzido na sua duração a um paliativo mínimo e
as suas regras de acesso, de tão restritivas que são, apenas abrangem 45% dos
desempregados, Gaspar responde: “Então, por isso mesmo, e, aliás, em obediência
ao princípio da igualdade, diminui-se a prestação aos que a têm”.
É assim que Vítor Gaspar governa o
país, perante a aquiescência do primeiro-ministro e a cumplicidade do
Presidente da República. Eles sustentam que tudo fará sentido e valerá a pena
no dia em que Portugal regressar aos mercados.
DELÍRIO
Não é um
sonho, é um delírio: quanto mais o PIB cai mais sobe a dívida pública,
calculada em percentagem do PIB. E, quando olharem para nós, sem a “protecção”
da troika, o que irão os mercados ver? Um país em recessão
permanente, com a dívida sempre a subir e governado por Passos Coelho e Vítor
Gaspar. Em que filme de aventuras é que eles aprenderam que um país assim é
salvo por filantropos? Não, Gaspar não nos vai levar de volta aos mercados, a
não ser em condições de estertor final; ele vai é levar-nos de volta a um novo
resgate. E esse vai fazer-nos retroceder cem anos.
Há
alternativa? Há, tem de haver. É isso que o novo primeiro-ministro italiano,
Enrico Lette, anda a dizer pela Europa fora: tem de ser possível fazer a
reforma financeira dos Estados e fazer aceitar os sacrifícios necessários para
tal, desde que, em contrapartida, tudo o que os governos tenham para oferecer
não seja uma geração de sacrifícios, como anuncia displicentemente Vítor
Gaspar. Porque, como disse Leite, aquilo que não faz sentido e que é
intolerável é continuar com políticas que geram taxas de desemprego de 15, 20,
25% e de desemprego juvenil entre 30 a 50%. Pode ser que na nave dos loucos
onde se produzem génios da dimensão de um Vítor Gaspar se tenha congeminado a
tese final do capitalismo triunfante: uma economia sem trabalho e sem trabalhadores.
Às vezes dá-me mesmo a ideia de que sim, mas é preciso que a loucura deles seja
da estirpe mais perigosa de todas para imaginarem que a Europa e qualquer uma
das suas nações sobreviverá assim e pacificamente.
Mesmo com um
Governo italiano arrastando ainda e uma vez mais o fantoche de Berlusconi,
mesmo com uma França chefiada pelo triste Hollande ou uma Espanha chefiada pelo
incapaz Rajoy, mesmo com a Grécia de Samaras, a Europa do sul está finalmente a
mover-se, por instinto de sobrevivência. Sem perder tempo, Lette foi direito à
origem do mal: a Berlim e a Bruxelas. Ele não fará abalar Angela Merkel nas
suas convicções e interesses próprios e não conseguirá também fazer com que
Durão Barroso deixe de oscilar conforme o vento, até ficar tonto. Mas, se conseguir
unir o sul e juntar-lhe outros povos acorrentados pelos credores e condenados à
miséria, enquanto o norte prospera sobre a ruína alheia, de duas uma: ou a
Europa se reconstrói como uma livre associação de Estados livres ou implode às
mãos da Alemanha. Qualquer das soluções é melhor do que esta morte lenta a que
nos condenaram. (…)
É claro que
nada disto dá que pensar a Vítor Gaspar, que vem de outro planeta e para lá
caminha, nem a Passos Coelho, que estremece de horror só de pensar que alguém
possa desafiar a autoridade da sua padroeira alemã. Nisso também tivemos azar:
calhou-nos o pior país para viver esta crise. Mas este Governo vai rebentar,
tem de rebentar. Porque a resposta à pergunta feita acima é não. Não, um homem
sozinho não pode dar cabo de um país com quase nove séculos de história.
Read more at http://www.leituras.eu/?p=4773#PxM2I61U62Yl6yKV.99
Nenhum comentário:
Postar um comentário