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PORTUGAL Maio 09 - 2013
Notícias–Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
ANO BRASIL PORTUGAL-Acompanhe a programação neste site:
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1.PORTUGAL-Visões
2.NOTÍCIAS
3. PORTUGAL E A CRISE - Memória e Análises
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Lisbon tips from the beautiful Marie Rattazzi.
Paula Cabeçadas compartilhou um link.
2- NOTICIASPortugal
sem passaporte – o povo
· Países de língua portuguesa comemoram eleição de brasileiro para a
Organização Mundial do Comercio
· Espetáculo com Carminho, Mafalda Arnauth, Camané e Carlos do Carmo num
só palco, dia 18, em Lisboa
PRESS EUROPE
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MONDEPARIS328
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ALLGEMEINE ZEITUNGFRANKFURT727
42
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NEW YORK TIMESNOVA IORQUE258
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69
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DOSSIÊS DE ATUALIDADE
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Chipre resgatado das águas
ÚLTIMOS ARTIGOS PUBLICADOS
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DIA
DA EUROPA: Uma ascensão bloqueada pelos Estados-nação
5135IL SOLE-24 ORE MILÃO
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DESEMPREGO
JOVEM: A chave do êxito singular da Alemanha
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RETRATO: Isabella Lövin, eurodeputada contra ventos e marés
54FOKUS ESTOCOLMO
COMENTÁRIOS
No *Times* de ontem, [o antigo ministro das Finanças europeísta]
Nigel Lawson escrevia que sair da UE seria, agora, vantajoso para o Reino
Unido. Como disse Keynes, "Quando os factos mudam, eu mudo de opinião. E o
senhor, o que faz?"
Se os espanhóis e os italianos não gostam do contrato do euro,
devem rescindi-lo, em vez de estarem constantemente a lamuriar-se e a inventar
desculpas estúpidas e teorias da conspiração.
É preciso muito otimismo para acreditar que a França fará nos
próximos dois anos o que não fez nos últimos dez. O problema não se resolverá
fazendo um intervalo, mas tomando ações decididas.
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3. A CRISE
DIA DA EUROPA:O projeto europeu é um
fracasso total
9 maio 2013 - http://www.presseurop.eu/pt/content/article/3758071-o-projeto-europeu-e-um-fracasso-total
IL SOLE-24 ORE MILÃO
Assente em critérios
económicos, políticos e geopolíticos, a UE terá de ser julgada de acordo com
estes mesmos critérios. E o veredicto do historiador britânico Niall Ferguson é
irreversível.
Thank
you. Merci. Mersi. Grazie. Gracias. Grazzi. Go raibh maith agat. Dziekuje.
Danke. Aitäh. Köszönöm. Multumesc. Dêkuji. Paldies. Ačiū. Dakujem. Obrigado. Hvala. Dank u. Kiitti. Blagodaria. Merci
villmahl. Efharisto. E o meu favorito, tak.
Há 23
maneiras de dizer obrigado na União Europeia e parece-me que isso, por si só,
ilustra por que motivo a experiência europeia redundou num fracasso. Recorda-se
daquelas experiências que fazia em criança com o estojo de química? Ia juntando
substâncias químicas, umas atrás das outras, para ver quando se dava a
explosão. Foi o que fizeram na Europa. Começaram com seis; não era suficiente.
Passaram para nove ... e nada. Dez ... e apareceu um bocadinho de fumo e nada
mais. Doze ... e nada. Quinze ... e outra vez nada. Vinte e cinco ... e começou
a borbulhar. Vinte e sete ... e explodiu!
Tenho a
certeza absoluta de que Lord Mandelson e Daniel Cohn-Bendit vos vão dizer que a
experiência europeia foi bem-sucedida porque tem havido paz na Europa desde que
esta surgiu, no início da década de 1950. Será que não poderíamos deixar morrer
esta ideia? A integração europeia não tem absolutamente nada que ver com a paz
na Europa desde a II Guerra Mundial, que foi uma conquista da NATO [a
Organização do Tratado do Atlântico Norte]. A criação da União Europeia não foi
sobre guerra e paz pois, se assim tivesse sido, teria havido uma Comunidade
Europeia de Defesa, que foi vetada pela Assembleia Nacional Francesa em 1954.
Avaliação económica
A Europa
tem de ser julgada em termos económicos, visto que os seus próprios termos têm
sido sempre económicos. E como resultou isso? Na década de 1950, a economia da
Europa integrada cresceu a um ritmo anual de 4%. Na década de 1960, era
praticamente igual. Na década de 1970, o crescimento foi de 2,8%; na década de
1980, desceu para 2,1%; na década de 1990, foi de apenas 1,7%; e por aí
adiante, até ao zero.
À medida
que a integração europeia continuava, o seu crescimento declinava. A parte da
Europa no PIB global tem vindo a registar uma descida desde 1980 de 31% para
apenas 19%. Desde 1980 que a UE registou um crescimento mais rápido do que o
dos EUA em apenas nove anos num total de trinta e dois. A sua taxa de
desemprego nunca foi inferior à dos EUA.
Será que
os meus leitores são investidores? Quais foram os piores mercados de valores
dos últimos dez anos? Grécia, Irlanda, Finlândia, Portugal, Holanda e Bélgica –
foram os piores do mundo. E, para além disto tudo, temos a União Monetária – a
mais recente experiência correu mal.
Nós
avisámos, meus senhores. Dissemos que uma União Monetária sem integração do
mercado de trabalho e sem qualquer federalismo acabaria por explodir. Foi a
minha previsão em 2000. É o que está a acontecer, em tempo real, num
laboratório de química, do outro lado do Atlântico.
Mas esta
também foi uma experiência política que correu mal. Sabem que experiência foi
esta? Foi ver se os europeus podiam ser forçados a uma união ainda mais coesa –
independentemente das suas vontades – pela via económica, visto que as
estratégias políticas não deram resultado.
Perda de legitimidade
política
E quando
os povos europeus votaram contra uma maior integração, os seus governos
receberam indicações para tentar outra vez. Foi o que se passou com os
dinamarqueses em 1992 e duas vezes com os irlandeses: em 2001 e novamente em
2008. Estes cidadãos deram a resposta errada no referendo e foi por isso que os
seus governos fizeram outro. Isto diz-nos alguma coisa sobre o motivo que levou
esta experiência a fracassar – fracassou porque deixou de ter legitimidade
política. E vemos isto não apenas na Grécia, mas em todos os sucessivos
governos por essa Europa fora. Desde que a crise começou, há dois anos, que já
caíram treze governos e nos próximos meses vão cair mais.
Por
último, a experiência europeia tem sido um fracasso geopolítico. Esperava-se
que a União Europeia servisse de contrapeso aos EUA. Recordam-se do discurso de
Jacques Poos, em 1991, “a hora da Europa”, onde ele anunciava que a Europa ia
resolver a guerra na Bósnia? [De facto, o seu discurso foi proferido depois de
estalar a guerra na Eslovénia e na Croácia.] Isto passar-se-ia em 1991. Mas
nessa guerra morreram cem mil pessoas e houve 2,2 milhões de deslocados e o
conflito só terminou quando os EUA finalmente intervieram e puseram fim ao
conflito.
Ficou famosa a pergunta de Henry
Kissinger, “A quem hei de telefonar quando quiser falar com a Europa?”. A
resposta chegou alguns anos mais tarde: telefone à baronesa Ashton de
Upholland. Nunca mais ninguém soube dela, nem ouviu falar dela. Meus senhores!
Sendo canadianos, sabem como é difícil gerir um sistema federal com apenas dez
províncias e duas línguas oficiais; por isso compreenderão mais depressa do que
a maioria das pessoas por que motivo a experiência europeia, com 27 países e um
número impressionante de 23 línguas, redundou num vergonhoso fracasso.
Felizmente que agora aqui no Canadá só tenho de usar duas ou talvez três
palavras: Thank
you e Merci.
Este artigo é uma transcrição
da intervenção de Niall Ferguson como orador a favor do “sim” no Munk Debate sobre o tema “Será que a experiência europeia falhou?”. Fez parte
da história de capa da revista IL do jornal Il Sole-24 Ore sobre “A Europa debaixo de
fogo”, publicada em abril de 2013.
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